Em 24 de julho de 1911, o explorador estadunidense Hiram Bingham (1876-1956) alcançou Machu Picchu, no Peru, a 2.450 metros de altitude, nos Andes, em um cume estreito da montanha.
Não era exatamente uma “descoberta”. Existiram muitos exploradores diferentes antes e a cidade era conhecida há muito tempo. Entre 1867 e 1879, o empresário alemão Augusto Berns explorou a zona com aprovação do governo peruano, que cobrava 10% dos lucros pela venda do que fosse encontrado. As peças teriam sido negociadas com colecionadores europeus e norte-americanos. Machu Picchu apareceu, também, em mapas estrangeiros de 1870, 1874 e 1880 que localizam as ruínas com exatidão.
Foi, contudo, Hiram Bingham a primeira pessoa a reconhecer a importância das ruínas e de anunciá-las ao mundo através da revista “National Geographic” que dedicou toda a sua edição de abril de 1913 a Machu Picchu. Foi ele, também, o criador do nome “Cidade Perdida dos Incas” através de seu primeiro livro, Lost City of the Incas.
Hiram Bingham era professor de História das Américas na Universidade de Yale (EUA) e foi ao Peru para procurar a cidade de Vilcabamba, o último refúgio do Império Inca, destruída em 1572.
Saindo de Cusco em mulas, Hingham e seus companheiros iniciaram a jornada em direção ao Vale do rio Urubamba. Sob o frio gélido dos Andes, eles subiram as montanhas seguindo a indicação de um morador local que informara existir ruínas no topo da montanha. O nativo a chamava Machu Picchu, “Montanha Velha” em quéchua, a língua inca até hoje falada pelos descendentes.
Foi preciso limpar todo o lugar para que as ruínas fossem reveladas. A área edificada tem 530 metros de comprimento por 200 m de largura, e inclui pelo menos 172 recintos.
Entre 1912 e 1915, Hingham escavou diversos lugares de Machu Picchu. Ele é acusado por suas práticas arqueológicas irregulares e por ter levado para fora do país o material escavado que consta de pelo menos 46.332 peças de cerâmica, ouro, cobre, prata e pedra. A partir de março de 2011 elas começaram a ser devolvidas ao Peru.
Machu Picchu foi construída entre 1450 e 1460. Segundo documentos do século XVI, teria sido uma das residências de descanso do imperador inca Pachacutec (1438-1472). O caráter cerimonial da principal via de acesso à cidade faz supor que foi, originalmente, um santuário religioso.
O lugar foi elevado à Patrimônio Mundial da UNESCO em 1983, e, em 2007 foi considerado uma das sete maravilhas do mundo moderno pela New Open World Corporation (NOWC).
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Abertura
- Vista geral de Machu Picchu. O pico atrás da cidade é Huayna Picchu, com 2.720 m de altitude.