Em 10 de novembro de 1555, a pequena expedição do francês Nicolau Durand de Villegaignon desembarcou na ilha de Serigipe (atual Villegaignon) na Baía da Guanabara, território sob domínio de Portugal. Eram duas naus e uma naveta de mantimentos, nas quais se comprimiam cerca de 600 pessoas. O objetivo da missão era instalar núcleos colonizadores para o comércio com a metrópole (França) e servir de conexão no comércio marítimo com as Índias.
Usando mão de obra indígena, construiu-se na ilha uma fortificação: o Forte de Coligny, que dispunha de cinco baterias apontadas para o mar. A etapa seguinte, em meados de 1556, foi a instalação da colônia – a França Antártica – em terra firme, na região da atual praia do Flamengo.
Por essas alturas, começou-se a cogitar a França Antártica como um possível refúgio para os huguenotes (protestantes franceses). Em fevereiro de 1557, chegavam à Baía da Guanabara cerca de 300 pessoas, inclusive 5 moças para se casarem no Brasil. Em 1559, Villegagnon precisou retornar à França deixando seu sobrinho Bois-le-Compte, à testa da colônia.
Foi nessa ocasião que o governador-geral do Brasil, Mem de Sá, sediado em Salvador, BA, foi informado do estabelecimento dos franceses e preparou uma expedição para o assalto à Guanabara. Em 15/3/1560, Mem de Sá liderou a invasão do forte de Coligny com 120 portugueses apoiados por 140 índios flecheiros tupinambás e temiminós. O forte foi arrasado e os franceses sobreviventes fugiram para a França e cerca de 20 para o continente.
Fonte
- COARACY, Vivaldo. Memória da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1955.
- SILVA, Rafael Freitas. O Rio antes do Rio. Rio de Janeiro: Babilônia, 2017.
- THEVET, André. Singularidades da França Antártica (1557). Belo Horizonte: Itatiaia, 1978.
- LÉRY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil, 1556-1558 (1578). São Paulo: Martins Fontes, 1941.
Saiba mais
Abertura
- Ataque dos portugueses e índios aliados contra os franceses, gravura de Théodore de Bry, c. 1580.