A história das mulheres africanas é povoada de rainhas, guerreiras e líderes espirituais que romperam costumes, conquistaram poder e respeito, expandiram domínios, combateram invasores europeus e insuflaram coragem em seu povo. Seus nomes ficaram registrados em pedra, pergaminhos, nos relatos de estrangeiros e eternizados na tradição oral.
A lista que apresentamos é pequena pois reúne apenas 14 nomes que cobrem milênios da História da África. Uma ausência proposital: Cleópatra, a célebre e última rainha do Egito antigo. Ela cedeu espaço para outras mulheres africanas formidáveis, porém nem sempre lembradas.
1. Hatshepsut (c.1479-1458 a.C.), rainha de Kemet, Egito
Uma das maiores rainhas do Egito Antigo, Hatshepsut pertenceu à 17a. dinastia do Império Novo. Ascendeu ao trono como regente após a morte de seu meio-irmão e esposo Tutmés II, uma vez que o herdeiro Tutmés III era ainda uma criança. Mais tarde, Hashepsut decidiu assumir a dignidade faraó e governar em seu direito. Adotou os atributos faraônicos como títulos, cetros, barba postiça e cauda de touro.
Entretanto, Hashepsut não substituiu o rei mas estabeleceu uma situação inédita na história egípcia: o poder nas mãos de dois reis. Hatshepsut não excluiu o rei da história, e em quase todas as imagens produzidas em monumentos Tutmés III aparece com ela. Após sua morte, Tutmés III procurou apagar seu nome da história, possivelmente por vingança, e os monumentos de Hatshepsut foram derrubados.
Hashepsut envolveu-se em guerras, uma delas contra a Núbia, realizou vasto programa de obras públicas, construiu uma grande marinha e expandiu o comércio exterior como a expedição a Punt, na Somália atual, que trouxe ao Egito riquezas como mirra, incenso, ébano, marfim e animais exóticos.
O corpo de Hashepsut foi sepultado no Vale das Rainhas. Seu nome voltou a ser conhecido a partir de escavações realizadas em 1922 quando foram encontradas as suas estátuas. Recentemente a múmia de Hatchepsut foi localizada através de uma pesquisa que contava com testes de DNA e tomografia computadorizada. Cientistas descobriram também que sua morte foi devido a uma infecção na gengiva…
2. Tiye (c. 1398-1338 a.C.), rainha de Kemet, Egito
A história da rainha Tiye, conhecida também como Taia, Tiy e Tiyi é tão misteriosa quanto a das pessoas que viveram naquele período. Segundo muitos historiadores, era uma princesa núbia, outros afirmam que sua origem era síria, do Império Mitanni (que existiu no que é hoje a região oriental da Turquia).
Casou-se com Amenhotep III ou Amenófis III (pesquisas recentes revelaram ser seu primo) que governou o Egito entre 1389 e 1351 a.C. ou entre 1391 e 1353 a.C., uma era de paz, prosperidade e de esplendor artístico.
Tiye detinha o título de “Grande Esposa Real” e desempenhou um papel ativo na política do Egito. Foi a primeira rainha egípcia conhecida cujo nome apareceu em atos oficiais. Governou o Egito por quase meio século exercendo forte influência sobre os primeiros anos do reinado de seu filho Aquenáton. Foi avó de Tutancâmon.
Foi dita como o padrão de beleza do mundo antigo. Sua múmia, descoberta em 1898, estava sem as faixas de linho e muito danificada por ladrões de tumbas. Era uma mulher de meia-idade, de traços bonitos, e seus dentes e cabelos longos estavam bem preservados.
3. Nefertiti (c. 1370-1330 a.C.), rainha de Kemet, Egito
Esposa do faraó Aquenáton (1353-1336 a.C.) e, portanto, nora da rainha Tiye, seu nome significa “a mais bela chegou”. Sua origem é pouco conhecida, alguns pesquisadores a identificam como uma princesa do Império Mitani. Nas paredes de túmulos e templos foi retratada como uma mulher de poder e autoridade, muitas vezes dirigindo um carro de guerra ou atacando o inimigo. Ela e Aquenáton foram responsáveis pela agitação cultural e religiosa do Egito que estabeleceu o culto monoteísta de Aton.
Sua morte é ainda desconhecida. Acredita-se que teria sido assassinada a mando dos sacerdotes de Amon que não aceitavam o Deus Aton como único do Egito. A morte de Nefertiti, o braço direito de Aquenáton, desestabilizou o faraó que contava com seu indiscutível apoio para o projeto do “Deus Único”. Cerca de dois anos depois, Aquenáton veio a falecer, também de forma misteriosa. Restou como herdeiro real Tutancâmon então com 9 anos de idade em cujo reinado foi restaurada a religião politeísta tradicional.
4. Nefertari (c. 1290-1254 a.C.), rainha de Kemet (Egito)
Seu nome significa “a mais bela, a mais perfeita”. Foi esposa do faraó Ramsés II e, tal como rainhas anteriores, Nefertari exerceu um importante papel nas negociações de paz com os povos vizinhos, nomeadamente com os hititas. Ficou a seu cargo realizar os rituais sagrados do estado, o que evidencia a sua importância na corte.
O amor de Ramsés pela rainha ficou imortalizado no magnífico templo que mandou talhar na rocha em Abu Simbel.Seu túmulo foi encontrado em 1904 e, mesmo tendo sido saqueado diversas vezes nos séculos passados, ainda era um dos mais luxuosos do Vale das Rainhas. Com 520 metros quadrados, tem as paredes inteiramente recobertas por pinturas da rainha. Acredita-se que, antes dos saques, continha muitos tesouros. Mas a múmia de Nefertari não foi encontrada. Apenas um par de joelhos mumificados que, pesquisas realizadas em 2016 revelaram pertencerem, de fato, a Nefertari.
5. Makeda (c. 960 a.C.), a rainha de Sabá
Mencionada na Bíblia, no Torá, no Alcorão, na história da Etiópia e do Iémen, Makeda foi rainha de Sabá, o reino antigo mais poderoso da Arábia Feliz. A localização do reino pode ter incluído os atuais territórios da Etiópia e do Iémen. A rainha recebeu diferentes nomes ao longo do tempo. Para os etíopes é Makeda, para o rei Salomão era simplesmente a “rainha de Sabá”. Na tradição islâmica ela é Balkis. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, a chamou de Nicaula.
Uma antiga compilação de lendas etíopes, o Kebra Nagast ou “Glória dos Reis”, escrito há 700 anos, relata a história de Makeda e seus descendentes. Neste relato, o rei Salomão teria seduzido a rainha e tido com ela um filho Menelik que significa “filho do homem sábio” e se tornaria o primeiro imperador da Etiópia.
Conta-se que Menelik, em visita a Salomão em Jerusalém, teria sido presenteado pelo pai com a Arca da Aliança que continha as tábuas dos Dez Mandamentos. A arca foi levada para o reino de Sabá onde ela se encontraria até hoje, guardada em uma igreja e inacessível às pessoas.
Em 8 de maio de 2008, a Universidade de Hamburgo anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, sob a direção do professor Helmut Ziegert, descobriram os restos do palácio da Rainha de Sabá, datados do século X a.C., em Axum (ou Aksum), uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real.
6. Amanishakheto (40?-10? a.C.), candace de Kush ou Cuxe
Candace era um título atribuído a uma linhagem de rainhas guerreiras que governaram o reino de Kush ou Cuxe, no sul do Egito. Fontes antigas menciona as Candace como rainha da Etiópia, termo que na Antiguidade denominava a região onde se situavam os povos negros do continente africano, o que poderia se referir à Núbia, no sul do Egito e ao Sudão.
Amanishakheto ou Amanirenas foi uma das mais famosas candaces por ter infligido uma grande derrota ao exército do imperador romano Otávio Augusto. De aspecto viril e cega de um olho, que teria perdido em combate, era conhecida por ser uma líder feroz, tática e unida.
O Egito tornara-se província romana em 30 a.C. Aproveitando-se que o governante romano estava em campanha na Arábia, a candace Amanishakheto saqueou as cidades de Assuã e Filas, expulsa os judeus da ilha de Elefantina e leva para Meroé, a capita cuxita, muitos prisioneiros e estátuas romanas incluindo a cabeça de uma estátua do imperador, como troféu de guerra.
Petrônio decide realizar uma expedição punitiva que termina na tomada da cidade cuxita de Napata, em 23 a.C. Pouco depois, um tratado de paz foi assinado com a candace Amanishakheto, no qual o imperador romano reconhece a Núbia como uma potência independente, e, portanto, livre de pagar tributos a Roma.
7. Amina (1425?), rainha huaçá de Zazau, atual Nigéria.
Amina, também conhecida como Aminatu, foi uma grande guerreira da cavalaria hauçá e que, mais tarde, se tornou rainha de Zazau, uma província da atual Nigéria, conhecida depois como Zaria. Zazau foi uma das várias cidades-estado Hauçá que dominaram o comércio transaariano após o colapso do império Songhai a oeste. Sua riqueza provinha do comércio, especialmente de artigos de couro, tecidos, cola, sal, cavalos e metais.
Amina reinou na primeira metade do século XV e, segundo a tradição, por cerca de três décadas. Foi a primeira liderança, na Hauçalândia a possuir eunucos e comerciar noz-de-cola em grande escala. Estendeu as fronteiras do reino submetendo os governantes locais a vassalos para permitir a passagem dos comerciantes hauçás. Com isso favoreceu o comércio tornando o reino ponto de convergência do comércio Norte-Sul do Saara e Leste-Oeste do Sudão. Ordenou, também, a construção de uma muralha defensiva em torno da cidade, uma característica comum dos estados hauçás e que ficaram conhecidos como “muros de Amina”.
8. Nzinga (1582-1663), rainha de Matamba
Conhecida como Jinga e Ginga, ela era membro da etnia Jagas, um grupo guerreiro que formava um escudo contra os portugueses comerciantes de escravos. Ela formou alianças contra potências estrangeiras para libertar Angola da influência europeia. Usou a religião como ferramenta política para controlar seus inimigos. Sua morte em 17 de dezembro de 1663 abriu as portas para Portugal implantar o grande comércio de escravos. No entanto sua luta ajudou a despertar a resistência contra os invasores. Estes incluem Madame Tinubu, da Nigéria; Nandi, a mãe do grande guerreiro zulu Shaka; Kaipkire, do povo herero do sudoeste africano; e o exército feminino que seguiu p rei Behanzin Bowelle, do Daomé.
Veja mais
- Nzinga, a rainha negra que combateu os traficantes portugueses (parte 1)
- Nzinga abre guerra contra os portugueses (parte 2)
9. Yaa Asantewa (c. 1840-1921), reino Axânti (Ashanti)
Ela foi rainha mãe de Ejisu no Império Axânti, atual Gana. Liderou a rebelião Axânti, conhecida como a Guerra do Trono de Ouro, contra o colonialismo britânico. Quando os britânicos capturaram o rei Prempeh I, em 1896, Yaa Asantewaa tornou-se regente. O governador da Costa do Ouro exigiu que lhe entregasse o Trono de Ouro, símbolo da nação Axânti. Os membros do governo Axânti se reuniram para discutir como libertar seu rei. Percebendo que alguns deles demonstravam medo, conta-se que Yaa Asantewa se levantou-se e dirigiu-se aos membros do conselho com um discurso que se tornou célebre:
Agora eu vejo que alguns de vocês têm medo de lutar pelo nosso rei. Se fosse nos dias heroicos de Osei Tutu, Okomfo Anokye e Opolu Ware que foram chefes e não ficariam sentados vendo seu rei ser levado sem disparar um único tiro. Nenhum homem branco teria ousado falar com o chefe dos Axânti como o governador falou para vocês essa manhã. É verdade que a bravura dos Axânti acabou? Eu não posso acreditar! Isso não pode ser! Se vocês homens de Axânti não seguirem adiante, nós as mulheres iremos. Chamarei minhas companheiras e lutaremos contra os homens brancos. Lutaremos até que a última de nós caia no campo de batalha”.
O discurso incitou os chefes Axânti a entrarem em guerra contra os britânicos. A guerra estourou em março de 1900. Durante meses, liderados pela rainha Yaa Asantewa, eles enfrentaram os britânicos que se viram obrigados a pedir reforços de 1.400 homens. Yaa Asantewa e outros líderes foram capturados pelos britânicos e enviados para o exílio nas ilhas Seychelles.
A guerra de Yaa Asantewa foi a última grande guerra na África liderada por uma mulher. Ela morreu longe de sua terra no ano de 1921, com 71 anos de idade. O sonho de Yaa Asantewaa para uma Axânti livre do domínio britânico se tornou realidade em 6 de Março de 1957, quando o protetorado Axânti se tornou independente como parte de Gana, o primeiro país africano na África subsaariana a conseguir esta façanha.
10. Kahina (séc. VII), líder berbere
Kahina ou Dahlia al-Kãhina foi uma líder militar e religiosa berbere do século VII. Por cinco anos ela governou um estado berbere livre das Montanhas Aures, no oásis de Gadames (695-700 d.C.). Convertida ao judaísmo, ela liderou as tribos judaicas do norte da África contra a expansão árabe no leste do Magrebe, então conhecida como Numídia. Entre os historiadores e cronistas árabes era chamada de “feiticeira”.
Por volta de 703, Kahina foi morta em um combate perto de um poço que ainda leva seu nome, Bir al Kahina em Aures, na atual Argélia. Sua cabeça foi enviada para o califa como um troféu.
Nos séculos posteriores, a imagem de Kahina servir para reforçar as reivindicações dos berberes em al-Andalus contra as reivindicações árabes de supremacia étnica. Continua, nos dias atuais, sendo usada por ativistas berberes como exemplo de força identitária. Embora sua verdadeira aparência ainda seja desconhecida, seu rosto é frequentemente visto em grafites e esculturas em torno da Argélia para representar os ideais progressistas. Para o governo islâmico, contudo, ela é uma força a ser combatida. Uma estátua de Kahina em Baghai foi condenada pelo governo como blasfêmia ao Islã.
11. Ranavalona (1778-1861), rainha de Madagascar
Rainha de Madagascar entre 1828 e 1861 Governou Assumindo o trono de Madagascar, a grande ilha no Oceano Índico, em 12 de junho de 1829, o primeiro ato de Ranavalona foi eliminar todos seus oponentes. Expulsou os missionários cristãos de Madagascar, desfez acordos comerciais firmados com a França e a Inglaterra e até entrou em guerra marítima contra os franceses.
Célebre por suas maldades, entre as quais pendurar 15 missionários cristãos sobre um precipício e mandar cortas as cordas que os sustentavam, matando a todos. Usou trabalho forçado para concluir obras públicas e criou um exército permanente de 20 a 30.000 soldados A combinação de guerras regulares, doenças, trabalho forçado e medidas severas de justiça resultaram em uma alta taxa de mortalidade entre soldados e civis durante seu reinado de 33 anos.
A imagem de tirana cruel e insana foi, contudo, uma construção dos contemporâneos europeus. Pesquisas acadêmicas recentes reformularam as ações de Ranavalona como as de uma rainha que procurou expandir seu império enquanto protegia a soberania malgaxe contra a invasão política e cultural européia.
Deixando de lado a maioria das relações comerciais estrangeiras, a rainha seguiu uma política de autossuficiência, possibilitada pelo uso frequente da longa tradição malgaxe de trabalho compulsório em vez de pagamento de impostos em dinheiro ou bens
12. Nandi ka Bhebhe (c.1760-1827), rainha Zulu
Era mãe de Shaka Zulu, um dos maiores reis do reino zulu, na África do Sul. A história da rainha Nandi é de resiliência como mãe e contra as pressões sociais. Ela ficou grávida de Senzangakhona, rei do povo zulu mas a criança que foi considerada ilegítimo. Em consequência, ela sofreu grande humilhação e rejeição social, e teve que proteger seu filho da fome, tentativas de assassinato e inimigos.
Quando Shaka foi nomeado chefe dos zulus, ele fez de Nandi a rainha do clã e sua conselheira. Com o passar dos anos, Shaka começou a tratar sua mãe com reverência, quase como uma figura divina Nandi permaneceu conselheira de Shaka exercendo estimulando a resistência do povo zulu contra os colonizadores europeus.
Morreu em 10 de outubro de 1827 e o reino entrou em um longo período de luto conhecido como “Isililo SikaNandi”. Shaka ordenou que nenhuma plantação fosse cultivada durante um ano, nenhum leite (a base da dieta zulu, na época) deveria ser usado, e qualquer mulher que engravidasse seria morta junto com o marido. As vacas foram abatidas para que seus filhotes soubessem o que é perder uma mãe.
13. Nehanda (c. 1840–1898), Zimbabué
Nehanda Charwe Nyakasikana foi uma líder espiritual do povo Shona sobre o qual gozava de grande respeito e poder. Comprometida em defender a cultura tradicional shona, Nenhanda estimulou a revolta de 1896-1897 contra a colonização britânica.
Em 1897, ela foi capturada e, considerada culpada pelo assassinato do comissário Pollard, foi enforcada. Muitas histórias nasceram em torno da dificuldade em matá-la.
O heroísmo de Nehanda tornou-se uma fonte de inspiração na luta nacionalista pela libertação nos anos 1960 e 1970. Ela ainda é reverenciada como Mbuya (avó) Nehanda pelo povo do Zimbábue.
14. Mino, as amazonas do Daomé, atual Benin.
Elas formavam a tropa de elite do rei do Daomé, na atual República de Benin, e aterrorizaram africanos e colonizadores europeus. Eram chamadas de Mino, que significa “nossas mães”, na língua fon.
Por volta de 1720, a tropa feminina já estava armada com mosquetes adquiridos de comerciantes europeus em troca de escravos. No século seguinte, as tropas reuniam entre 1.000 e 6.000 mulheres-soldadas sob comando feminino. Eram rigorosamente treinadas e estavam equipadas com armas dinamarquesas, depois substituídas por rifles Winchesters.
As amazonas lutaram para aprisionar cativos que abasteciam o lucrativo comércio de escravos de Daomé. O reino africano foi um dos grandes fornecedores de escravos para as Américas, inclusive para o Brasil.
No final do século XIX, as mulheres guerreiras de Daomé combateram as forças francesas lutando corpo a corpo nas guerras de 1890 e 1892-1894. Os europeus ficaram impressionados com a coragem, ousadia e ferocidade das amazonas, muitas delas jovens de 16-18 anos de idade.
A última vez que elas entraram em combate foi em 1894, quando a França subjugou o reino africano. As tropas femininas foram dissolvidas e novos valores foram impostos, entre eles o casamento que submeteu a mulher à dependência e autoridade do marido.
Acredita-se que a última sobrevivente das amazonas de Daomé tenha sido uma mulher chamada Nawi. Em uma entrevista de 1978 para um historiador beninense, ela alegou ter lutado contra os franceses em 1892. Ela morreu em novembro de 1979, com mais de 100 anos.
Fonte
- LOPES, Nei; MACEDO, José Rivair. Dicionário de História da África, séculos VII a XVI. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
- TYLDESLEY, Joyce A. Chronicle of the Queens of Egypy. The American, 2006
- JACKSON, Guilda M. Women leaders of Africa, Asia, Middle East and Pacific: a biographical reference. Xlibris Corporation, 2009.
- ALPERN, Stanley B. Amazons of black Sparta: the women warriors of Dahomey. New York University Press, 2011.
- BAY, Edna. Wives of the Leopard: gender, politics and culture in the Kingdom of Dahomey. Charlottesville: University of Virginia Press, 1998.
- Great Ancient African Queens. Site .comAfrica.
- Queen mother Nana Yaa Asantewaa of West Africa’s Ashanti Empire. Black History Heroes.
Muito bom Cleópatra não fazer parte da lista afinal todas as Cleópatras eram gregas, descendentes dos Ptlomeus e continuavam o domínio estrangeiro sobre a Africa. Na época ameaçado pelo domínio romano. Já a lista achei fascinante. Parabéns pelo post.
E Aqualtune? Também foi uma princesa e guerreira africana (Reino do Congo). O que pode dizer-me sobre ela? Muito grata.
Isabel
Olá Isabel, As referências sobre Aqualtune constam em fontes brasileiras e as indicações são muito esparsas. Diz a tradição que ela era uma princesa africana, filha do rei do Congo. Por que “tradição”? As fontes escritas da época são unicamente europeias e os comerciantes de escravos não se preocupavam em registrar corretamente os nomes dos escravizados, mesmo porque eles logo receberiam um nome cristão, e nem sua origem ou linhagem; a indicação “princesa” pode ser uma reinterpretação do status social aquela jovem escravizada que não correspondia exatamente a sua posição social. Outra questão, é definir “rei do Congo”. O que… Leia mais »