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Nascimento da Direita e da Esquerda na vida política

11 de setembro de 1789

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Em 11 de setembro de 1789, durante a Assembleia Constituinte, na França revolucionária, os deputados escolheram seus lugares de acordo com suas afinidades políticas.

Os deputados contrários à revolução ou ansiosos por contê-la (alguns nobres e clérigos), sentaram-se no lado direito do salão, em relação ao presidente da Assembleia. Este é, tradicionalmente, o “lado da rainha”. Foram chamados de “aristocratas”, com um tom de desprezo.

Os demais (burgueses representantes do Terceiro Estado e alguns nobres), favoráveis à revolução, sentaram-se do lado esquerdo do presidente (o “lado do Palais Royal”). Foram chamados de “patriotas”. Eles se dividiam em três grupos:

  • “Democratas”, os mais radicais, partidários das ideias de Rousseau como o sufrágio universal.
  • “Monarquistas”, moderados, como Jean Joseph Mounier, instigador do Juramento do Jogo da Pela e autor dos três primeiros artigos da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, ansiavam por uma monarquia constitucional parlamentar e bicameral do tipo inglês.
  • “Constitucionalistas”, a maioria, entre os quais estava o abade Sieyès, Talleyrand e Lafayette, foram a fonte da primeira Constituição que estabeleceu uma monarquia constitucional.

Julgamento de Luís XVI na Assembleia da Convenção Nacional, sala da Manège do palácio das Tulherias, 11 de dezembro de 1792. Os deputados sentam-se, de acordo com sua afinidade política, à direita ou à esquerda do presidente.

Na Assembleia de 1789, a composição social dos deputados de cada Estado estava longe de ser uma representação coesa de cada ordem. Junto aos “aristocratas” havia muitos nobres provincianos pobres. Os representantes do Terceiro Estado, por sua vez, eram homens abastados – advogados, médicos, homens de negócio e até nobres “esclarecidos”, escolhidos por sua eloquência e cultura. Portanto, já na sua origem, Direita e Esquerda não correspondiam a um determinado grupo social, como ainda hoje não correspondem.

Esta distribuição dos deputados franceses por afinidades políticas marcou a divisão entre a Direita (considerada conservadora) e a Esquerda (considerada revolucionária ou reformista) que ainda hoje pontua a vida política em todas as democracias.

Ao longo dos anos, os termos direita e esquerda mudaram de significado e ganharam novos contornos, mas continuaram sendo usados na linguagem política como marcadores de tendências ideológicas.

10 perguntas sobre esquerda e direita

1. O que é direita e esquerda no sentido político?

Não existe um consenso quanto a uma definição comum e única de esquerda e direita. Existem “várias esquerdas e direitas”. Isso porque esses conceitos são associados a uma ampla gama de pensamentos políticos. Importante: não misture as palavras! Esses termos políticos não correspondem a valores morais. “Ser de direita” não quer dizer ser uma pessoa direita, correta, e “ser de esquerda” não significa ser uma pessoa errada, imoral.

2. Qual a origem dos termos direita e esquerda?

Esses termos apareceram durante a Revolução Francesa, na Assembleia Constituinte (11 de setembro de 1789), quando os deputados se dividiram entre os partidários do rei, sentados à direita do presidente e os simpatizantes da revolução à sua esquerda. Daí o consenso de que a direita é conservadora, isto é, ligada a um comportamento tradicional e de manutenção do poder da elite, enquanto que a esquerda defende mudanças na política e na sociedade.

3. Hoje, o que diferencia a direita e a esquerda?

A resposta depende do contexto histórico em que a pergunta é feita. No Brasil, durante a ditadura militar, ser de direita era apoiar o regime ditatorial e ser de esquerda era se opor a ele. Atualmente, a direita é caracterizada por uma ênfase em noções como autoridade, hierarquia, mérito, ordem, tradição e liberdade individual. A esquerda, por sua vez, defende ideias como justiça social, igualdade, direitos, reforma e progresso.

4. Que grupos políticos fazem parte da direita?

Cientistas políticos e outros analistas geralmente incluem na direita: conservadores, liberais, democratas-cristãos, anarcocapitalistas, libertários de direita, monarquistas, fascistas e reacionários. Lembre que esses termos não são sinônimos, cada um tem a sua própria ideologia política.

5. Que grupos políticos fazem parte da esquerda?

Cientistas políticos e outros analistas geralmente incluem na esquerda: anarquistas, comunistas, socialistas, social-democratas, socialistas democráticos, libertários de esquerda, progressistas e liberais sociais. Esses termos não são sinônimos, cada um tem a sua própria ideologia política.

6. O que a direita defende?

A política de direita apoia, em graus variados, a ordem social e rejeita a ideia de igualdade e equidade alegando que a desigualdade econômica é natural e inevitável, ou que é, até mesmo, benéfica para a sociedade pois estimula a competição. Na economia, a direita defende o neoliberalismo, isto é, o Estado mínimo e não-intervencionista, a livre iniciativa do mercado e a redução de impostos sobre empresas.

7. O que a esquerda defende?

A esquerda caracteriza-se pela defesa de maior igualdade social e de equidade. Normalmente, envolve uma preocupação com os cidadãos considerados em desvantagem em relação aos outros e uma suposição de que há desigualdades injustificadas que devem ser reduzidas ou abolidas. Na economia, a esquerda defende o Estado mais presente para regular a distribuição de renda e uma economia mais justa e solidária.

8. Qual a diferença entre igualdade e equidade?

igualdade trata todos de forma igual, aplica as mesmas regras e oferece as mesmas oportunidades. Já a equidade reconhece que as pessoas são diferentes e distribui os recursos de forma diferente, de acordo com as necessidades de cada um.

9. O que a extrema direita defende?

Os discursos de extrema direita expressam um forte nacionalismo, ultraconservadorismo e extremismo e defendem ideias racistas, xenófobas, fundamentalistas religiosas, homofóbicas, sexistas e outras opiniões reacionárias”.

10. O que a extrema esquerda defende?

A extrema esquerda defende a derrubada do sistema capitalista e mudanças radicais na organização do Estado, da economia e da Justiça para implantar a redistribuição de recursos em posse das elites políticas e econômicas, a abolição do trabalho assalariado, a defesa da democracia direta e da autogestão.

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