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Gutenberg lega a imprensa à humanidade

03 de fevereiro de 1468

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Em 3 de fevereiro de 1468, falecia Johannes Gutenberg, em Mainz, Alemanha, aos 68 ou 70 anos de idade (desconhece-se a data de seu nascimento). A ele se deve o desenvolvimento, na década de 1430, da imprensa, isto é, a máquina de impressão tipográfica – invento considerado o mais importante do segundo milênio.

Até então, os livros eram inteiramente manuscritos e produzido um a um. Os copistas usavam caneta de pena para escrever em folhas de pergaminho ou papel, a partir de um original, enquanto os iluminadores decoravam as páginas com miniaturas pintadas com cores brilhantes. Os livros eram adquiridos por burgueses e nobres que podiam pagar os manuscritos, como eram chamados esses livros.

Na época de Gutenberg, contudo, a cópia manuscrita já não era mais capaz de atender às necessidades de leitura e aprendizado de um número crescente de estudantes das universidades europeias. Era preciso criar um processo mais rápido e barato.

Oficina tipográfica na Alemanha mostrando uma prensa e muitas atividades envolvidas no processo de impressão, século XVI.

Os livros antes de Gutenberg

A história da impressão sobre papel remonta ao século II, na China. Os chineses já fabricavam papel, tinta e usavam placas de mármore com o texto entalhado como matriz. Quatro séculos depois, o mármore foi substituído por blocos de madeira, material mais fácil de ser entalhado. O processo de impressão era semelhante a um carimbo: texto ou imagem era entalhado em uma superfície de madeira que recebia a tinta; em seguida, uma folha de papel era pressionada sobre a peça para fixar o texto ou a imagem. Os primeiros textos impressos eram orações budistas. O primeiro livro propriamente dito apareceu na China em 868. Por alguma razão ignorada o invento não prosperou e desapareceu junto com seu inventor.

Na Europa, desde o século IX já se utilizava a xilogravura com blocos de madeira na produção de livros. O papel, feito de trapos de tecido de algodão cozido, entrou em cena a partir do século XI, substituindo o pergaminho, de fabricação demorada e cara. O papel acabou se impondo devido ao baixo custo e maior facilidade de produção. A impressão com blocos de madeira tinha um inconveniente: o rápido desgaste dos blocos de madeira e a facilidade de borrarem o papel inutilizando o trabalho.

A prensa móvel de Gutenberg

No século XV, havia uma forte demanda por livros entre a nobreza e a emergente burguesia letrada. A produção de livros era um indústria próspera e Gutenberg não era a única pessoa interessada em criar meios mais rápidos e melhores de impressão.

Não se sabe, porém, qual teria sido exatamente o método original de Gutenberg, porque muitas tipografias proliferaram rapidamente a seguir. Seu projeto e qualquer descrição da operação de sua prensa original nunca foram encontrados.

Parece, no entanto, que ele aproveitou seu conhecimento de ourives e em trabalhar o metal para criar um buril (uma vareta de metal) com uma letra gravada numa das pontas. A peça era martelada numa barra de cobre para criar um molde (uma matriz). A matriz era então inserida em outro molde, preenchido com metal derretido, e isso produzia um tipo (uma espécie de carimbo de metal) que, ao contrário dos blocos de madeira, poderia ser usado milhares de vezes antes de se desgastar.

Todas as letras do alfabeto e sinais de pontuação foram convertidos em um tipo. Os tipos móveis, com a face para cima, eram dispostos num cavalete que, por sua vez, era preso na mesa de impressão. A tinta era espalhada usando-se duas bolas feitas de pele recheadas de lã.

Tipos móveis inventados por Gutenberg.

Após espalhar a tinta, uma folha úmida de papel era colocada sobre os tipos (úmida porque absorveria melhor a tinta e permitiria uma impressão mais precisa) e então a placa superior era abaixada sobre o papel e pressionada por operadores girando uma manivela. O material impresso era removido para secar e o processo recomeçava com uma nova folha.

Com seu parceiro Johann Fust, Gutenberg fundou uma oficina tipográfica em Mainz, Alemanha. Em 1455 ele terminou a impressão da Bíblia “quarenta e duas linhas”, chamada “Bíblia de Gutenberg” – o primeiro livro impresso, com 180 cópias (150 em papel e 30 em pergaminho).

Desconhece-se, contudo, a sua data da publicação. A Bíblia de Gutenberg saiu sem data nem local ou nome dos impressores. Uma carta de Enea Silvio Piccolomini (futuro Papa Pio II), datada de 12 de março de 1455, relata sua visita a Mainz durante a qual conheceu um “homem extraordinário” que lhe apresentou as páginas da Bíblia compostas no mais puro e preciso padrão. Relatou ainda que as Bíblias já haviam sido vendidas antes da sua conclusão.

 

Bíblia de Gutenberg

Página do Gênesis da Bíblia 42 linhas de Gutenberg, 1455

O sucesso do livro impresso foi imediato e logo surgiram tipografias em grandes cidades europeias: Veneza, Paris, Lyon, Antuérpia etc.

As consequências da impressão são imensas. Em primeiro lugar, no modo de ler e escrever: no texto impresso, as palavras estão separadas de forma uniforme, a pontuação e a ortografia são melhor cuidadas, e a página é arejada com espaços que descansam o olhar o leitor.

O livro impresso reduziu consideravelmente o preço, e tornou a leitura acessível a maior número de pessoas. Teve ainda um papel fundamental na difusão do Humanismo, da Reforma Religiosa e da Revolução Científica do século XVII.

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