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Fundado o I Reich Alemão (Sacro Império Romano Germânico)

02 de fevereiro de 962

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Em 2 de fevereiro de 962, o saxão Otto foi coroado imperador do Ocidente pelo papa João XII, em Roma. Aos 49 anos, Otto I fundava o Sacro Império Romano Germânico ou simplesmente o 1º Reich Alemão (a palavra alemã “reich” significa reino ou império).

O Reich alemão era herdeiro do Sacro Império Romano fundado, em 800, por Carlos Magno, rei dos francos. O império, contudo, não sobreviveu por muito tempo após a morte de Carlos Magno e acabou dividido entre três de seus netos (Tratado de Verdun).

“O Império Carolíngio não havia durado um século, mas teve o grande mérito de fazer renascer na terra uma instituição sempre presente nos espíritos [o Império Romano]. (…) Esse renascimento respondia a uma necessidade de que se ressentiam os pensadores e historiadores. A Igreja cristã tinha necessidade dele porque desde Constantino identificava-se com o Império, e só podia ganhar em prestígio se um imperador a assistisse e a amparasse. Como foi o papa o impulsionador do movimento, a Igreja conheceu um acréscimo de poder, que iria obstinadamente defender enquanto pudesse. Ela desejava reconstituir o Império cristão universal, que lhe permitiria fazer frente à Igreja do Oriente.” (PARISSE, 2002, p. 609-610)

Portanto, a ideia de uma unidade supranacional, isto é, de um império universal cristão, colocava Roma no centro do mundo fortalecida pela aliança trono e altar – posição fundamental frente a uma Europa fragmentada em reinos e domínios rivais entre si. Era importante, sobretudo, para se posicionar frente ao poder centralizado do império cristão oriental, o Império Bizantino.

A coroação imperial de Otto I em 2 de fevereiro de 962 seguia a mesma linha de Carlos Magno. A sagração do imperador assemelhava-se à cerimônia dos pontífices cristãos: unção e consagração por três prelados. Depois, a entrega de uma coroa simbólica que designava o “príncipe cristianíssimo”, e objetos igualmente simbólicos: o gládio, o cetro, a vara e o anel. O imperador era chamado “rei dos romanos”.

O Império germânico – representante idealizado de um império universal – nunca teve capital fixa nem corte organizada além daquela que cercava o rei alemão.

A partir do século XI, a aliança Roma e Império Germânico começou a sofrer desgastes. Papa e imperador defrontaram-se para saber quem devia dominar, quem era o verdadeiro senhor do mundo, quem fazia o outro. O papa Gregório VII (1073-1085) considerando que o poder espiritual de um leigo (o imperador) não podia exceder o de um clérigo mudou a cerimônia de sagração para que ela não se assemelha a dos pontífices. Abandonou o santo óleo usado na unção episcopal pelo simples óleo bento usado no batismo. Apesar do recuo considerável, o Império Romano Germânico, mesmo enfraquecido, manteve-se por quase mil anos sendo abolido por quem também desejava ser o senhor do mundo: Napoleão Bonaparte.

Sacro Império Romano Germânico

O Sacro Império Romano Germânico por volta de 1260.

Em sua história, a Alemanha experimentou três Reich:

  • Primeiro Reich (962 a 1806) – abolido por Napoleão Bonaparte.
  • Segundo Reich (1817 a 1918) – abolido com a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial e a proclamação da República de Weimar (1918 a 1933).
  • Terceiro Reich (1933 a 1945) – nome que Hitler chamava a Alemanha nazista dizendo que seria o Reich de Mil Anos pretendendo com isso exaltar a história do povo alemão segundo ele destinado a governar todos os outros povos na Terra. Durante a unificação com a Áustria (Anschluss), a propaganda nazista também utilizou o slogan político Ein Volk, ein Reich, ein Führer (“Um povo, um Reich, um líder”).

Fonte

  • PARISSE, Michel. Império. In: LE GOFF, Jacques & SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário temático do Ocidente Medieval. v. 1,  Bauru, SP: EDUSC; São Paulo, SP: Imprensa Oficial do Estado, 2002.

Saiba mais

Abertura

  • Coroa imperial do Sacro Império Romano Germânico.

 

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