Em 26 de fevereiro de 1885 encerrava a Conferência de Berlim, também chamada de Conferência do Congo uma vez que a disputa sobre essa região africana motivou o encontro internacional. A conferência foi organizada pelo primeiro chanceler alemão Otto von Bismarck que reuniu representantes de quatorze países (treze europeus e os Estados Unidos).
Diferente do que se afirma, a Conferência de Berlim não dividiu a África entre as potências europeias, porém criou as condições para que isso acontecesse poucos anos depois. A África tornou-se o novo palco do confronto e das velhas rivalidades europeias, o tabuleiro onde se decidiria o frágil equilíbrio das potências europeias.
Aberta no dia 15 de novembro de 1884, a conferência durou 13 meses de negociações e 8 reuniões plenárias intercaladas com recepções, bailes, banquetes e outros entretenimentos.
A conferência teve pouca repercussão na Europa, a opinião pública não se interessava pela conquista colonial. Mas foi crucial para as populações africanas.
A ocupação europeia no continente africano cresceu vertiginosamente. Se na época da conferência, cerca de 80% da África estava sob controle de populações nativas tradicionais tendo apenas as áreas costeiras colonizadas por europeus, em 1902, a situação era outra: o interior do continente passara para o domínio europeu o que significava que 90% das terras africanas foram apossadas pelas nações europeias.
Os domínios europeus na África não respeitam as fronteiras culturais, étnicas e linguísticas tradicionalmente estabelecidas pelas populações africanas. Em menos de vinte anos, a África estava retalhada em 50 países artificiais que se sobrepunham às mil culturas nativas do continente.
- BNCC: 8° ano. Habilidades: EF08HI23, EF08HI24, EF08HI26
Saiba mais
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Abertura
- O chanceler alemão Bismarck oferece, aos seus convidados, um bolo fatiado onde se lê “África”. Charge francesa, L’Ilustration, 1885.