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Enem de 2016: questões de História

7 de novembro de 2016

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A prova de História do Enem de 2016 seguiu os parâmetros de anos anteriores, com enfoque essencialmente social e cultural abrangendo questões sobre o índio, o escravo e a mulher. Deu maior destaque à História do Brasil privilegiando o período da República. Referente ao período colonial, teve uma questão clássica: a Conjuração Baiana.

Em relação à História Geral, a prova concentrou-se na contemporaneidade com questões sobre o apartheid na África do Sul, a Revolução Islâmica e a Operação Condor na América Latina. Surpreendeu com uma questão específica sobre Roma Antiga, e nada sobre Idade Média, Moderna nem  temas referentes aos séculos XVIII e XIX.

Selecionamos da prova do Enem as 16 questões referentes à História. Veja, ao final, as respostas e comentários. Acrescentamos os comentários do prof. José Plínio Guimarães Fachel que nos enviou uma pertinente análise do Enem.

QUESTÃO 1

Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie de constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase todo mundo habitado ao seu governo exclusivo – fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras palavras, quem seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a ponto de considerar qualquer outro objetivo mais importante que a aquisição desse conhecimento? 

POLÍBIO. História. Brasilia: Editora UnB, 1985.

A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a

  • a) Ampliação do contingente de camponeses livres.
  • b) Consolidação do poder das falanges hoplitas.
  • c) Concretização do desígnio imperialista.
  • d) Adoção do monoteísmo cristão.
  • e) Libertação do domínio etrusco.

QUESTÃO 02

 

A memória recuperada pela autora apresenta relação entre

  • a) Conflito trabalhista e engajamento sindical.
  • b) Organização familiar e proteção à infância
  • c) Centralização econômica e pregação religiosa
  • d) Estrutura educacional e desigualdade de renda.
  • e) Transformação política e modificação de costumes.

QUESTÃO 3

 

A página do periódico do início do século XIX documenta um importante elemento da cultura francesa, que é revelador do papel do Brasil na economia mundial, indicado no seguinte aspecto:

  • a) Prestador de serviços gerais.
  • b) Exportador de bens industriais.
  • c) Importador de padrões estéticos.
  • d) Fornecedor de produtos agrícolas.
  • e) Formador de padrões de consumo.

QUESTÃO 04

TEXTO I

 

TEXTO II

Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para atrair novos devotos, pois eram obedientes a Deus e ao poder clerical. Contando e estimulando o conhecimento sobre a vida dos santos, a Igreja transmitia aos fiéis os ensinamentos eu julgava corretos e que deviam ser imitados por escravos que, em geral, traziam outras crenças de suas terras de origem, muito diferentes das que preconizava a fé católica.

OLIVEIRA, A. J. Negra devoção. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 20, maio 2007 (adaptado).

Posteriormente ressignificados no interior de certas irmandades e no contato com outra matriz religiosa, o ícone e a prática mencionada no texto estiveram desde o século XVII relacionados a um esforço da Igreja Católica para

  • a) Reduzir o poder das confrarias.
  • b) Cristianizar a população afro-brasileira.
  • c) Espoliar recursos materiais dos cativos.
  • d) Recrutar libertos para seu corpo eclesiástico.
  • e) Atender a demanda popular por padroeiros locais.

QUESTÃO 5

Em 1935, o governo brasileiro começou a negar vistos a judeus. Posteriormente, durante o Estado Novo, uma circular secreta proibiu a concessão de vistos a “pessoas de origem semita”, inclusive turistas e negociantes, o que causou uma queda de 75% da imigração judaica ao longo daquele ano. Entretanto, mesmo com as imposições da lei, muitos judeus continuaram entrando ilegalmente no país durante a guerra e as ameaças de deportação em massa nunca foram concretizadas, apesar da extradição de alguns indivíduos por sua militância política.

GRIMBERG, K. Nova língua interior: 500 anos de história dos judeus no Brasil. In: IBGE.

Uma razão para a adoção da política de imigração mencionada no texto foi o (a):

  • a) Receio do controle sionista sobre a economia nacional.
  • b) Reserva de postos de trabalho para a mão de obra local.
  • c) Oposição do clero católico à expansão de novas religiões.
  • d) Apoio da diplomacia varguista às opiniões dos líderes árabes.
  • e) Simpatia de membros da burocracia pelo projeto totalitário alemão.

QUESTÃO 6

O coronelismo era fruto de alteração na relação de forças entre os proprietários rurais e o governo, e significava o fortalecimento do poder do Estado antes que o predomínio do coronel. Nessa concepção, o coronelismo é, então, um sistema político nacional, com base em barganhas entre o governo e os coronéis. O coronel tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de voto.

CARVALHO, J.M. Pontos e bordados: escritos da história política. Belo Horizonte: Ed UFMG, 1996 (adaptado).

No contexto da Primeira República, as relações políticas descritas baseavam-se na

  • a) Coação das milícias locais.
  • b) Estagnação da dinâmica urbana.
  • c) Valorização do proselitismo partidário
  • d) Disseminação de práticas clientelísticas.
  • e) Centralização de decisões administrativas.

QUESTÃO 7

O regime do Apartheid adotado de 1948 a 1994 na África do Sul fundamentava-se em ações estatais de segregacionismo racial. Na imagem, fuzileiros navais fazem valer a “lei do passe” que regulamentava o(a)

  • a) Concentração fundiária, impedindo os negros de tomar posse legítima do uso da terra.
  • b) Boicote econômico, proibindo os negros de consumir produtos ingleses sem resistência armada.
  • c) Sincretismo religioso, vetando os ritos sagrados dos negros nas cerimônias oficiais do Estado.
  • d) Controle sobre a movimentação, desautorizando os negros a transitar em determinadas áreas da cidade.
  • e) Exclusão do mercado de trabalho, negando à população negra o acesso aos bens de consumo.

QUESTÃO 8

A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitam a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região. 

HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agencia feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA, S. (org.). Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.

A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela

  • a) Restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes.
  • b) Convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio.
  • c) Presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos.
  • d) Dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados.
  • e) Entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano.

QUESTÃO 9

O que ocorreu na Bahia de 1798, ao contrário das outras situações de contestação política na América Portuguesa, é que o projeto que lhe era subjacente não tocou somente na condição, ou no instrumento, da integração subordinada das colônias no império luso. Dessa feita, ao contrário do que se deu nas Minas Gerais (1789), a sedição avançou sobre a sua decorrência.

JANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA, c. g. (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000.

A diferença entre as sedições abordadas no texto encontrava-se na pretensão de

  • a) Eliminar a hierarquia militar.
  • b) Abolir a escravidão africana.
  • c) Anular o domínio metropolitano
  • d) Suprimir a propriedade fundiária.
  • e) Extinguir o absolutismo monárquico.

QUESTÃO 10

O Cruzeiro, década de 1960.

 

No anúncio, há referências a algumas das transformações ocorridas no Brasil nos anos 1950 e 1960. No entanto, tais referências omitem transformações que impactaram segmentos da população, como a

  • a) Exaltação da tradição colonial.
  • b) Redução da influência estrangeira
  • c) Ampliação da imigração internacional
  • d) Intensificação da desigualdade regional
  • e) Desconcentração da produção industrial.

QUESTÃO 11

TEXTO I

Disponível em: http://portal.iphan.gov.br Acesso em: 6 abri.2016.

TEXTO II

A eleição dos novos bens, ou melhor, de novas formas de conceber a condição do patrimônio cultural nacional, também permite que diferentes grupos sociais, utilizando as leis do Estado e o apoio de especialistas, revejam as imagens e alegorias de seu passado, do que querem guardar e definir como próprio e identitário.

ABREU, M.; SOIHET, R.; GONTIJO, R. (org.). Cultura política e leitura do passado: historiografia e ensino de história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

O texto chama a atenção para a importância da proteção de bens que, como aquele apresentado na imagem, se identificam como:

  • a) Artefatos sagrados.
  • b) Heranças materiais.
  • c) Objetos arqueológicos.
  • d) Peças comercializáveis.
  • e) Conhecimentos tradicionais.

QUESTÃO 12

A Operação Condor está diretamente vinculada às experiências históricas das ditaduras civil-militares que se disseminaram pelo Cone Sul entre as décadas de 1960 e 1980. Depois do Brasil (e do Paraguai de Stroessner), foi a vez da Argentina (1966), Bolívia (1966 e 1971), Uruguai e Chile (1973) e Argentina (novamente, em 1976). Em todos os casos se instalaram ditaduras civil-militares (em menor ou maior medida) com base na Doutrina de Segurança Nacional e tendo como principais características um anticomunismo militante, a identificação do inimigo interno, a imposição do papel político das Forças Armadas e a definição de fronteiras ideológicas.

PADRÓS, E. S. et al. Ditadura de Segurança Nacional no Rio Grande do Sul (1964-1985): hsitória e memória. Porto Alegre: Corag, 2009 (adaptado).

Levando-se em conta o contexto em que foi criada, a referida operação tinha como objetivo coordenar a

  • a) Modificação de limites territoriais.
  • b) Sobrevivência de oficiais exilados.
  • c) Interferência de potências mundiais.
  • d) Repressão de ativistas oposicionistas.
  • e) Implantação de governos nacionalistas.

QUESTÃO 13

A regulação das relações de trabalho compõe uma estrutura complexa, em que cada elemento se ajusta aos demais. A Justiça do Trabalho é apenas uma das peças dessa vasta engrenagem. A presença de representantes classistas na composição dos órgãos da Justiça do Trabaho [e também resultante da montagem dessa regulação. O poder normativo também reflete essa característica. Instituída pela Constituição de 1934, a Justiça do Trabalho só vicejou no ambiente político do Estado Novo instaurado em 1937.

ROMITA, A. S. Justiça do Trabalho: produto do Estado Novo. In: PANDOLFI, D. (org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV, 1999.

A criação da referida instituição estatal na conjuntura histórica abordada teve por objetivo:

  • a) Legitimar os protestos fabris.
  • b) Ordenar os conflitos laborais.
  • c) Oficializar os sindicatos plurais.
  • d) Assegurar os princípios liberais.
  • e) Unificar os salários profissionais.

QUESTÃO 14

TEXTO I

Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis” ou “gente Brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro.

SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA., C. G. (org.) Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).

TEXTO II

Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas.

SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.

Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da

  • a) Concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado.
  • b) Perpetuação corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias.
  • c) Compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados.
  • d) Transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval
  • e) Visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza.

QUESTÃO 15

TEXTO I

 

Tradução: “As mulheres do futuro farão da Lua um lugar mais limpo para se viver”. Anúncio publicitário de 1968.

TEXTO II

Metade da nova equipe da Nasa é composta por mulheres

Até hoje, cerca de 350 astronautas americanos já estiveram no espaço, enquanto as mulheres não chegam a ser um terço desse número. Após o anúncio da turma composta 50% por mulheres, alguns internautas escreveram comentários machistas e desrespeitosos sobre a escolha nas redes sociais.

A comparação entre o anúncio publicitário de 1968 e a repercussão da notícia de 2016 mostra

  • a) Elitização da carreira científica
  • b) Qualificação da atividade doméstica.
  • c) Ambição de indústrias patrocinadoras.
  • d) Manutenção de estereótipos de gênero.
  • e) Equiparação de papéis nas relações familiares.

QUESTÃO 16

Batizado por Tancredo Neves de “Nova República”, o período que marca o reencontro do Brasil com os governos civis e a democracia ainda não completou seu quinto ano e já viveu dias de grande comoção. Começou com a tragédia de Tancredo, seguiu pela euforia do Plano Cruzado, conheceu as depressões da inflação e das ameaças da hiperinflação e desembocou na movimentação que antecede as primeiras eleições diretas para presidente em 29 anos.

O álbum dos presidentes: a história vista pelo JB. Jornal do Brasil, 15 nov.1989.

O período descrito apresenta continuidades e rupturas em relação à conjuntura história anterior. Uma dessas continuidades consistiu na

  • a) Representação do legislativo como a fórmula do bipartidarismo.
  • b) Detenção de lideranças populares por crimes de subversão.
  • c) Presença de políticos com trajetórias no regime autoritário.
  • d) Prorrogação das restrições advindas dos atos institucionais.
  • e) Estabilidade da economia com o congelamento anual de preços

Respostas

1= C > Políbio destaca a compreensão que os próprios romanos tinham do papel imperialista de Roma que, na época em que o texto foi escrito, estava em plena expansão com a conquista de Cartago.

2= E > “Persépolis” trata da Revolução Islâmica, de 1979, que depôs o Xá Reza Pahlevi e instituiu um Estado teocrático que impôs costumes islâmicos conservadores à sociedade iraniana.

3= D > “O café do Brasil em Paris”, título da matéria da revista, ressalta o aspecto agrário-exportador da economia brasileira naquele período reforçando o caráter do Brasil como fornecedor de produtos agrícolas.

4= B > O uso da imagem de São Benedito, um santo negro, entre outros ícones, era uma maneira da Igreja Católica cristianizar as populações afro-brasileiras e conquistar mais fiéis. Comentário do prof. José Plínio G. Fachel: “esqueceram que a Igreja só assim o considerou [São Benedito] depois do século XIX, portanto a alternativa oficial não é segura. Os examinadores não “adaptaram” a imagem, adulteraram-na, no texto original está declarado que a Igreja de Nossa senhora das Dores e de São Benedito é uma irmandade dos negros, assim como era o liberto Benedito. Diante disso, a alternativa D, se considerada a premissa , estaria certa , pois as irmandades fazem parte do corpo eclesiástico católico.”

5 = E > Durante o Estado Novo, parte do funcionalismo público simpatizava com o governo totalitário da Alemanha nazista compactuando com a política antissemítica do nazismo. Comentário do prof. José Plínio G. Fachel: “não há dúvida de que Igreja Católica era contra a imigração judaica, e que tinha influência, apesar do positivismo pragmático de Vargas. A restrição à imigração de não católicos foi permanente e por vezes eficiente, desde o período colonial. Poderia se alegar a expressão novas religiões, para invalidar a alternativa C, mas como formalmente constituído e reconhecido o judaísmo era relativamente novo naquela conjuntura no Estado Brasileiro.”

6= D > O coronelismo baseou-se nas práticas clientelistas de troca de favores e no controle do eleitorado local por meio do voto de cabresto. Comentário do prof. José Plínio G. Fachel: “além e aquém do clientelismo, o texto descreve os coronéis, cargo militar que detinha milícias próprias,que “escolhia os delegados de polícia”, quem pode dizer frente a “Revolução de 1923″ que a alternativa a está errada? Só o MEC, Ministério dos Erros Constantes , que homogeniza e simplifica a História.”

7 = D > A “lei do passe” tinha como objetivo impedir que pessoas negras transitassem por certas regiões urbanas. Sob o regime do apartheid os negros sul-africanos não eram considerados cidadãos e, entre outras coisas, estavam proibidos de possuir terras em 87% do território nacional.  Comentário do prof. José Plínio G. Fachel: “desde as leis de 1913, [o apartheid] está presente formalmente na África do Sul. Será que com Mandela realmente terminou ou legitimou-se ideologicamente? As propriedades dos brancos e seus privilégios foram extintas? O apartheid era apenas uma realidade legal e formal? Claro que aconteceram reformas, mas terminou ? A Lei do passe regulava a movimentação também nas áreas rurais.”

8 = C > Entre os séculos XVIII e XIX, a expansão urbana levou à ampliação dos escravos de ganho e, entre eles, as negras de tabuleiro ou quitanteiras que vendiam seus produtos nas ruas das cidades. O dinheiro obtido era dado ao senhor podendo a escrava ficar com uma pequena parcela. Muitas negras libertas sobreviviam praticando, também, o comércio ambulante.

9 = B > A Conjuração Baiana ou dos Alfaiates (1798) foi um movimento emancipacionista como a Mineira (1789) diferenciando-se, contudo, por reivindicar a abolição da escravidão africana. Comentário do prof. José Plínio G. Fachel: “a afirmação generalizadora de que não havia a proposta de abolição entre os inconfidentes mineiros é no mínimo controversa. Semanticamente qual a vantagem de denominá-los de sediciosos?”

10 = D > O texto do anúncio “Novo toque de elegância na moderna paisagem brasileira” faz referência aos dois ícones daqueles anos – o carro e Brasília, a nova capital – que remetem à política desenvolvimentista que favoreceu as regiões Sul e Sudeste. O crescimento industrial não afetou o resto do país que continuava mergulhado na miséria e no atraso, contradição que  aprofundou as desigualdades sociais e regionais.

11 = E > A proteção do patrimônio cultural nacional inclui também técnicas e saberes tradicionais como a confecção de um instrumento musical como mostra a imagem.

12 = D > A Operação Condor foi uma aliança político-militar entre vários regimes militares da América do Sul com a CIA dos Estados Unidos com o objetivo de coordenar a repressão aos opositores e eliminar líderes de esquerda, principalmente de alinhamento comunista.

13 = B > A instituição da Justiça do Trabalho tinha como objetivo julgar causas conflituosas entre empregados e patrões.

14 = C > Os dois textos destacam o olhar eurocêntrico e estereotipado do europeu em relação aos nativos americanos.

15= D > Os textos sustentam a visão estereotipada da mulher, associada ao trabalho doméstico, de modo que sua atuação fora dele gera opiniões agressivas e preconceituosas.

16= C > A Nova República foi fundada sob uma transição conservadora, sendo a eleição de Tancredo Neves alcançada em consequência da aliança entre o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a Frente Liberal composta por civis muitos dos quais apoiavam o regime militar como foi o caso de José Sarney, vice de Tancredo.

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José Plínio Guimarães Fachel
José Plínio Guimarães Fachel
8 anos atrás

O INEP, criado na ditadura do Estado Novo, e o ENEM, continuam bitolando o ensino e a aprendizagem com questões supostamente objetivas, se esquecendo que a História é construida com verdades, no plural. Sempre aceitando corrigir erros, relativizações e críticas, mas o INEP é como o papa , supostamente infalível. As questões são aparentemente limpas e com respostas óbvias, olhando sob o tapete a sujeira dos preconceitos está lá. Na questão sobre São Benedito,4, se esqueceram que a Igreja só assim o considerou depois do século XIX, portanto a alternativa oficial não é segura. Os examinadores não “adaptaram” a imagem,a… Leia mais »

Joelza Ester
Joelza Ester
8 anos atrás

Olá José, suas colocações são pertinentes. As respostas, aparentemente simples e fáceis, mascaram complexidades e pasteurizam diversidades e conflitos. Optar por uma avaliação “objetiva” em Ciências Humanas corre-se o risco da simplificação redutora e distorcida da história. E isso me parece ter sido a tendência do Enem nos últimos anos. Perdeu-se o critério de avaliação de competências que existia nos primeiros exames. O governo tem pressa em colocar mais jovens na universidade e os exames não podem frear essa intenção. Obrigada por sua participação. Se me permite, gostaria de inserir suas observações no corpo do texto junto às questões que… Leia mais »

José Plínio Guimarães Fachel
José Plínio Guimarães Fachel
8 anos atrás
Responder para  Joelza Ester

Cara Ester, claro que podes, possuímos perspectivas didáticas coincidentes. Obrigado pela atenção.

Luiz Leonardo Langlois Spallon
Luiz Leonardo Langlois Spallon
8 anos atrás

Concordo com a análise do Professor José Plínio Guimarães Fachel, do qual tive a imensa satisfação de ser aluno. Realmente a prova do ENEM é uma prova vazia, simplificada, pseudo-inclusiva, mas que na verdade estimula generalizações e facilitação de certos conteúdos. Vale lembrar que, desde 2009, várias questões com sérios problemas foram mantidas como corretas em virtude da impossibilidade do contraditório. É uma prova que privilegia regionalismos centrais legando os outros às margens da história. No entanto, acredito que, diante da nova conjuntura política, e de todas as irregularidades que envolveram o ENEM (tais como a redação), os seus dias… Leia mais »

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