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Qual a diferença entre árabe, persa, turco, mameluco…?

22 de abril de 2024

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É comum as pessoas confundirem essas palavras e as usarem como sinônimos o que pode causar mal-entendidos e tornar quase impossível compreender o noticiário atual. Para começar, árabe não é sinônimo de persa nem de turco que são três povos diferentes, com outras origens, línguas e histórias. Quanto à religião, nem todo árabe é muçulmano e nem todo muçulmano é árabe.

Conheça o significado de 8 termos, suas diferenças e o que há em comum entre eles.

  1. Árabe (povo e língua)
  2. Persa, iraniano e língua persa
  3. Turco
  4. Mameluco
  5. Mouro
  6. Muçulmano e maometano
  7. Islã
  8. Islamismo político

1. O que é árabe (povo e língua)

O termo árabe, originalmente (isto é, antes da propagação do Islã e da língua árabe), referia-se aos semitas, em grande parte nômades, habitantes da Península Arábica. Eram pastores de ovelhas, cabras e camelos que percorriam a região do deserto. Os árabes sedentarizados praticavam a agricultura de tâmaras e cereais nos oásis, que também serviam como centros comerciais para as caravanas que transportavam especiarias, marfim e ouro do sul da Arábia (região dos atuais Iemen e Omã) e do Chifre da África (região das atuais Etiópia, Eritreia, Somália e Djibuti) para as civilizações mais a norte.

Hoje, o termo árabe refere-se aos povos de tenham o árabe como a língua materna, qualquer que seja o seu país de origem. Isso abrange numerosos países da costa atlântica da África à Península Arábica incluindo a Síria, o Iraque, o Líbano, a Palestina, a Jordânia.

A língua árabe alcançou tamanha extensão por questões religiosas: é a língua das escrituras sagradas islâmicas (o Alcorão) e foi introduzida junto com a expansão do islamismo. Hoje, o árabe é uma das línguas mais faladas do mundo, é a língua oficial de mais de vinte países e uma das seis línguas oficiais das ONU.

Extensão da língua árabe. Em VERDE: árabe é única língua oficial. AZUL: árabe é a língua co-oficial.

Outro critério que identifica o indivíduo como árabe é se ele é cidadão de um país membro da Liga Árabe, formada por 22 países que somam mais de 450 milhões de habitantes.

A diversidade de povos do mundo árabe contraria os estereótipos físicos, pois existe uma enorme variação regional de etnias.

Há também diferenças religiosas, pois os árabes de hoje não são exclusivamente muçulmanos (veja o ítem Muçulmanos). Aproximadamente 5% dos falantes nativos de árabe, em todo mundo, são cristãos, judeus, drusos ou animistas.

Árabes notáveis: (1) Felipe, o Árabe (séc. II d.C.), imperador romano; (2) João Damasceno (séc. VIII), monge erudito; (3) Al-Kindi ou Alquindi (séc. IX), filósofo, astrônomo, químico, matemático, músico e médico; (4) Al-Khansa (séc. VII), poetisa; (5) Faiçal I (reinado 1920-1933), rei do reino Árabe; (6) Gamal Abdel Nasser (atuação política 1956-1970), presidente do Egito e 1º presidente da República Árabe Unida; (7) Asmahan (1912-1944), cantora e atriz; (8) May Ziade (1886-1941), poeta e romancista.

Os costumes do mundo árabe também são diversos e foram alterados pelas pressões da urbanização, industrialização e influência ocidental. O pastor nômade do deserto, típico da cultura árabe, representa hoje apenas 5% da população árabe moderna. Muitos abandonaram o pastoreio para se tornarem agricultores de aldeia ou criadores de gado, para trabalharem em empresas petrolíferas ou se empregarem nas cidades.

Diversos são também o papel da mulher nos países do mundo árabe. Os códigos de vestimenta feminina mudam conforme o país, assim como as oportunidades de educação e emprego para as mulheres (veja o ítem Muçulmanos).

2. O que é persa, iraniano e língua persa

O termo persa designa o povo chamado de Parsa, da família dos arianos, indo-europeus nômades que, por volta de 1000 a.C. habitavam uma região chamada Parsis, no sul do atual Irã. Eram falantes do persa, língua da família linguística indo-iraniana.

À medida que os Parsa expandiram sua área de influência política, particularmente durante o Império Aquemênida (559-330 a.C.), todo o planalto iraniano ficou conhecido pelos demais povos (entre eles, os antigos gregos e romanos) como Pérsia, seus vários povos como persas e seus domínios como Império Persa. Foi um dos maiores e mais poderosos impérios da história, conhecido por sua enorme influência cultural, política e social.

A religião persa, o Zoroastrismo, era monoteísta, baseada na adoração a Ahura Mazda (Senhor da Sabedoria) como seu ser supremo, e na crença da eterna luta entre o bem o mal.

Extensão do Império Persa no reinado de Ciro, o Grande, século VI a.C. Em vermelho, os nomes dos atuais países.

O Império Persa atravessou os séculos: entrou em guerra com os gregos, os macedônios, e os romanos, enfrentou os bizantinos até ser conquistado pelos árabes muçulmanos no século VII a.C. A população aceitou lentamente o Islã, mas milhares de adoradores zoroastristas fugiram para o leste, dando origem à comunidade Parsi no noroeste da Índia.

Sob governantes muçulmanos, os domínios persas mudaram de configuração ao longo do tempo em que diversas dinastias se sucederam. A última dinastia do Estado Imperial do Irã foi a Pahlavi que reinou de 1925 a 1979. A monarquia iraniana foi derrubada pela Revolução Iraniana, em 1979, que implantou a República Islâmica, que se mantém até os dias de hoje.

Desde 1935, o nome oficial da Pérsia é Irã, nome nativo do país. O termo “Iran”, significa “terra dos arianos”, deriva de Aryanam, forma encontrada em textos persas antigos. A  atual República Islâmica do Irã é o único estado oficialmente xiita e um dos raros países a ser uma teocracia.

Hoje o termo “persa” pode designar:

  • a pessoa ou objeto do Império Aquemênida (antigo Império Persa);
  • o indivíduo iraniano, isto é, natural ou habitante da República Islâmica do Irã;
  • algo pertinente ao grupo étnico persa;
  • a língua persa, seja o persa antigo ou o persa moderno (chamado parse, pársi ou farsi);
  • a pessoa falante da língua persa, isto é, os atuais iranianos e grupos espalhados no leste da Turquia (curdos) e no Afeganistão e Paquistão (os zaza e os balúchis)

O persa, a língua oficial do Irã, é escrita em caracteres árabes. O persa antigo, falado até cerca do século III a.C., era escrito em cuneiforme. É conhecido em numerosas inscrições, das quais a mais notável é o grande monumento de Dario I, no Irã.

Persas notáveis: (1) Alcuarismi (780-850 a.C.), matemático, astrônomo, astrólogo, geógrafo e escritor; (2) Albiruni (973-1048), cientista, físico, quimico, matemático, historiador, geógrafo, filósofo; (3) Avicena (980-1037), médico, químico, filósófo, físico, astronomia, psicologia; (4) Rasis (854-932), alquimista, filósofo, astrônomo, gramático, médico; (5) Ferdusi (940-1020), poeta, autor Épica dos Reis, a maior epopeia persa; (6) Omar Caiam (1048-1131), poeta, matemático e astrônomo; (7) Saadi de Xiraz (1210-1291/2), “O Mestre da Fala”, poeta e escritor; (8) Hafez (1325-1389/90), poeta lírico, filósofo e místico.

3. O que é turco

Os povos turcos são povos originários da Ásia Central (no atual nordeste da China e daí migraram para a Mongólia), falantes de línguas da família turca ou turcomanas. As línguas turcas são uma das mais difundidas do mundo, pois são faladas numa vasta região que vai da Europa à Sibéria.

O termo turco representa um amplo grupo etno-linguístico que inclui sociedades históricas e sociedades atuais que somam mais de 200 milhões de pessoas. Cerca de metade são turcos da Turquia, e a outra metade encontra-se na Ásia Central, na Rússia, no sul do Cáucaso, no noroeste do Irã e no extremo oeste da China.

Hoje, existem seis países turcos independentes: Azerbaijão, Cazaquistão, Quirguistão, Turcomenistão, Uzbequistão e a Turquia.

Existem, também, várias repúblicas turcas autônomas e regiões governadas por turcos da Rússia. Além disso, há várias regiões turcas não reconhecidas no Irã e em partes do Iraque, Afeganistão, Paquistão e Tajiquistão. No extremo noroeste da China vivem os uigures, de etnia turca.

A ligação cultural mais importante (além da história e da língua) entre esses povos, é com o Islamismo, pois a grande maioria dos povos turcos são muçulmanos.

A Hungria é por vezes incluída como parte das nações turcas por razões históricas, étnicas e linguísticas, e faz parte do Conselho de Cooperação dos Estados de Língua Turca como observadora.

As sociedades turcas históricas incluem os ávaros, hunos, turcos seljúcidas e otomanos.

Países e entidades autônomas em que uma língua turca é oficial.

4. O que mameluco

Os mamelucos (palavra árabe para escravo branco) eram os membros de uma milícia formada por cristãos escravizados e convertidos ao Islã. Eram treinados para servir os governantes muçulmanos. Essa milícia ocupou poder em várias ocasiões. Sultões mamelucos governaram o Egito do século XIII ao XV. Foram tropas de mamelucos que, em 1250, derrotaram os cruzados e capturaram seu líder, o rei francês Luís IX.

Os mamelucos eram comprados ou capturados nos mercados do atual Turquestão, do Cáucaso, da Europa Oriental (eslavos) ou do sul da Rússia. Em geral, eram crianças que tomadas de suas famílias, receberiam uma educação religiosa muçulmana e treinamento militar. Quando chegavam à idade adulta, o sultão ou o emir (líder militar) libertava-as e fornecia equipamentos e pagamento. Cada mameluco permanecia ligado à sua casa, ou seja, ao seu chefe e aos mamelucos que se formaram na mesma época que ele.

5. O que é mouro

Mouro era o nome dado aos árabes muçulmanos que se instalaram na Península Ibérica durante a Idade Média. O termo deriva da Antiguidade quando os romanos denominavam “mauros” às populações que habitavam a Mauritânia, região noroeste da África submetida ao Império Romano.

Os mauros pertenciam ao grupo étnico dos berberes que, no século VII, durante a expansão islâmica converteram-se ao Islã e adotaram a língua árabe. No século VIII, os mauros ou mouros juntaram-se aos árabes na conquista da Península Ibérica.

Desse modo, a palavra “mouro” pode referir-se a todos os habitantes do noroeste da África que são muçulmanos ou falam o árabe ou, ainda, aos muçulmanos de origem espanhola, judaica ou turca que vivem no norte da África.

Músico mouro e músico cristão, Cantigas de Alfonso X, o Sábio, c.1284.

6. O que é muçulmano e maometano

Muçulmano é a pessoa que pratica o Islã, religião monoteísta fundada por Maomé no século VII. O termo “muçulmano” deriva do verbo árabe aslama, que significa “entregar-se, submeter-se, resignar-se (à vontade de Deus)” e, portanto, muçulmano é “aquele que se entrega a Deus”. Em turco, é müslüman, em persa é musulmān ou muslimān, ambos termos vindos do verbo árabe aslama

A recitação de duas frases são o testemunho da fé e da conversão da pessoa ao Islã:

  • Sh-hadu an-la ilaha il-la Al-lah (“Não há outro deus além de Alá”)
  • Ash-hadu anna Muhammadan rasul Al-lah (“Maomé é o Mensageiro de Deus”).

Sem pronunciar essas frases, uma pessoa está fora do Islã e não terá os benefícios, direitos e obrigações morais que todo muçulmano possui.

A maioria dos muçulmanos pertence a uma das duas principais denominações: sunitas (com 80% a 90%) e xiitas (10% a 20%).

Mundo islâmico por porcentagem da população.

Diferente do que o senso comum diz, nem todo árabe é muçulmano, nem a Arábia Saudita não é o país com maior população muçulmana do mundo. O país com mais muçulmanos é a Indonésia, que não pertence ao mundo árabe. Na Arábia Saudita, da população total de 36,4 milhões (2022), 93% são muçulmanos. Na Indonésia, com 274 milhões de habitantes (2022), 87% são muçulmanos.

Há países europeus com maioria muçulmana: é o caso da Bósnia-Herzegovina (51% da população, em 2013) e da Albânia (57% da população, em 2011).

O termo maometano, usado até a década de 1970, caiu em desuso pois ele é considerado ofensivo pelos muçulmanos porque passa a ideia que os muçulmanos adoram Maomé em vez de Deus. Maomé é reverenciado pelos muçulmanos, mas não adorado.

7. O que é Islã

No Brasil, os termos Islã, Islam e Islamismo são usados para denominar a religião islâmica, a fé monoteísta fundada pelo profeta Maomé em 610 d.C. na Arábia. Possui hoje mais de 1,8 bilhão de membros sendo a segunda maior religião do mundo depois do cristianismo (com cerca de 2,2 bilhões de membros).

O nome Islã deriva do árabe Islām que significa “submissão” (à vontade de Alá). O termo vem do árabe aslama, “submeter-se” que também originou a palavra muslim, “submetido a Alá”, o muçulmano, como é chamado o seguidor do Islã.

As principais obrigações dos muçulmanos são:

  • Crer em um só Deus (Alá) e que Maomé é o seu profeta;
  • Rezar cinco vezes por dia em direção à Meca;
  • Dar esmolas proporcionais aos bens que possui;
  • Jejuar no mês de Ramadã, do nascer ao pôr do sol;
  • Ir a Meca (onde está situado o seu maior santuário: a Caaba) ao menos uma vez na vida.

A doutrina islâmica está contida no Alcorão, o livro sagrado que contém os pensamentos do profeta, embora não tenha sido escrito por ele. O Islã reúne princípios do judaísmo, do cristianismo e do zoroastrismo, uma antiga religião persa. Reconhece cinco profetas importantes antes de Maomé: Adão, Noé, Abraão, Moisés e Jesus.

A Caaba, na cidade de Meca, na Arábia Saudita, é o local mais sagrado do Islã, considerado pelos muçulmanos como a “casa de Deus”.

8. O que é o islamismo político

O termo “islamismo”, de forma restrita, refere-se à ideologia político-religiosa surgida no início do século XX baseada nas raízes religiosas do Islã. O islamismo político objetivava o reavivamento do Islã (por isso é também conhecido como Renascimento Islâmico), purificando-o de elementos estrangeiros.

O islamismo político defende que o Islã deve:

  • Orientar a vida social e política, bem como a vida pessoal.
  • Influenciar os sistemas políticos.
  • Dirigir a sociedade como um todo e que a lei deve estar em conformidade com as leis islâmicas (a sharia).
  • Estabelecer um Estado baseado em valores e leis islâmicas (sharia) e que rejeite os princípios ocidentais, como a liberdade de opinião, a liberdade de imprensa, a liberdade artística e a liberdade de religião.

O primeiro Estado islâmico moderno foi estabelecido com a Revolução Iraniana (1978-1979) entre os xiitas do Irã liderados pelo aiatolá Khomeini que derrubou a monarquia secular e pró-americana do Xá Reza Pahlavi.

O Islamismo político não é um movimento unido e assume diferentes formas e uma ampla gama de estratégias e táticas, tendo vertentes radicais e outras mais moderadas. Ele é criticado por muçulmanos e não-muçulmanos por vários motivos, incluindo a repressão da liberdade de expressão e dos direitos individuais, rigidez, hipocrisia, antissemitismo, interpretação errada do Alcorão e da Suna, falta de compreensão verdadeira e de inovações no Islã.

Os defensores do islamismo político são chamados de islamistas (que é diferente de islamita e nem é equivalente a muçulmano).

Fonte

  • AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
  • WRIGHT, Edmund; LAW, Jonathan. Dicionário da História do Mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
  • SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
  • Enciclopedia Britannica Digital.

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