Em 27 de janeiro de 1945, o exército soviético abriu as portas de Auschwitz II-Birkenau, no sul da Polônia. Cerca de 7.000 prisioneiros, incluindo mais de 600 crianças, recuperaram a liberdade depois de sobreviverem ao horror dos campos de concentração nazistas, onde foram assassinados 6 milhões de judeus como parte da “Solução Final” planejada por Adolf Hitler.
Auschwitz, era um complexo de campos de concentração de prisioneiros incluindo um campo de extermínio (Auschwitz II-Birkenau). Foi montado em 30 de abril de 1940 aproveitando as instalações de um alojamento da artilharia do exército. Situado a cerca de 60 km a oeste da Cracóvia, foi o maior centro de extermínio da história do nazismo.
Auschwitz estava sob comando de Rudolf Höss, um tenente-coronel da SS de 39 anos que serviu no campo de Dachau, perto de Munique. Ele introduziu no novo campo o sistema “Kapos” pelo qual a SS submetia os prisioneiros com um mínimo de mão de obra policial.
Os kapos eram criminosos comum, geralmente alemães, transformados em supervisores com a responsabilidade de vigiar outros prisioneiros e fazê-los trabalhar até a exaustão. Os kapos tinham alguns privilégios sobre os outros internos. Se fracassassem em seu trabalho, perdiam seu status e eram enviados de volta às celas com os demais prisioneiros, o que significava serem entregues à vingança brutal de suas vítimas.
Em 1941, foi introduzido no campo de Auschwitz II-Birkenau uma nova forma de extermínio: o gás Zyklon-B, um inseticida a base de cianureto. Estes são cristais verdes que gaseificam espontaneamente em contato com o ar.
No outono de 1942, Rudolf Höss mandou construir quatro câmaras de gás capazes de conter duas mil vítimas cada. Um industrial forneceu fornos crematórios para queimar os cadáveres o mais rápido possível – uma solução para substituir os trabalhosos enterros em valas comuns e combater o tifo que assolava o campo e matava prisioneiros e soldados.
Por causa desses equipamentos superdimensionados, Auschwitz se tornou, a partir de 1943, o principal local de extermínio dos judeus. No final da guerra, eram mortos e cremados cerca de 60 mil prisioneiros por dia. Era o extermínio em escala industrial.
No Julgamento de Nuremberg, que julgou os crimes de guerra cometidos pelos nazistas, Rudolf Höss, testemunhou que mais de 3 milhões de pessoas haviam morrido ali, 2,5 milhões gaseificadas e 500 mil de fome e doenças. Atualmente, os números mais aceitos são em torno de 1,3 milhão mortos, sendo 90% deles de judeus. Outros executados em Auschwitz foram 150 mil poloneses, 23 mil ciganos romenos, 15 mil prisioneiros de guerra soviéticos, cerca de 400 Testemunhas de Jeová, e dezenas de milhares de pessoas de diversas nacionalidades.
Em Auschwitz trabalhou o médico Josef Mengele que se tornou famoso por praticar experiências cruéis nos prisioneiros, incluindo crianças, sob a justificativa de fins científicos.
O dia 27 de janeiro de 1945 é comemorado mundialmente como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, assim designado pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 60/7, em 1/11/2005).
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Abertura
Prisioneiros de Auschwitz-Birkenau libertados pelos soviéticos, 27 de janeiro de 1945.