Em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio Quadros, com sete meses de governo, apresentou sua carta de renúncia. O ato pegou de surpresa toda a nação. Sua renúncia foi prontamente aceita pelo Congresso Nacional, e especula-se que talvez Jânio não contasse com essa rápida decisão dos deputados. O popular Repórter Esso, em edição extraordinária, atribuiu a renúncia a “forças ocultas”, frase que Jânio não usou, mas que entrou para a história do Brasil.
O país entrou em grave crise política contornada com a adoção do regime parlamentarista que reduziu os poderes de João Goulart, vice-presidente que assumiu a presidência.
No dia 27 de agosto, Jânio embarcou em um navio com destino a Londres, levando os chefes militares a cogitarem o envio de um barco de guerra para forçar seu desembarque em Salvador, onde tomaria um avião militar de volta a Brasília, plano que não foi concretizado.
Jânio retornou da Europa, em 1962, a tempo de disputar o governo paulista e foi lançado pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN) e pelo Movimento Trabalhista Renovador (MTR). Entretanto, não conseguiu unir novamente as forças que o haviam apoiado na eleição anterior, sofrendo sua primeira derrota eleitoral. Ficou em posição relativamente marginal à vida política nacional até a eclosão do golpe civil-militar que derrubou o governo Goulart em 31 de março de 1964.
Teve seus direitos políticos cassados em 10 de abril de 1964 por decisão do governo militar passando, então, a dedicar-se a atividades privadas. Recuperou os direitos políticos em 1974, mas manteve-se afastado das urnas até 1982 quando concorreu para governador de São Paulo, mas perdeu ficando na terceira posição. Em 1985 foi eleito prefeito de São Paulo.
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Abertura
- Jornal Folha de S. Paulo, de 24 de agosto de 1961, 2a. edição.