Na manhã do dia 6 de agosto de 1945, o mundo tomou conhecimento de uma nova arma de guerra, cujo poder de destruição era maior do que tudo anteriormente visto. A bomba atômica de urânio foi lançada pelos Estados Unidos sobre a cidade de Hiroshima em uma ação militar contra o Império do Japão, no momento final da Segunda Guerra Mundial.
Em poucos segundos, a Little Boy, como os americanos chamavam a carga explosiva, formou um cogumelo de fumaça de 18 km de altura. Pássaros queimaram em pleno voo; cadáveres transformados em cinzas continuaram de pé; cérebros, olhos e intestinos explodiram com o calor. Com poder equivalente a mais de 15 mil toneladas de explosivos, a bomba matou 90 mil a 166 mil pessoas entre o primeiro dia e os dois meses seguintes, e ainda mataria outros 200 mil japoneses nos cinco anos seguintes por doenças provocadas pela radiação e complicações decorrentes dos ferimentos.
Três dias depois, em 9 de agosto às 11h da manhã, foi lançada uma segunda bomba nuclear, a Fat Man, sobre a cidade de Nagasaki. O artefato, carregado com 6,4 kg de plutônio-239, explodiu a 469 metros do chão. O que se seguiu foi horror puro: a cidade japonesa sumiu do mapa. A detonação provocou um calor de 3.900 graus Celsius e ventos de 1.005 km/h., totalizando outras 60 mil e 80 mil mortes, em uma população de 263 mil habitantes. O cogumelo de fumaça era visível a 400 quilômetros de distância.
O governo do Japão anunciou sua rendição aos aliados em 15 de agosto de 1945.
O papel dos bombardeios na rendição do Japão e a sua justificativa ética têm sido motivo de debates. O uso da bomba era necessário para conseguir a vitória na Guerra do Pacífico? Os apoiadores dos bombardeios geralmente afirmam que eles evitaram mais baixas de ambos os lados. Apontam também que os prisioneiros de guerra aliados estavam sob ameaça de serem executados pelo exército japonês. Os opositores consideram o bombardeamento atômico como crimes de guerra, terrorismo de Estado, racismo e desumanização contra o povo japonês.
As bombas foram lançadas por um bombardeio B-29, batizado com o nome de Enola Gay, homenagem à mãe de seu comandante e foram apelidadas de Little Boy (bomba de urânio) e Fat Man (bomba de plutônio).
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Abertura
- O cogumelo atômico formado pelas bombas nucleares lançadas sobre Hiroshima (à esquerda) e Nagasaki (à direita).