DoaçãoPrecisamos do seu apoio para continuar com nosso projeto. Porque e como ajudar

TelegramEstamos também no Telegram, siga nosso grupo. Estamos no TelegramAcesse Siga

Fundação do Rio de Janeiro

01 de março de 1565

17939
Visitas

105
compartilhamentos

Acessibilidade

Em 1º de março de 1565, o capitão português Estácio de Sá, primo do governador geral Mem de Sá, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em uma península na entrada da Baía de Guanabara. O nome Sebastião era uma homenagem ao então rei de Portugal, D. Sebastião I (1557-1578). A segunda parte do nome, referia-se ao local: uma imensa baía (400 km2) que fora confundida com a foz de um grande rio por Gaspar de Lemos que a avistou em 1º de janeiro de 1502.

Os índios Temiminós que ocupavam a região, a chamavam de guanabara (“seio do mar”), baía arredondada e abundante em pesca.

Durante as primeiras décadas, o interesse dos portugueses concentrou-se na exploração do pau-brasil – atividade para a qual usaram a mão de obra indígena. Em 1531, uma flotilha portuguesa cruzou a costa e ancorou na foz de um rio na Baía de Guanabara, onde construiu uma casa feita de pedra e cal, construção que os índios desconheciam. Por causa dessa casa, os índios deram ao rio o nome de Carioca (do tupi kari’oka, junção de kara’iwa, caraíba ou homem branco, e oka, casa, e, portanto, “casa dos brancos”.

O rio Carioca, que fornecia água potável à população, passou a denominar os nascidos na cidade do Rio de Janeiro. A partir de 1783, por decreto de D. Luiz de Vasconcelos, então vice-rei do Brasil, foi criado um gentílico “mais civilizado” para o Rio de Janeiro, o “fluminense”, a partir do termo latino flumens, que significa “rio”, em alusão ao “Rio”. Fluminense passou a designar os habitantes da província ou estado do Rio de Janeiro.

  • BNCC: 7° ano. Habilidades: EF07HI08, EF07HI09

Franceses, índios e portugueses

Em 10 de novembro de 1555, cerca de 600 franceses desembarcaram em uma ilha na entrada da Baía de Guanabara. Liderados por Villegaignon, eles fundaram o Forte Coligny, núcleo original da França Antártica, uma colônia que pretendia servir de refúgio aos huguenotes (protestantes franceses).

Foram expulsos em 15 de março de 1560, com a destruição do forte Coligny pelas forças de Mem de Sá, governador geral, formadas por soldados portugueses apoiados por índios flecheiros tupinambás e temiminós. O forte foi arrasado e os franceses sobreviventes fugiram para a França e outros 20 para o continente procurando abrigo entre os tamoios aliados.

Mem de Sá designou seu sobrinho, Estácio de Sá, para vigiar a região contra nova investida dos franceses. Foi nesse contexto que ocorreu a fundação de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1º de março de 1565.

A nova “cidade” era, então, um mero acampamento protegido por uma paliçada na enseada de Botafogo. A 6 de março, o lugar sofreu um assalto por mar, desfechado por três naus francesas e mais de 130 canoas de guerra lotadas de tamoios.

Estácio combateu os franceses durante mais dois anos. Ajudado por um reforço militar enviado pelo governador geral e por Temiminós e Tupininquins vindos de São Vicente, Estácio lidera o ataque a Uruçumirim, uma paliçada franco-tamoia localizada no outeiro da Glória, no atual município do Rio de Janeiro.

O ataque, ocorrido em 20 de janeiro de 1567, reuniu 12 mil combatentes. Seiscentos tamoios e cinco franceses morreram na batalha de Uruçumirim. O chefe da Confederação dos Tamoios, Aimberê e outros líderes indígenas tiveram suas cabeças cortadas e exibidas numa estaca. Dez franceses foram enforcados.

O padre José de Anchieta (1534-1597), cronista da campanha, reportou o desfecho de Uruçumirim: “160 aldeias incendiadas, passado tudo ao fio da espada“.

Estácio de Sá ferido por uma flecha no olho, morreu um mês depois.

Mem de Sá mudou a cidade do Rio de Janeiro para o Morro do Castelo, um local mais elevado e de melhor observação para a defesa da cidade. Mandou erguer baluartes e muros. Doou uma sesmaria (hoje Niterói) a Arariboia, chefe temiminó que ajudou os portugueses no combate aos tamoios e franceses. O Rio de Janeiro tornou-se Capitania Real, e foi entregue à família Sá para governá-lo de forma dinástica.

Saiba mais

Fundação da França Antártica na Baía da Guanabara, RJ

Fonte

  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958.
  • COARACY, Vivaldo. Memória da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1955.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • SILVA, Rafael Freitas. O Rio antes do Rio. Rio de Janeiro: Babilônia, 2017.
  • THEVET, André. Singularidades da França Antártica (1557). Belo Horizonte: Itatiaia, 1978.
  • LÉRY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil, 1556-1558 (1578). São Paulo: Martins Fontes, 1941.
  • ANCHIETA, José de. De gestis Mendis de Saa. Dos feitos de Mem de Sá (1563). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1958.

Compartilhe

Navegue pela História

Selecione o mês para conhecer os fatos históricos ocorridos ao longo do tempo.

Outros Artigos

Últimos posts do instagram

Fique por dentro das novidades

Insira seu e-mail abaixo para receber atualizações do blog: