DoaçãoPrecisamos do seu apoio para continuar com nosso projeto. Porque e como ajudar

TelegramEstamos também no Telegram, siga nosso grupo. Estamos no TelegramAcesse Siga

Mulheres da mitologia grega que desafiaram o poder masculino

6 de agosto de 2024

1399
Visitas

4
compartilhamentos

Acessibilidade
Array ( [0] => WP_Term Object ( [term_id] => 4182 [name] => Antígona [slug] => antigona [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4182 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [1] => WP_Term Object ( [term_id] => 4179 [name] => Clitemnestra [slug] => clitemnestra [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4179 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [2] => WP_Term Object ( [term_id] => 4174 [name] => Cronos [slug] => cronos [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4174 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [3] => WP_Term Object ( [term_id] => 4172 [name] => Demeter [slug] => demeter [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4172 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [4] => WP_Term Object ( [term_id] => 4171 [name] => deusas [slug] => deusas [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4171 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [5] => WP_Term Object ( [term_id] => 3414 [name] => EF06HI19 [slug] => ef06hi19 [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 3414 [taxonomy] => post_tag [description] => Descrever e analisar os diferentes papéis sociais das mulheres no mundo antigo e nas sociedades medievais. [parent] => 0 [count] => 6 [filter] => raw ) [6] => WP_Term Object ( [term_id] => 4175 [name] => Gaia [slug] => gaia [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4175 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [7] => WP_Term Object ( [term_id] => 4176 [name] => Geia [slug] => geia [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4176 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [8] => WP_Term Object ( [term_id] => 2980 [name] => história das mulheres [slug] => historia-das-mulheres [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 2980 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 8 [filter] => raw ) [9] => WP_Term Object ( [term_id] => 4180 [name] => Ifigenia [slug] => ifigenia [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4180 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [10] => WP_Term Object ( [term_id] => 4183 [name] => Lisistrata [slug] => lisistrata [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4183 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [11] => WP_Term Object ( [term_id] => 4181 [name] => Medeia. Medusa [slug] => medeia-medusa [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4181 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [12] => WP_Term Object ( [term_id] => 347 [name] => mitologia grega [slug] => mitologia-grega [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 347 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 4 [filter] => raw ) [13] => WP_Term Object ( [term_id] => 698 [name] => mulheres [slug] => mulheres [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 698 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 11 [filter] => raw ) [14] => WP_Term Object ( [term_id] => 4173 [name] => Persefone [slug] => persefone [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4173 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [15] => WP_Term Object ( [term_id] => 4178 [name] => Reia [slug] => reia [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4178 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) [16] => WP_Term Object ( [term_id] => 4177 [name] => Rhea [slug] => rhea [term_group] => 0 [term_taxonomy_id] => 4177 [taxonomy] => post_tag [description] => [parent] => 0 [count] => 1 [filter] => raw ) )
BNCC

Compartilhe

Na Grécia antiga, a mulher estava sujeita a rígidas regras patriarcais: era considerada menor, estava sujeita à autoridade do pai antes do casamento e depois à do marido, não tinha direito de voto e, portanto, não era cidadã. No entanto, na mitologia, as mulheres confrontaram o poder e resistiram ferozmente à injustiça e à opressão masculina.

As poderosas deusas da criação

O poder das deusas está presente na mitologia grega desde o mito da criação do mundo. Gaia ou Geia, a deusa da Terra, o elemento primordial de onde saíram as raças divinas, rebela-se contra o seu marido Urano, o Céu, que não deixava seus filhos serem livres e os havia encarcerado nas profundezas não permitindo que vissem a luz. Gaia decide libertá-los e ordena que seu filho Cronos castre seu pai e assuma seu trono.

Cronos (Saturno, romano) castra seu pai Urano, pintura de Giorgio Vasari, c. 1550.

Uma vez no poder, Cronos não tardou a se mostrar tão brutal quanto o pai. Com medo de ser destronado por seus filhos, Cronos devora todos os bebês que sua esposa Rhéa ou Reia dá à luz. Quando o sexto filho nasce, Rhéa, a conselho de Gaia, esconde a criança em uma caverna profunda.

Cronos devorando um de seus filhos, tela de Rubens, 1636.

Rhéa dá a Cronos uma pedra enrolada em um cobertor fazendo-o acreditar que é outro bebê. Zeus, o sexto filho, cresce longe dos pais. Ao chegar à idade adulta, Zeus cumpriu a profecia: forçou Cronos a vomitar seus irmãos que havia engolido e, com ajuda deles, destronou o pai durante a batalha conhecida como Titanomaquia. Cronos é jogado no Tártaro onde ficou preso para sempre.

Rhea dá uma pedra enrolada no cobertor para Cronos, vaso ático, 460–450 a.C.

Mas a história se repete e o novo líder dos deuses mais uma vez teme que sua esposa esteja conspirando para derrubá-lo. Como deus dos deuses, Zeus teme sua esposa Hera, que se vinga de todas as suas transgressões especialmente dos seus numerosos casos amorosos. Por algum tempo uma ninfa chamada Eco foi encarregada de distrair Hera falando incessantemente, afastando assim sua atenção dos casos amorosos de seu marido; quando Hera descobriu o estratagema, condenou Eco a repetir para sempre as palavras de outras pessoas.

A vingança de Deméter

A história de Deméter e sua filha Perséfone mostra uma deusa poderosa que se mantém firme contra as divindades masculinas. Deméter, filha de Cronos e Rhéa, é a deusa da agricultura, garante a fertilidade da terra e protege as plantações.

Perséfone (também conhecida como Core pelos gregos e Prosérpina pelos romanos) é sequestrada por Hades (Plutão romano), o rei do submundo, o sombrio local abaixo da terra para o qual se encaminham as almas dos mortos.

Mural com Hades sequestrando Perséfone em uma carruagem.

Deméter se desespera e procura a filha por nove dias e nove noites, percorrendo o mundo sem comer, sem beber e sem se banhar. Informada sobre quem tinha sido o raptor de sua filha, Deméter abandona o Olimpo e recusa-se a cumprir sua função. A terra fica estéril, os alimentos escasseiam e os humanos morrem de fome. A ordem no mundo estava ameaçada.

Apesar dos apelos de Zeus, Deméter não cede. Ela não voltará ao seu lugar no Olimpo até que Perséfone lhe seja devolvida.

Finalmente, Zeus é forçado a encontrar uma solução que agrade Deméter: a cada primavera, Perséfone voltaria à terra para se juntar à mãe durante parte do ano. Depois, no tempo da semeadura, retornava ao submundo para ficar com Hades quando, então, é inverno na Terra.

Mulheres assassinas

A cultura grega desconfiava das mulheres obstinadas e as retratava como vilãs. Segundo a estudiosa clássica Mary Beard, os escritores do sexo masculino caracterizam as mulheres dessa forma para justificar sua exclusão do poder. Ela afirma que as mulheres são, na sua maioria, retratadas como usurpadoras do poder tomando-o de forma ilegítima, o que leva à fratura e à destruição do Estado. Clitemnestra e Medeia são exemplares da visão masculina grega sobre as mulheres.

Clitemnestra era esposa de Agamenon, rei de Micenas e líder dos exércitos gregos em Troia. Ela mesma já era uma vítima do poder masculino: Agamenon havia assassinado seu primeiro marido e filho, a estuprou e a forçou ao casamento. Na partida para Troia, os navios ficaram retidos no porto pela falta de ventos. Agamenon, então, consentiu sacrificar sua filha Ifigênia para que a deusa Artêmis fizesse soprar bons ventos.

Revoltada com o sacrifício de sua filha, Clitemnestra prepara a vingança contra o marido. Primeiro, ela toma o poder em Micenas enquanto Agamenon ainda está em Troia. Une-se a Egisto, um primo de Agamenon e juntos planejam seu assassinato.

Quando Agamenon retorna, Clitemnestra entrega-lhe uma túnica para vestir. Mas a roupa não tinha aberturas para a cabeça e os braços e enquanto Agamenon tenta se desvencilhar da roupa, Clitemnestra o esfaqueia até a morte.

Medeia é outra personagem feminina terrível e fascinante da mitologia grega por envolver sentimentos contraditórios e cruéis. Ela é retratada como uma bruxa, uma mulher com poderes mágicos e conhecedora de ervas poderosas que enfeitiçam. Apaixonada por Jasão, ela o ajuda a pegar o velocino de ouro (lã de ouro do carneiro alado) e também a escapar de diversas armadilhas que o levariam à morte.

Sua vida feliz ao lado de Jasão foi, porém, de curta duração. Este a abandona para casar com Creusa ou Glauce, filha do rei de Corinto. Inconformada com a traição, Medeia fez chegar à princesa, uma túnica e joias impregnadas de veneno. Assim que a rival se vestiu, seu corpo foi inteiramente consumido pelo fogo.

Medeia foge para Atenas, mas, antes, para vingar a ingratidão do marido mata seus filhos em um ato de fria e premeditada vingança, segundo a versão de Eurípedes, apresentada em 431 a.C.

Medeia prestes a matar os filhos, pintura de Eugène Delacroix, 1838.

A estudiosa clássica e intelectual feminista Shelley Haley aponta que Medeia é determinada e orgulhosa, características consideradas tipicamente masculinas na cultura grega. Segundo ela, as ações de Medeia são uma maneira de afirmar sua individualidade contra as expectativas da sociedade grega. Na versão de Eurípedes, Medeia descreve o triste destino das mulheres que estão indefesas à mercê da vontade de seus maridos.

Para Haley, Medeia “resiste às normas culturais que fazem da procriação a única razão da existência feminina. Medeia ama os filhos, mas, como homem, o orgulho vem em primeiro lugar”.

Mulheres na comédia e na tragédia

De forma mais humorística, em Lisístrata, peça teatral de Aristófanes, as mulheres de Atenas, em protesto contra a destrutiva Guerra do Peloponeso, fazem uma greve sexual. Sob tal pressão, os seus maridos cedem rapidamente e a paz é negociada com Esparta.

Lisístrata, a líder das grevistas, explica que as mulheres sofrem duplamente com a guerra, mesmo que não tenham poder de decisão sobre a guerra. Elas sofrem por terem filhos e depois por vê-los partir como soldados. Depois, por elas sofrem por ficarem viúvas e escravizadas, além das consequências da guerra.

Finalmente, numa famosa tragédia de Sófocles, Antígona luta pela dignidade humana face à autocracia. Quando seus irmãos, Etéocles e Polinices, brigam pelo trono de Tebas e acabam se matando, o novo rei, Creonte, ordena que apenas Etéocles, a quem ele considera o rei legítimo, fosse enterrado com honras.

Antígona se revolta e exige que se respeite a lei divina e não a tirânica lei de Creonte. Ela considera um dever sagrado, de piedade fraternal e piedade humana enterrar dignamente os mortos. Enfrentando a proibição de Creonte, Antígona espalha terra sobre o corpo insepulto de Polinices, um gesto simbólico que permite aos mortos passarem para a vida após a morte.

Antígona age sabendo que Creonte a matará para fazer cumprir seu decreto, mas ela está disposta a oferecer o sacrifício final por suas crenças. É condenada à morte e enterrada viva.

Medusa: de monstro a símbolo de resiliência

Ao longo destas histórias, as personagens femininas representam a justiça moral e personificam a resistência feminina frente ao poder masculino. Talvez seja por isso que a figura da Medusa, tradicionalmente vista como um terrível monstro feminino derrotado pelo herói Perseu, tenha sido recentemente reinterpretada como um símbolo de força e resiliência.

Segundo o poeta romano Ovídio (43 a.C.-17 d.C.), a jovem e bela Medusa foi transformada num monstro e seu lindo cabelo, em serpentes após o seu estupro por Poseidon. A infeliz mulher foi, ao final, decapitada por Perseu.

Muitas sobreviventes de agressão sexual adotaram a imagem de Medusa como um símbolo de resiliência.

O escultor Luciano Garbati derrubou o mito. Revisitando a imagem tradicional do vitorioso Perseu com a cabeça de Medusa, o artista deu à Medusa uma nova posição com sua escultura Medusa com cabeça de Perseu. A obra tornou-se um símbolo do movimento #MeToo quando foi instalada na frente do tribunal onde o produtor de filmes Harvey Weinstein e outros acusados ​​de agressão sexual foram julgados e condenados em 2020.

À esquerda, Perseu com a cabeça de Medusa, de Benvenutto Cellini, bronze, 1545–1554, Florença. À direita, Medusa com a cabeça de Perseu, de Luciano Garbati, bronze, 2008.

Fonte

Saiba mais

Doação
Doação

Estamos no limite de nossos recursos 😟 O site Ensinar História produz conteúdo de qualidade sem custos, sem propaganda e sem restrições aos seguidores. Contribua com nosso projeto realizando uma doação.

Compartilhe

Comentários

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Outros Artigos

Últimos posts do instagram

Fique por dentro das novidades

Insira seu e-mail abaixo para receber atualizações do blog:

    0
    Adoraria saber sua opinião, comente.x