No dia 1º de setembro de 1939, às 4h45, a Wehrmacht (Forças Armadas da Alemanha nazista) cruzou a fronteira polonesa sob as ordens de Hitler. Essa agressão sem declaração de guerra marcou o início da Segunda Guerra Mundial. Hitler justificou a invasão como Guerra Defensiva acusando os poloneses de terem iniciado o conflito contra os alemães. Na verdade, o exército alemão usou de estratagemas para acusar os poloneses de terem iniciado o ataque à Alemanha.
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Antecendentes
Desde que assumiu o poder, Hitler não escondeu suas pretensões expansionistas. O sucesso da anexação da Áustria (“Anchsluss”, 12 de março de 1938) estimulou-o a avançar rumo à Checoslováquia, exigindo a incorporação dos Sudetos (Boêmia e Morávia) cuja população era de origem germânica e favorável à anexação à Alemanha nazista.
Em 1º de outubro de 1938, três dias depois do Acordo de Munique, Hitler invadiu a Checoslováquia subtraindo cerca de 30.000 km2 de seu território. Cinco meses depois, em 15 de março de 1939, a ocupação se completou: toda Checoslováquia, incluindo Boêmia-Morávia, foi anexada à Alemanha nazista.
O passo seguinte era Danzig (atual Gdansk), na Polônia, cuja população era predominantemente alemã. Danzig eram então, uma “cidade livre” estabelecida pelo Tratado de Versalhes, em 1919, para fornecer à Polônia um acesso ao Mar Báltico. Ao lado de Danzig, a Polônia também se beneficiava de um estreito (“corredor polonês”) que oferecia uma abertura direta para o mar. Este corredor tinha a desvantagem de separar a Alemanha em duas partes.
Entre março e abril de 1939, o Reino Unido e a França proclamaram seu apoio à Polônia prometendo-lhe assistência para garantir sua integridade territorial. Em 27 de abril, Hitler envia um memorando à Polônia oferecendo comprar Danzig e os direitos extraterritoriais através do “Corredor de Danzig”.
O ministro das Relações Exteriores polonês, coronel Jozef Beck, opôs-se a essas demandas, embora fosse favorável ao governo nazista e compartilhasse de suas ideias ultranacionalistas e antissemitas. A própria Polônia tinha pretensões territoriais sobre a Checoslováquia e, inclusive, havia apoiado a invasão alemã no ano anterior.
A eclosão da guerra
Sem avançar nas negociações, Hitler decidiu partir para o ataque. Após um incidente arranjado pelos alemães na fronteira polonesa, Hitler ordenou a invasão da Polônia sob o pretexto defender a Alemanha dos ataques poloneses. A justificativa era falsa como se soube depois da guerra: ela foi produzida por uma encenação conhecida como Operação Himmler executada em 31 de agosto.
A França e o Reino Unido exigiram a retirada alemã e, diante da negativa, declararam guerra à Alemanha em 3 de setembro. Começava a Segunda Guerra Mundial.
Varsóvia, a capital polonesa, foi atacada por ar e terra. A cidade foi intensamente bombardeada pelos aviões da Luftwaffe cujos principais alvos eram edifícios governamentais, pontes, estações de trem, instalações militares, como os quartéis, o aeroporto e a fábrica de aviões. Com isso, metade das 42 divisões polonesas foram impedidas de chegar à frente de combate.
Em 17 de setembro, o Exército soviético, sem declarar guerra, ocupou a parte oriental da Polônia. Dividido entre alemães e soviéticos, o país desapareceu do mapa, e sua população sofreu terrível massacre. O governo polonês fugiu para a Romênia deixando o país sem liderança e praticamente sem defesa.
Enquanto isso, as forças nazistas avançavam pelo lado ocidental em direção à Varsóvia. Depois de uma heroica resistência, a capital polonesa capitulou para a Alemanha em 27 de setembro. A ocupação alemã durou até a libertação da cidade, pelos aliados, em 17 de janeiro de 1945.
Depois da Polônia, as forças nazistas e soviéticas aceleraram seus ataques. Em meados de 1940, a URSS já tinha anexado a Finlândia, a Estônia, a Letônia e a Lituânia. A Alemanha, por sua vez, ocupava a Dinamarca, a Noruega, a Holanda, Luxemburgo e a Bélgica, violando a neutralidade desses países.
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Abertura
- Menino polonês nas ruínas de Varsóvia, setembro de 1939. Posteriormente, o menino foi identificado como sendo Ryszard Pajewski, de 9 anos de idade, que procurava comida entre os destroços. Hoje ele mora sozinha fora de Varsóvia.