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Tomada de Lisboa pelo general francês Junot

30 de novembro de 1807

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BNCC

No dia 30 de novembro de 1807, o general Andoche Junot, entrou em Lisboa à frente de um exército francês. No dia anterior, a família real e toda corte portuguesa haviam partido para o Brasil.

Napoleão Bonaparte ordenara a invasão de Portugal em resposta à recusa do príncipe regente em aderir ao Bloqueio Continental contra a Inglaterra. Junot que estava, então, na Espanha, também ocupada pelo exército francês, dali saiu entrando em Portugal no dia 24 de novembro e capturando Lisboa uma semana depois.

A invasão e ocupação francesa de Portugal deu início à chamada Guerra Peninsular que envolveu o Primeiro Império Francês e a aliança Reino Unido, Espanha e Portugal. A guerra prolongou-se até a derrota de Napoleão em 1814 pela Sexta Coligação. A guerra peninsular provocou crises que contribuíram para o processo de independência das colônias espanholas na América e, inclusive, a independência do Brasil.

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Portugal sob ocupação francesa

Por sua vitória, Junot foi nomeado por Napoleão Bonaparte governador geral de Portugal dando início ao desmonte político do país.

Diante das tropas francesas perfiladas na Praça do Rossio, importante ponto em Lisboa, Junot retirou a bandeira portuguesa e hasteou a bandeira francesa. Declarou extinta a casa real de Bragança, e formou um Conselho Militar composto por oficiais franceses para substituir o Conselho da Regência.

Em atos públicos, o nome de D. João foi trocado pelo do imperador Napoleão, e o Exército português dissolvido (11 de janeiro de 1808). Apenas uma força de 9000 homens permaneceu ativa, conhecida como Legião Portuguesa. Ela foi enviada para fora do país para se juntar ao exército napoleônico. As únicas forças militares presentes em Portugal eram, então, francesas e espanholas. Junot incentivou iniciativas para redigir uma Constituição no modelo francês.

Situação semelhante ocorria na Espanha onde as forças francesas de ocupação obrigaram Fernando VII a abdicar e a reconhecer José Bonaparte como rei da Espanha. Fernando VII, seu antecessor Carlos IV e a rainha foram colocados na prisão. Perante a anulação da Casa Real Espanhola, ocorreu o levante de 2 de maio da população de Madri contra os franceses e, em consequência, o fuzilamento de milhares de espanhóis.

Durante o mês de maio e junho eclodiram insurreições populares contra as tropas francesas por toda Espanha e Portugal.

Em 9 de maio de 1808, o príncipe regente D. João, no Brasil, declarou nulos todos os tratados de Portugal com a França declarando guerra aos franceses. Assinou com a Grã-Bretanha o Tratado de Aliança e Amizade. Em Portugal, a população respondeu com levantes contra os franceses que começam no Porto e se espalham para outras cidades. Mesmo mal armados, populares portugueses das cidades e vilas organizaram guerrilhas que impôs baixas às tropas francesas.

Expulsão dos franceses

No dia 1º de agosto de 1808, finalmente chegaram os reforços ingleses para combater os franceses. No total eram 20 mil homens: 14 mil britânicos e 6 mil portugueses. Em 17 de agosto, Arthur Wellesley (futuro duque de Wellington) venceu as tropas francesas na batalha da Roliça e, no dia 21, na decisiva batalha de Vimeiro. Por essa época terminava também o Cerco de Saragoça, uma derrota dos franceses frente à guarnição espanhola e à população da cidade que haviam assumido uma heroica defesa desde 15 de junho de 1808.

Junot propôs aos ingleses uma rendição que lhe permitiu a retirada. Pela Convenção de Sintra (30 de agosto), o exército o exército francês com 20.900 soldados foi transportado para a França pela Marinha Britânica levando suas armas, equipamentos, cavalos e, inclusive, suas “propriedades pessoais”, isto é o espólio saqueado de Portugal. A convenção de Sintra provocou violentos protestos do comando português e uma enorme indignação no Reino Unido. O caso foi investigado em Londres e os oficiais responsáveis pelos termos da Convenção foram demitidos e nunca mais chamados ao serviço ativo.

Fonte

  • GODECHOT, Jacques. Europa e América no tempo de Napoleão (1800-1815). São Paulo: Pioneira/Edusp, 1984.
  • MACEDO, Jorge de. O bloqueio continental. Economia e guerra peninsular. Lisboa: Delfos, 1962.

Saiba mais

Abertura

  • Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular, em Lisboa, 1886.

 

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