Em 13 de setembro do ano 490 a.C., os atenienses venceram os persas na batalha de Maratona, na Primeira Guerra Médica. Segundo um relato tardio de Plutarco (séc. I d.C.), o general grego Milcíades enviou um mensageiro para anunciar a vitória aos cidadãos de Atenas. Era importante que a mensagem chegasse rápido pois as mulheres atenienses haviam sido advertidas por seus maridos que, se eles não retornassem à cidade em 24 horas, elas deveriam matar seus filhos e, em seguida, suicidarem-se, para não caírem nas mãos dos persas. Os persas haviam jurado que, se vitoriosos, violariam as mulheres atenienses e sacrificariam seus filhos.
Os gregos ganharam a batalha, mas a luta levou mais tempo do que haviam pensado. Temendo que as mulheres executassem o plano, eles enviaram seu melhor corredor, o soldado e atleta Fidípedes, para correr até Atenas, situada a cerca de 40 km dali, e dar a notícia. Fidípedes correu essa distância tão rapidamente quanto pode e, ao chegar, conseguiu dizer apenas uma palavra: Nenikamen (às vezes Nenikikame), que significa “Vencemos”, e caiu morto pelo esforço.

O soldado da Maratona, pintura de Luc-Olivier Merson, 1869.
O relato é uma parte da história narrada de Heródoto (Histórias, VI, 105-106). Segundo ele, um mensageiro chamado Filípides foi enviado a Esparta e outras cidades gregas, antes da batalha, para procurar a ajuda da cidade. Ele correu 240 km em dois dias, voltando à batalha com os reforços necessários para vencer os persas. Depois disso, teria sido enviado para Atenas para anunciar a vitória, tendo então morrido pelo esforço acumulado de duas corridas.
A segunda parte do relato deu origem à prova Maratona nos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Fidípides foi homenageado com a criação dessa prova, cuja distância foi estipulada em cerca de 40 km, a distância aproximada de Maratona a Atenas.
Por ocasião dos Jogos de Londres, em 1908, a distância foi aumentada para 42,195 km, para que os corredores pudessem deixar o pátio do Castelo Real de Windsor.
Ainda hoje, na planície de Maratona, alguém homenageia o túmulo sob o qual repousam 192 soldados atenienses. Em outro túmulo, repousariam 6.400 persas. Sem dúvida, são os cemitérios militares mais antigos da história.

Túmulo de Maratona, monte que abriga os corpos de 192 atenienses mortos na batalha de Maratona, em 490 a.C.
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