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Execução de Tiradentes na forca, Rio de Janeiro

21 de abril de 1792

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Em 21 de abril de 1792, Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes, 46 anos de idade, foi executado na forca por crime de “lesa-majestade”, isto é, de traição contra a rainha D. Maria I. A execução ocorreu no Rio de Janeiro, então a capital da colônia, entre 11h e 12h.

  • BNCC: 8º ano – Habilidade: EF08HI05, EF08HI11

Os réus foram presos em março de 1789 e ficaram três anos presos até sair a sentença, o que aconteceu em 18 de abril de 1792. A leitura da sentença levou dezoito horas! Tiradentes e vários outros foram condenados à forca. Algumas horas depois, uma carta de clemência da rainha D. Maria I transformava todas as penas em degredo (expulsão do Brasil), com exceção de Tiradentes.

Três dias depois, na manhã de sábado do dia 21 de abril de 1792, Tiradentes foi conduzido pelas ruas do centro do Rio de Janeiro, cercado pela tropa, até o local onde estava armada a forca, no largo da Lampadosa. Tinha a cabeça e a barba raspadas, vestia uma túnica grosseira e carregava um crucifixo.

Tiradentes subiu calmamente os degraus, acompanhado do frei encarregado de lhe dar a última oração. A multidão reunida assistia a tudo consternada. Executado Tiradentes, o carrasco Capitania jogou-se sobre seus ombros para forçar, com seu peso, o aperto da corda e abreviar a morte.

A cabeça de Tiradentes foi cortada e enviada para Vila Rica onde deveria ficar exposta em um poste. O resto do corpo foi retalhado e os pedaços distribuídos ao longo do Caminho Novo nos locais onde ele fizera seus discursos revolucionários. A casa de Tiradentes foi arrasada, jogando-se sal no terreno para que nada lá germinasse.

Tamanha encenação buscava mostrar a força da Coroa e desencorajar futuras rebeliões.

“A relevância da Inconfidência deriva de sua força simbólica: Tiradentes transformou-se em herói nacional, e as cenas de sua morte, o esquartejamento de seu corpo, a exibição de sua cabeça passaram a ser evocadas com muita comoção e horror nos bancos escolares. Isso não aconteceu da noite para o dia e sim através de um longo processo de formação de um mito que tem sua própria história. Em um primeiro momento, enquanto o Brasil não se tornou independente, prevaleceu a versão dos colonizadores. A própria expressão “Inconfidência Mineira”, utilizada na época e que a tradição curiosamente manteve até hoje, mostra isso. “Inconfidência” é uma palavra com sentido negativo que significa falta de fidelidade, não-observância de um dever, especialmente em relação a um soberano ou ao Estado. Durante o Império, o episódio incomodava, pois os conspiradores tinham pouca simpatia pela forma monárquica de governo. Além disso, os dois imperadores do Brasil eram descendentes em linha direta da rainha Dona Maria, responsável pela condenação dos revolucionários.

 

A proclamação da República favoreceu a projeção do movimento e a transformação da figura de Tiradentes em mártir republicano. Existia uma base real para isso. (…) A atitude de Tiradentes, assumindo toda a responsabilidade pela conspiração, a partir de certo momento do processo, e o sacrifício final facilitaram a mitificação de sua figura, logo após a proclamação da República. O 21 de abril passou a ser feriado, e Tiradentes foi cada vez mais retratado com traços semelhantes às imagens mais divulgadas de Cristo. Assim se tornou um dos poucos heróis nacionais, cultuado como mártir não só pela direita e pela esquerda como pelo povo da rua.”  (FAUSTO: 1995, P. 118-9)

Fonte

  • FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995.
  • MAXWELL, Kenneth. A Devassa da Devassa – A Inconfidência Mineira: Brasil e Portugal, 1750-1808. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009.
  • LIMA JR., Augusto. Historia da Inconfidência de Minas Gerais. Belo Horizonte, Itatiaia, 1996.
  • NEVES, José Alberto Pinho (org.). Tiradentes. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, 1993.

Saiba Mais

Abertura

  • Tiradentes Esquartejado,  óleo sobre tela, Pedro Américo, 1893, Museu Mariano Procópio, Juiz de Fora, Minas Gerais.

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