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Execução de Atahualpa, último imperador inca

26 de julho de 1533

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Em 26 de julho de 1533, o 13º e último imperador inca, Atahualpa foi morto por ordem de Francisco Pizarro, o conquistador espanhol da região, pondo fim ao Império Inca. No ano anterior, Atahualpa havia caído prisioneiro em uma emboscada preparada por Pizarro.

Ficou oito meses prisioneiro gozando, em boa parte desse tempo, de alguma liberdade. Até que um dia, sua situação mudou.

O resgate de Atahualpa em ouro e prata

Percebendo a obsessão dos espanhóis por metais preciosos, Atahualpa ofereceu-lhes uma grande quantidade de ouro e prata em troca de sua liberdade. Propôs encher a sala onde estava com peças de ouro, até onde sua mão levantada pudesse alcançar e, uma segunda vez, com objetos de prata, na mesma sala.

A sala, agora conhecida como Sala do Resgate, em Cajamarca, tinha 11,80 m de comprimento, 7,30 m de largura e 3,1 m de altura. Atahualpa prometeu levantar o resgate dentro de dois meses. Pizarro aceitou a oferta e registrou a promessa por escrito em um contrato perante um tabelião. Imediatamente a ordem foi enviada a todo o império inca para a população enviar o máximo de ouro e prata possível para Cajamarca.

Sala do Resgate onde Atahualpa ficou prisioneiro, em Cajamarca, Peru.

O resgate de Atahualpa foi de cerca de 24 toneladas de ouro e prata, o maior da História.

Nos dias seguintes começaram a chegar os primeiros carregamentos. Dois contingentes de espanhóis foram para Pachacámac e Cuzco para acelerar o transporte. Estima-se que foram trazidas cerca de 24 toneladas de ouro e prata de todo o império Inca. É considerado o maior resgate da História.

Em maio de 1533, antes que as salas estivessem cheias, os espanhóis começaram a derreter as peças de ouro e prata, com exceção do trono do Inca, que permaneceu na posse de Francisco Pizarro.

Em 17 de junho, terminada a fundição, Pizarro ordenou e presidiu a distribuição dos despojos. Cada um dos espanhóis em Cajamarca, de capitães a soldados de infantaria, recebeu uma fortuna, já descontado o Quinto Real enviado para a Espanha.

Julgamento de Atahualpa

Mesmo tendo cumprido a promessa, Atahualpa não foi libertado. Pizarro não tinha intenção de cumprir a sua parte, talvez temendo que o imperador reunisse forças militares e contra-atacasse os espanhóis. Ao contrário, levou o imperador para julgamento em uma corte marcial presidida pelo próprio Pizarro.

O julgamento foi sumário: começou em 25 de julho e terminou a madrugada do dia seguinte. Suspeita-se que as respostas de Atahualpa e as declarações de testemunhas foram manipuladas e modificadas pelo intérprete, que odiava o Inca.

Atahualpa foi considerado culpado de idolatria, heresia, regicídio, fraticídio (assassinato de Huascar), poligamia, incesto e traição, e foi condenado a morte na fogueira.

Execução de Atahualpa

Na noite de 26 de julho de 1533, Atahualpa foi levado ao centro da praça de Cajamarca. Cercado pelos soldados espanhóis e pelo padre Valverde, foi amarrado um tronco fixado no meio da praça e colocaram toras a seus pés. Um espanhol se aproximou com uma tocha acesa.

Vendo que iam queimá-lo, Atahualpa ficou alarmado, pois segundo a religião inca, seu corpo deveria ser embalsamado para alcançar a vida no outro mundo, o que não seria possível se fosse consumido pelas chamas. Frei Valverde  ofereceu-lhe, então, como alternativa ser batizado como cristão e depois estrangulado no garrote. Dessa forma seu corpo poderia ser enterrado. Atahualpa aceitou e ali mesmo o batizaram com o nome de Francisco e, em seguida um colar de ferro foi apertado em seu pescoço até sua morte.

Execução de Atahualpa, gravura de Théodor de Bry, 1597.

Funerais de Atahualpa

No dia seguinte, o corpo de Atahualpa foi levado com grande cerimônia à igreja para receber um sepultamento cristão.

O cadáver foi depositado em frente ao altar e os religiosos espanhóis (entre eles Valverde) fizeram as orações fúnebres. Na igreja estavam todos os espanhóis, incluindo o governador Pizarro, que estava vestido de luto porque era o funeral de um rei.

Durante a cerimônia um grupo de mulheres formado por irmãs, esposas e servas de Atahualpa, entrou na igreja pedindo para serem enterradas vivas com o monarca morto, já que esse era o costume no funeral de um inca. Os espanhóis responderam que Atahualpa havia morrido como cristão e que esse costume era contrário às doutrinas do cristianismo. Mas as mulheres não satisfeitas, morderam os pulsos, rasgaram os seios e finalmente se enforcaram com os cabelos. Pizarro interferiu para evitar que mais suicídios ocorressem .

Atahualpa foi enterrado na igreja de Cajamarca, mas poucos dias depois seu corpo desapareceu. Provavelmente seus súditos levaram o corpo para mumificá-lo e enterrá-lo. Segundo a crença popular, preservar sua múmia mantém a esperança de seu retorno.

Segundo a historiadora equatoriana Tamara Estupiñan Viteri, a múmia de Atahualpa foi levada pelo general inca Rumiñahui para o Equador. Um centro cerimonial foi descoberto em Cotopaxi, no Equador, chamado Malki Machay, que significa o “lugar onde repousa o malqui“, imperador em quíchua. Ali estaria o último local de descanso de Atahualpa.

Funeral de Atahualpa, óleo de Luís Montero, 1867.

Fonte

  • DUTHURBURU, José Antonio del Busto. Pizarro. 2 v., Lima: Petroperú, 2000.
  • Malqui Machay, o último reduto dos Incas. La Hora, 917 jun 2018.

Saiba mais

Abertura

  • Morte de Atahualpa por estrangulamento, gravura de Théodor de Bry, 1597.

 

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