Em 16 de junho de 1976, ocorreu o massacre de Soweto, na África do Sul quando tropas de choque disparam suas armas automáticas contra estudantes que faziam uma manifestação pacífica. O número de mortos é controvertido: oficialmente foram 95, mas há estatísticas que apontam 700.
O apartheid impunha o ensino pago aos negros em classes superlotadas e com professores desqualificados, enquanto a educação para os brancos era gratuita. Em 1975, o governo sul africano exigiu, nas escolas secundárias negras, o idioma africâner nas disciplinas acadêmicas. Para os estudantes negros a medida criava ainda mais dificuldades para o sucesso pois obrigava-os a serem fluentes nos idiomas oficiais do país – inglês e africâner.
Em protesto à medida, os estudantes negros organizaram a manifestação pacífica que reuniu entre 15.000 e 20.000 jovens. Cantando, os estudantes marcharam por Soweto (subúrbio negro em Johanesburgo) em direção a um estádio aberto, onde fariam um comício. Foi quando foram massacrados pelas tropas de choque enviadas pelo governo sul-africano.
Em memória desta data, a então OUA (Organização da Unidade Africana) instituiu, em 1991, o Dia da Criança Africana.
Fonte
- PEREIRA, Francisco José. Apartheid. O horror na África do Sul. São Paulo: Brasiliense, 1986.
- MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013.
- MANDELA, Nelson. A luta é a minha vida. Rio de Janeiro: Globo, 1988.
- MANDELA, Nelson. Nelson Mandela por ele mesmo. São Paulo: Martin Claret, 1991.
- HOBSBAWN, Eric. Era dos extremos: O breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
- REIS FILHO, Daniel Aarão; FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste. O século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
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