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Aberta a câmara funerária de Tutancâmon

16 de fevereiro de 1923

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No dia 16 de fevereiro de 1923, a câmara funerária de Tutancâmon foi aberta revelando ao mundo o sarcófago do faraó guardado há mais 3.300 anos. Os primeiros sinais da existência da tumba – que recebeu o nome de KV62 – foram descobertos em 4 de novembro do ano anterior pelo arqueólogo britânico Howard Carter.  Seguiram-se semanas de trabalho para retirar os numerosos objetos que atulhavam a antecâmara. Eram caixas, cadeiras, vasos, sofás, carruagens desmontadas, estátuas – a maioria de ouro.

A imprensa internacional já sabendo da descoberta correu para o Vale dos Reis e uma multidão de repórteres, jornalistas além de turistas se postaram do lado de fora da tumba para acompanhar os trabalhos de remoção das peças. A expectativa maior era, justamente, a abertura da câmara real onde estava a múmia do faraó.

Ao remover a porta selada da câmara funerária, a primeira visão foi de uma grande caixa de madeira dourada de 5 metros de comprimento, 3 metros de largura e 2,75 metros de altura. Nas laterais, junto ao santuário estavam 11 remos para a Barca do Sol, recipientes para incenso, lanternas decoradas com imagens do deus Hapy (filho de Hórus).

O santuário não era uma peça única: dentro dele havia outros três santuários. O último deles, mais interno, media 2,90 m de comprimento e 1,48 m de largura. Suas paredes estavam decoradas com imagens funerárias e, no teto Nut, a deusa do céu, abraçava com suas asas o sarcófago de granito.

Finalmente, dentro dos santuários estava o sarcófago de Tutancâmon, feito de um único bloco de pedra medindo 2,75 metros de comprimento, 1,33 metro de largura e 1,49 metro de altura. Era fechado com uma tampa de granito rosa pesando 1250 kg.

Dentro do sarcófago de pedra havia três caixões antropomórficos, um dentro do outro. Os dois primeiros feitos de madeira de cipreste e o último feito de 110,4 kg de ouro puro. Este último continha a múmia de Tutancâmon com a máscara mortuária de ouro, lápis-lazúli, cornalina, quartzo, obsidiana, turquesa e vidro pesando 11 kg.

Santuarios e sarcófagos de Tutancâmon

Seção transversal dos santuários e sarcófagos da tumba de Tutancâmon: os números indicam os quatro santuários que guardavam o sarcófago de pedra (a). Dentro dele, havia outros três caixões (b, c, d), sendo o terceiro (d) de ouro puro com a múmia.

Os trabalhos na câmara duraram 8 anos. A remoção da tampa de cada peça foi tarefa cuidadosamente planejada. A múmia de Tutancâmon só foi revelada em 28 de outubro de 1925, quase três anos depois de encontrado o acesso à tumba.

A múmia estava embrulhada em 16 camadas de bandagens de linho e dentro de cada camada havia numerosas peças de joalheria e amuletos, figuras divinas e dois punhais de ouro. A múmia usava peitoral, colares, braceletes, brincos e tinha os dedos das mãos e dos pés cobertos com dedeiras douradas.

O exame da múmia revelou que o faraó tinha entre 17 e 19 anos quando morreu.

A estátua de Anúbis guarda o santuário dourado (ao fundo) dentro do qual estava o sarcófago de Tutancâmon.

Tutancâmon

Câmara funerária de Tutancâmon com o sarcófago de pedra e, no interior, a múmia do faraó protegida por um tampo de vidro blindado. É a única tumba do Egito em que se pode ver a múmia.

Saiba mais

Abertura

  • Peitoral de Tutancâmon (detalhe) com o olho de Hórus. Feita de ouro, lápis-lazúli, cornalina, madrepérola, turquesa e obsidiana. Museu do Cairo.

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