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A Teoria da Compreensão na educação, de Kieran Egan

30 de junho de 2024

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O filósofo irlandês Kieran Egan (1942-2022) é conhecido por suas contribuições inovadoras para o campo da educação e da psicologia cognitiva, particularmente em relação ao ensino de crianças e adolescentes. Egan critica a abordagem tradicional da educação e propõe um modelo alternativo baseado na teoria da compreensão e no uso de ferramentas culturais e cognitivas para melhorar a aprendizagem.

Críticas à Educação Tradicional

 Egan argumenta que a educação tradicional está frequentemente baseada em pressupostos errôneos sobre a natureza do aprendizado e do desenvolvimento humano. Ele critica a ideia de que o aprendizado deve seguir um caminho linear e acumulativo, começando com fatos básicos e progredindo para conceitos mais complexos. Egan chama essa abordagem de “dogma dos criadores de currículo” e considera que ela subestima a capacidade das crianças de compreender e engajar-se com ideias complexas desde cedo.

Egan também questiona a ênfase excessiva na padronização e na memorização de fatos isolados, que muitas vezes são descontextualizados e desconectados da experiência vivida dos alunos. Ele acredita que essa abordagem não só torna a aprendizagem menos interessante e relevante, mas também ignora as maneiras mais naturais e eficazes pelas quais as pessoas aprendem e fazem sentido do mundo.

“O aprendizado das crianças nem sempre segue em progressão lógica de um conteúdo conhecido para outro, associado e desconhecido” (Egan, 2002, p.71).

Teoria dos Níveis de Compreensão

 Central ao pensamento de Egan é a sua “Teoria dos Níveis de Compreensão”, que se baseia na ideia de que a educação deve focar em desenvolver a capacidade dos alunos de compreender profundamente o mundo ao seu redor, em vez de simplesmente acumular informações.

Egan propõe que o desenvolvimento cognitivo e emocional ocorre por camadas de compreensão que se acompanham o crescimento do indivíduo. Ele identifica quatro níveis principais de compreensão que refletem diferentes formas de conhecimento e modos de pensamento: compreensão mítica, romântica, filosófica e irônica. Explicamos resumidamente cada uma a seguir.

1. Compreensão Mítica

Segundo Kieran Egan, a compreensão mítica é a fase inicial do desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças pequenas, 2-3 anos até 78 anos.

A compreensão mítica é a fase inicial do desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças pequenas, e envolve o uso de narrativas e histórias para fazer sentido do mundo. “A compreensão mítica é tipicamente predominante a partir do momento em que a linguagem gramatical se desenvolve entre os dois e três anos até cerca de seis ou sete ou oito anos” (Egan, 2002, p.57)

Características da Compreensão Mítica

• Uso de polaridades e oposições binárias. As histórias contadas para crianças nessa fase frequentemente apresentam polaridades como bem e mal, heróis e vilões, segurança e perigo, amor e ódio, pobre e rico, coragem e covardia etc. Essas polaridades ajudam a simplificar o entendimento das complexidades do mundo.

• Fantasia, personificação e animação. As crianças tendem a personificar objetos e fenômenos naturais, atribuindo-lhes características humanas. Isso ajuda a tornar o mundo mais compreensível e relacionável. Por exemplo, animais falantes, objetos mágicos, poderes sobrenaturais, o sol que acorda cedinho para iluminar o mundo.

Uso de Imagens e Símbolos. A compreensão mítica é fortemente visual. As crianças são atraídas por imagens e símbolos que representam ideias complexas de maneira simples e direta. Desenhos, ilustrações e gráficos são ferramentas importantes nesse estágio.

• Narrativa Central. Na compreensão mítica, as crianças aprendem principalmente através de histórias. Elas usam narrativas para organizar suas experiências e dar sentido ao mundo ao seu redor. As histórias ajudam a conectar eventos e personagens de uma forma coesa e significativa. Egan acredita que as histórias ajudam as crianças a organizar e lembrar informações. “As narrativas envolvem nossa imaginação e emoções de maneira que nos ajudam a lembrar e compreender o conteúdo mais profundamente” (Egan, 1986, p. 35).

Exemplos de Compreensão Mítica

Contos de Fadas: Cinderela e Chapeuzinho Vermelho são exemplos clássicos de compreensão mítica. Esses contos utilizam narrativas simples com personagens claros (heróis e vilões) e transmitem lições morais de maneira acessível para as crianças.

Mitos e Lendas: mitos antigos, como os de Hércules ou Thor, ajudam as crianças a entender conceitos como força, coragem e justiça. Esses mitos fornecem uma estrutura narrativa rica que ajuda a moldar a compreensão do mundo.

Histórias Animadas: programas e filmes infantis que personificam animais ou objetos, como “O Rei Leão” ou “Toy Story”, são formas modernas de compreensão mítica. Eles combinam animação com narrativas envolventes para ensinar lições de vida e valores morais.

Histórias de Família: narrativas pessoais e histórias contadas por familiares também desempenham um papel crucial. Essas histórias ajudam a criança a construir sua identidade e a compreender seu lugar na família e na sociedade.

 2. Compreensão Romântica

Alexandre, o Grande, personagem histórico que atrai crianças de 8-10 anos e adolescentes até 15 anos em plena fase da compreensão romântica, segundo Kieran Egan.

Esta fase de desenvolvimento cognitivo e emocional, típica de crianças mais velhas e adolescentes (oito a quinze anos), envolve forte atração por extremos, heróis, aventuras e mistérios. A compreensão romântica é caracterizada por uma busca intensa por significado e um desejo de explorar os limites do conhecimento humano e da experiência. Egan sugere que a educação deve capitalizar esse interesse para envolver os alunos. “A compreensão romântica do mundo ajuda os adolescentes a explorar e expandir seu senso de identidade e de lugar no mundo” (Egan, 1997, p. 102).

Características da Compreensão Romântica

• Fascínio por extremos e limites. Crianças e adolescentes nesse estágio são atraídos por histórias de heróis e vilões, conquistas épicas e catástrofes. Eles se interessam por eventos e personagens que ultrapassam os limites do comum, demonstrando coragem, força e inteligência excepcional.

• Exploração de identidade e autonomia. Este nível de compreensão envolve uma busca por identidade pessoal e autonomia. Os jovens começam a questionar seu lugar no mundo e a explorar quem são, o que acreditam e como se relacionam com os outros e com o universo ao seu redor.

• Apreço pela imaginação e criatividade. A compreensão romântica valoriza a imaginação e a criatividade. Os jovens se envolvem com histórias, mitos e lendas que expandem sua percepção do mundo e inspiram seu pensamento criativo.

• Busca por significado e propósito. Adolescentes em particular buscam significado e propósito em suas vidas. Eles são motivados por questões existenciais e filosóficas e têm um desejo profundo de entender o “porquê” das coisas, não apenas o “como”.

Exemplos de Compreensão Romântica

Histórias de personagens históricos: narrativas sobre figuras históricas como Alexandre, o Grande, ou Joana d’Arc, que alcançaram feitos extraordinários e influenciaram o curso da história, são especialmente cativantes para jovens. Essas histórias ilustram coragem, liderança e a capacidade de superar desafios imensos.

Exploração de descobrimentos científicos: os relatos das aventuras de exploradores como Marco Polo ou Charles Darwin despertam a imaginação e o desejo de aventura. Tais histórias mostram como a curiosidade e a perseverança podem levar a grandes descobertas e inovações.

Literatura de fantasia e ficção científica: obras como “O Senhor dos Anéis” de J.R.R. Tolkien ou “Fundação” de Isaac Asimov capturam a essência da compreensão romântica. Esses livros transportam os leitores para mundos imaginários repletos de aventuras épicas, conflitos morais e a exploração dos limites do conhecimento.

Biografias de atletas e artistas: a vida de figuras como Michael Jordan no esporte ou Frida Kahlo na arte exemplificam a superação de obstáculos e a busca pela excelência. Suas histórias inspiram jovens a perseguir seus próprios sonhos e a reconhecer o valor da dedicação e do esforço pessoal.

3. Compreensão Filosófica

A compreensão filosófica, característica dos jovens ente 15 e 8-20 anos, envolve o questionamento do mundo, das normas sociais, das crenças e práticas estabelecidas. “O Pensador”, Rodin, 1904.

Este nível de compreensão, emergente em jovens (por volta dos 15 aos 18-20 anos), envolve o questionamento profundo e a busca por princípios subjacentes e padrões no mundo. Egan acredita que este é um momento crucial para introduzir discussões mais abstratas e teóricas. O trabalho de Egan sublinha a importância de cultivar a compreensão filosófica para promover uma educação que não apenas informa, mas transforma a maneira como os jovens pensam e interagem com o mundo. “A compreensão filosófica envolve a organização sistemática do conhecimento e a exploração de ideias abstratas” (Egan, 1997, p. 147).

Características da Compreensão Filosófica

• Busca por princípios e padrões. Na compreensão filosófica, os indivíduos começam a procurar por princípios fundamentais que explicam os fenômenos. Eles não se contentam apenas com fatos isolados, mas querem entender como esses fatos se relacionam dentro de um sistema maior e coerente.

• Pensamento abstrato. Esse estágio envolve a habilidade de pensar de maneira abstrata, lidando com conceitos que não são diretamente observáveis. Os jovens começam a explorar ideias filosóficas, teóricas e científicas de forma mais profunda.

• Questionamento crítico. A compreensão filosófica é marcada por um questionamento crítico. Indivíduos nesse nível frequentemente desafiam suposições e buscam justificativas racionais para crenças e práticas estabelecidas.

• Exploração de ideias complexas. Esse nível envolve a exploração de ideias complexas e interconectadas, muitas vezes através da leitura de textos filosóficos, literários e científicos. A análise e a síntese dessas ideias são fundamentais para o desenvolvimento da compreensão filosófica.

Exemplos de Compreensão Filosófica

Estudo da ética: um jovem pode se envolver profundamente com a ética, explorando teorias de filósofos como Immanuel Kant ou John Stuart Mill. Eles podem discutir e debater questões éticas, tentando entender as bases morais das ações humanas.

Filosofia da ciência: estudantes de ciências podem se interessar pela filosofia da ciência, questionando como e por que as teorias científicas são formuladas, testadas e aceitas. Eles podem explorar o trabalho de filósofos como Karl Popper ou Thomas Kuhn.

Debates sobre justiça social: os jovens podem se envolver em discussões sobre justiça social, explorando ideias de igualdade, liberdade e direitos humanos. Eles podem debater as ideias de Rousseau, Saint-Simon ou Marx.

Exploração da metafísica: interessados em questões sobre a natureza da realidade, do ser e do universo, os estudantes podem ler obras de filósofos como Platão, Aristóteles ou Heidegger. Eles exploram questões sobre existência, tempo e identidade.

 4. Compreensão irônica

A compreensão irônica, o estágio avançado de desenvolvimento cognitivo, pode se desenvolver na idade adulta. “A morte e as máscaras”, James Ensor, 1897.

A compreensão irônica é um estágio avançado de desenvolvimento cognitivo, que pode se desenvolver na idade adulta. Envolve a capacidade de ver múltiplas perspectivas e reconhecer as limitações do próprio conhecimento. Egan sugere que essa compreensão irônica é essencial para cultivar uma abordagem crítica e reflexiva na educação, preparando os indivíduos para enfrentar a complexidade e a incerteza da vida moderna. “A ironia envolve reconhecer a multiplicidade de perspectivas e os limites do nosso próprio conhecimento” (Egan, 1997, p. 198).

Características da Compreensão Irônica

• Reconhecimento de múltiplas perspectivas: indivíduos nesse estágio entendem que a realidade pode ser vista de diferentes pontos de vista. Eles reconhecem que cada perspectiva tem suas próprias justificativas e limitações, promovendo uma abordagem mais inclusiva e tolerante.

• Consciência das limitações do conhecimento: a compreensão irônica envolve a consciência de que o conhecimento é sempre parcial e provisório. Indivíduos reconhecem as limitações de suas próprias crenças e compreensões, adotando uma postura mais humilde e aberta ao aprendizado contínuo.

• Pensamento reflexivo: esse nível de compreensão é caracterizado pela autorreflexão e pelo questionamento das próprias suposições. Indivíduos se engajam em um exame crítico de suas próprias crenças, valores e práticas.

• Humor e ironia: a ironia, como uma ferramenta cognitiva, permite que os indivíduos lidem com a complexidade e a ambiguidade da vida de maneira mais leve e crítica. Eles usam o humor para desafiar e desconstruir ideias fixas e simplistas.

Exemplos de Compreensão Irônica

Leitura crítica de clássicos literários: Ao reler obras clássicas como “Dom Quixote” de Cervantes, os indivíduos podem perceber a ironia e a crítica social implícitas na narrativa. Eles entendem que o protagonista, embora ingênuo e iludido, revela verdades profundas sobre a natureza humana e a sociedade.

Análise de discursos políticos: uma pessoa com compreensão irônica pode assistir a discursos políticos e reconhecer a retórica usada para manipular a opinião pública. É capaz de discernir as intenções ocultas e as contradições entre o discurso e a realidade.

Interpretação de obras de arte modernas: ao apreciar uma pintura surrealista de Salvador Dalí, um indivíduo pode reconhecer a desconstrução de conceitos tradicionais de realidade, entendendo que a obra desafia percepções convencionais e convida à reflexão sobre a subjetividade da experiência.

Reflexão sobre normas culturais: indivíduos com compreensão irônica podem questionar normas culturais e tradições que antes aceitavam sem questionar. Eles percebem que muitas dessas normas são construções sociais sujeitas a mudanças e podem adotar uma postura crítica e aberta ao diálogo.

Críticas ao pensamento de Kieran Egan

Embora Kieran Egan tenha sido amplamente reconhecido por suas contribuições à teoria educacional, suas ideias não estão isentas de críticas e desaprovação. Suas teorias, como os níveis de compreensão —  mítica, romântica, filosófica e irônica — são inovadoras, mas têm suscitado debates significativos entre educadores e teóricos.

Uma das principais críticas à teoria de Egan é sua abordagem linear e estática do desenvolvimento cognitivo. Ao categorizar a compreensão em níveis distintos, Egan pode ser acusado de simplificar excessivamente a complexidade do desenvolvimento humano. A realidade educacional mostra que o aprendizado é um processo dinâmico e interativo, onde os indivíduos podem exibir características de diferentes níveis simultaneamente, desafiando a rigidez de sua estrutura.

Além disso, a ênfase de Egan na narrativa como ferramenta central de ensino pode não ser adequada para todas as disciplinas ou contextos de aprendizado. Por exemplo, o ensino de matemática e ciências exatas frequentemente requer abordagens que enfatizem o pensamento lógico e a resolução de problemas, elementos que podem não ser facilmente integrados em uma estrutura predominantemente narrativa.

Outra crítica significativa diz respeito à aplicabilidade prática das teorias de Egan. Educadores apontam que, embora suas ideias sejam conceitualmente atraentes, seu modelo pode ser difícil de implementar em sistemas educacionais altamente padronizados e orientados para exames. O currículo escolar contemporâneo é frequentemente restrito por padrões e avaliações rigorosas que podem não acomodar facilmente os métodos sugeridos por Egan.

Ademais, alguns teóricos questionam a universalidade das compreensões de Egan. As experiências culturais, sociais e individuais variam amplamente, e um modelo de desenvolvimento cognitivo que não leva suficientemente em consideração essas variações pode ser visto como inadequado. Em contextos educacionais globalizados e multiculturais, a teoria de Egan pode não capturar plenamente a diversidade das experiências de aprendizagem.

No entanto, muitos acreditam que as ideias de Egan oferecem uma visão valiosa e necessária para a reforma educacional. Suas teorias enfatizam a importância de uma educação que não apenas transmita conhecimento, mas também cultive a compreensão profunda e a capacidade de pensar criticamente sobre o mundo.

 Conclusão

Kieran Egan oferece uma perspectiva inovadora e provocadora sobre o ensino de crianças e adolescentes. Suas críticas à educação tradicional e suas propostas para um ensino mais centrado na compreensão e no uso de ferramentas culturais e cognitivas representam uma contribuição significativa para o campo da educação. Ao aplicar suas ideias, os educadores podem criar ambientes de aprendizagem mais envolventes, significativos e eficazes, preparando melhor os alunos para entender e navegar o mundo complexo em que vivem.

 Fonte

  • EGAN, Kieran. Mente educada: os males da educação e a ineficiência educacional das escolas. Trad. Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2002.
  • _______ . Mente de criança: coelhos falantes & laranjas mecânicas. Lisboa: Instituto Piaget
  • _______ . Teaching as Story Telling: An Alternative Approach to Teaching and Curriculum in the Elementary School. University of Chicago Press, 1986.
  • _______ . An Imaginative Approach to Teaching. Jossey-Bass, 2005.

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