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Conquista da Península Ibérica pelos muçulmanos

19 de julho de 711

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A conquista da Península Ibérica pelos muçulmanos teve seu momento decisivo na Batalha de Guadalete, em dia 19 de julho de 711, quando as tropas mouras comandadas por Tariq Ibne Ziade, general do exército omíada, venceram os visigodos que até então ocupavam a região.

Tariq entrara na Península Ibérica em 30 de abril de 711 cruzando o estreito de Gibraltar, em Ceuta, com cerca de 7 mil homens. Eram berberes em sua maioria, mas havia também árabes e sírios muçulmanos, além de cristãos e judeus. A eles se juntaram, depois, outros 5 mil homens armados. O local de desembarque foi em uma rocha que levará o nome Gibraltar, derivado do nome árabe Jebel Tariq ou Jab al-Tarik, “montanha de Tariq”.

Segundo uma lenda, assim que desembarcou em Gibraltar, na costa sul da atual Espanha, Tariq ordenou que todos os navios fossem queimados, e disse aos seus soldados: “Homens, onde está a rota de fuga? O mar está atrás de vocês e o inimigo à sua frente. O único fruto de sua bravura é que a palavra de Deus seja exaltada neste país, e que a verdadeira religião seja estabelecida aqui. Os despojos pertencerão a vocês mesmos.”

Batalha de Guadalete: o confronto final

Dois meses depois de invadirem a Península Ibérica, os mouros de Tarif combateram os visigodos na Batalha de Guadalete, em Jerez de la Frontera, em 19 de julho de 711. Ali foi morto Rodrigo ou Roderico, rei de Toledo.

Seguiram-se as tomadas de Sevilha e Toledo em outubro do mesmo ano. Outras cidades, como Córdoba e Granada se entregam para não serem destruídas. Os cristãos e os judeus foram poupados e puderam manter suas propriedades, suas leis e sua fé, mas ficaram sujeitos a um imposto adicional na qualidade de dhimmis (protegidos).

Em poucos anos, a resistência visigótica na península foi eliminada. A tomada de Saragoça, em 714, é o marco final da conquista moura na Península Ibérica.Os reinos visigóticos sobreviveram apenas em alguns vales isolados da cordilheira da Cantábria, no extremo norte da península.

Conquistas islâmicas na Península Ibérica

Campanha das conquistas islâmicas na Península Ibérica, de 711 a 719.

Avanço mouro detido pelos francos

Os invasores muçulmanos seguiram em direção ao reino dos Francos. Cruzaram os Pireneus e ocuparam Narbona. Em Toulouse foram derrotados, em 721, pelas tropas do duque de Aquitânia. A vitória deste último encorajou os refugiados visigodos na Cantábria. Liderados por Pélage (ou Pelayo), eles vencem os muçulmanos em Covadonga, perto de Oviedo, no ano seguinte. Esta batalha será relembrada para dar início, muito mais tarde, à reconquista da península pelos cristãos.

Finalmente, em 732, as forças islâmicas foram detidas em Potiers pelo rei franco Carlos Martel.

A batalha de Potiers marcou uma pausa no expansionismo do Islã no continente europeu que já havia sofrido outras duas derrotas em Constantinopla (673-677 e 717), a célebre capital do Império Bizantino. A expansão seria retomada dois séculos depois mas em direção à Ásia Central, por iniciativa dos turcos e não mais dos árabes.

Os judeus da Península Ibérica

A chegada dos mouros (ou sarracenos, grupo oriundo dos grupos étnicos berberes e árabes) foi saudada pelos judeus da península que, até então, tinham sido perseguidos pelo Reino visigótico. As determinações de sucessivos concílios da Igreja tinham contribuído para a discriminação deste segmento populacional:

  • III Concílio de Toledo (ano 589): determinou o batismo forçado de crianças filhas de casamentos entre judeus e cristãos;
  • XVI Concílio de Toledo (ano 693): proibiu os judeus de praticarem o comércio com cristãos, o que provocou a ruína de muitas famílias
  • XVII Concílio de Toledo (ano 694): condenou os judeus à escravidão sob o pretexto de conspirarem para a queda do Reino visigótico.

Para libertarem-se desse cenário de perseguição e discriminação, os judeus abriram as portas das cidades às tropas islâmicas e ofereceram-se como guardas das cidades a serviço dos novos senhores.

Al-Andaluz

As zonas da Península Ibérica sob poder islâmico foram chamadas, na Idade Média, de Al-Andalus, correspondendo aos atuais territórios de Portugal, Espanha, Andorra, França e território britânico de Gibraltar.

Até 756,  Al-Andalus teve vinte governadores dependentes de Damasco, tendo por capital a cidade de Sevilha, e mais tarde Córdoba.Em 756, o príncipe omíada Abderraman II chegou a Córdoba ali estabeleceu o Emirato de Córdoba. Em 929, seu descendente Abderraman III se proclamou califa, dando início ao Califado de Córdoba que perdurou oficialmente até 1031.

Al-Andalus foi incorporado à Idade de Ouro Islâmica desenvolvendo uma civilização urbana brilhante, com destaque para as artes, as ciências e a filosofia.

Al-Andalus em 732

Al-Andalus em 732 ocupava quase toda Península Ibérica e para além dela correspondendo aos atuais territórios de Portugal, Espanha, Andorra, França e território britânico de Gibraltar.

Fonte

  • BENDRISS, Ernest Yassine. Breve historia del Islam. Madri, Espanha: Ediciones Nowtilus, 2018.
  • WATT, W. Montgomey. Historia de la España islámica. Madri, Espanha: Alianza Editorial, 2019.

Abertura

  • Tariq ibne Ziade, ilustração artística de Theodor Hosemann (1807-1875).

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