Em 24 de fevereiro de 1582, foi assinada, pelo Papa Gregório III, a Bula Inter gravíssimas que introduzia uma série de emendas, correções e reformas no calendário juliano (em uso desde 46 a.C.) e nas tabelas de cálculo da Páscoa até então utilizadas. A bula estabelecia, assim, um novo calendário que viria a ser conhecido pelo nome do papa que o proclamou – calendário gregoriano.
A Bula Inter gravíssimas era o culminar do trabalho de muitos matemáticos e astrônomos ao longo dos séculos XV e XVI, sobretudo, sobre o calendário civil e o cálculo eclesiástico da Páscoa. Vários papas e concílios já tinham abordado as questões levantadas, o último dos quais, o Concílio de Trento (1545-1563).
O papa Gregório XIII assim que eleito, em 1572, tomou a decisão corrigir o calendário juliano que apresentava muitas defasagens. O objetivo da mudança era fazer regressar o equinócio da primavera para o dia 21 de março e desfazer o erro de 10 dias existente na época.
Em 1577, uma comissão de estudiosos preparou um documento, o Compendium que foi enviado aos Príncipes e matemáticos para darem o seu parecer. Neste grupo participaram Christopher Clavius, jesuíta alemão, sábio e matemático, Ignazio Danti, dominicano italiano, matemático, astrônomo e cartógrafo, e Luigi Giglio, médico italiano, filósofo, astrônomo e cronologista.
Após cinco anos de estudos, foi promulgada a Bula Inter Gravissimas, em 24 de fevereiro de 1582.
Oficialmente o primeiro dia do novo calendário foi 15 de outubro de 1582.
Saiba mais
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Abertura
- Detalhe da tumba do papa Gregório XIII celebrando a introdução do calendário gregoriano.