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Década de 1920: “os anos loucos”

12 de abril de 2015

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Época de mudança de valores e de libertação da mulher, de festas grandiosas regadas a bebida alcoólica (apesar da Lei Seca que proibia a fabricação, a venda e o transporte de bebida alcoólica nos Estados Unidos), a década de 1920 ficou conhecida como “anos loucos”.

A juventude da década de 1920, chamada de “geração perdida” pelo seu modo de vida alienado e superficial, foi retratada por Sinclair Lewis, em suas obras Rua Principal (1920) e Babbitt (1922) e por F. Scott Fitzgerald em O Grande Gatbsy (1925).

As mulheres da década de 1920

Ao começar a década de 1920, as mulheres de boa parte do mundo ocidental já haviam adquirido o direito de votar, uma conquista do movimento das sufragistas do século XIX. Os pioneiros na adoção do sufrágio feminino foram:

  • 1868 – Wyoming foi o primeiro estado dos Estados Unidos a adotar o “sufrágio igual”, sem diferença de gênero, embora não fosse universal (excluía homens e mulheres afrodescendentes).
  • 1893 – Nova Zelândia
  • 1894 a 1902 – Austrália (por regiões)
  • 1907 – Finlândia (com direito a ser eleita para o parlamento, o primeiro caso da história)
  • 1913 – Noruega
  • 1915 – Dinamarca
  • 1917 – Rússia e Canadá
  • 1918 – Alemanha, Polônia e Reino Unido (para mulheres acima dos 30 anos de idade)
  • 1919 – Áustria e Holanda
  • 1920 – Estados Unidos
  • 1927 – Uruguai (o primeiro país latino a adotar o sufrágio feminino)
manifestação pelo voto feminino

Manifestação pelo voto feminino em Nova York, 1912.

Grande mudança ocorreu na moda e nos costumes sociais. As mulheres da década de 1920 deixaram seus espartilhos e passaram a usar cabelos curtos, pálpebras pintadas de cor escura, lábios vermelhos, vestidos decotados e na altura dos joelhos, meias da cor da pele.

As chamadas “melindrosas” (flapper) iam à praia de maiô inteiriço, fumavam em público, dirigiam seu próprio carro e falavam sobre sexo. O charleston, dança vibrante com movimentos rápidos de pernas e braços contagiou as jovens Em festas e reuniões da alta sociedade e do meio intelectual, casais homoafetivos sentiram-se livres para se mostrarem.

O jazz, ritmo de influências africanas nascido em Nova Orleans ganhou popularidade nos Estados Unidos e influenciou a música ocidental, na década de 1920. Marcado pela improvisação musical executada no saxofone e no trompete, o jazz atraiu um enorme público para os clubes noturnos do Harlem, bairro em Nova York de população afro-americana na maioria. Ali se apresentavam bandas de jazz que projetaram artistas negros como Duke Ellington e Louis Armstrong, lançaram dançarinos negros talentosos e abriram caminho para cantoras negras célebres como Billie Holiday, Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan.

Censor de praia medindo maiô de banhista em Palm Beach, Estados Unidos, 1925 (à esquerda); mulheres aprendendo a dançar charleston, foto de 1925 (centro); Mulher usando calça comprida e blusa sem abotoamento, a moda despojada de 1924 (à direita).

O carro e a liberação feminina mulher foram os símbolos fa década de 1920. À direita, festa no Hotel Ritz, em Paris, onde os ricos da época se reuniam, foto de 1921.

Barris de cerveja são esvaziados no esgoto durante a Lei Seca nos Estados Unidos, 1920. Propaganda de geladeira de 1920.

Cinema da década de 1920

O cinema tornou-se o lazer de multidões. Em 1927 vendiam-se, por semana, nos Estados Unidos, 60 milhões de bilhetes. Em 1929, já eram 110 milhões. Foi a era de ouro de Hollywood (1915-1925), o mais importante centro da indústria cinematográfica do mundo. Ali estavam os estúdios da Universal, Fox, Paramount e Metro-Goldwyn-Mayer.

Os filmes eram mudos e traziam legendas que faziam a narração e o diálogo; a projeção era acompanhada de música ao vivo. Por isso, toda sala de cinema tinha espaço para uma pequena orquestra ou, no mínimo, um piano. Entre as estrelas e astros da década de 1920 destacaram-se Greta Garbo, Bebe Daniels, Rodolfo Valentino, Charles Chaplin com seu personagem Carlitos e  a dupla de comediantes O Gordo e o Magro (Laurel and Hardy).

No final da década, o filme O cantor de Jazz (1927), com Al Jolson, lançou o filme falado. Mas ainda levaria um tempo para o cinema sonoro se popularizar e as salas de exibição continuaram mantendo um pianista para tocar durante a projeção do filme.

Desenhos animados fizeram enorme sucesso de público. O Gato Félix, lançado em 1919, teve nos anos 1920 seu período de maior popularidade. O personagem Mickey Mouse, criado por Walt Disney, foi lançado em 1928 em filme falado e logo se tornou um dos personagens mais famosos do mundo.

Charles Chaplin em cena do filme “O Garoto”, de 1920 (à esquerda). Famosa dupla de comediantes “O Gordo e o Magro” (Laurel e Hardy).

Greta Garbo e John Gilbert no filme mudo “Mulher de brios”, 1928 (à esquerda). Rodolfo Valentino em cena do filme “O Filho do Sheik”, de 1926 (à direita).

Mickey Mouse no seu primeiro filme, “Steamboat Willie”, 1928 (à esquerda). O Gato Félix, o primeiro desenho animado de grande sucesso (à direita).

Preconceito e xenofobia

Década dos contrastes, a década de 1920 foram de expansão da liberdade, mas também de intolerância, preconceitos e xenofobia.  O Ato de Imigração de 1924, que vigorou até 1965, restringiu o número de imigrantes admitidos nos Estados Unidos o que afetou europeus do sul (italianos e espanhóis pobres) e impediu a entrada de asiáticos e indianos. Os Estados Unidos fechavam as portas aos que sonhavam “fazer a América”. Os estrangeiros que residiam no país também não tinham segurança, pois podiam ser expulsos sob suspeita de subversão.

A hostilidade norte-americana aos estrangeiros com ideias socialistas e anarquistas radicalizou-se. Na década de 1920, os italianos anarquistas Nicola Sacco e Bartolomeu Vanzetti foram acusados de roubo e assassinato. O caso teve projeção internacional com manifestações em defesa dos acusados. Nem mesmo a confissão de outro preso assumindo autoria dos crimes foi considerada. Sacco e Vanzetti foram condenados à morte e eletrocutados em 1927.

A xenofobia (aversão a estrangeiros) norte-americana chegou ao extremo com a Ku Klux Klan, organização racista fundada em 1865, nos sul dos Estados Unidos e que apoiava a supremacia dos brancos e protestantes.  A KKK organizava expedições punitivas contra negros, judeus, católicos, imigrantes, sindicalistas e comunistas praticando todo tipo de violência, da ameaça verbal à tortura física e ao assassinato. Estima-se que, na década de 1920, a organização possuía 4 milhões de integrantes.

A sociedade norte-americana passou por uma onda conservadora e moralista que aprovou a Lei Seca (janeiro de 1921) proibindo a fabricação, a venda e o transporte de bebidas alcoólicas em todo país. A lei, contudo, estimulou o contrabando e a máfia – organização criminosa que se infiltrou de forma oculta em muitos setores econômicos.

Gângsteres controlavam os locais onde se vendiam bebidas alcoólicas. A cidade de Chicago, no estado de Illinois, ficou célebre pela atuação do grupo criminoso comandado pelo gângster Al Capone. A Lei Seca foi extinta em dezembro de 1933, mas alguns estados continuaram com a proibição. Mississipi foi o último estado a revogar a lei em 1966.

Em agosto de 1925, cerca de 40.000 membros da Ku Klux Klan desfilaram pelas ruas de Washington (à esquerda). Membros da Ku Klux Klan usando capuz e túnica branca para esconder a identidade e aterrorizar suas vítimas (à direita).

Imigrantes desembarcam no porto de Nova York. Entre 1892 e 1954, os EUA receberam cerca de 12 milhões de imigrantes.

Manifestação pela libertação de Sacco e Vanzetti, Londres, 1927.

Fonte

  • BRENER, Jayme. 1929, a crise que mudou o mundo. Rio de Janeiro: Ática, 2006.
  • KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formação da nação, 4. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
  • KARNAL, Leandro. Os textos de fundação da América: a memória da crônica e a alteridade. Ideias, n. 1, v. 11, Campinas, p. 9-14, 2004.
  • PAMPLONA, Marco Antônio. Revendo o sonho americano: 1890-1972. São Paulo: Atual, 1996.

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[…] prosperidade da década de 20 não atingiu toda a sociedade norte-americana marcada por profunda desigualdade social. Os 13% de […]

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[…] da escritora e ativista política Patrícia Galvão (Pagu), interpretada por Carla Camurati, que na década de 20 escandalizou a burguesia conservadora brasileira. Tornou-se musa da poesia modernista, conviveu com […]

Beatrice Sezures
Beatrice Sezures
7 anos atrás

Gostei muito do artigo, mas seria interessante dar um enfoque no Brasil neste período ou direcionar o leitor para um artigo sobre.

Giovana Sjd
Giovana Sjd
6 anos atrás

Hum será q tinha algo parecido com isso no Brasil? Acho q não

Luciana vieira
Luciana vieira
5 anos atrás

Vdd seria ótimo,o artigo e muito bom ..mas ,e no Brasil?

Leanny Diniz
Leanny Diniz
7 anos atrás

Meu foco era o Brasil
Adorei o artigo

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[…] Ensinar História  Conhecer […]

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[…] Os anos loucos […]

Maria ursula
Maria ursula
6 anos atrás

Acontecimentos marcantes da década de 1920

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