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Idade do Bronze: a idade das grandes civilizações antigas

14 de abril de 2024

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BNCC

A Idade do Bronze (3300-3000 a 1200-1000 a.C.) foi o período histórico que se seguiu ao Paleolítico e Neolítico e no qual ocorreu um intenso uso da metalurgia do bronze, resultante da mistura de cobre com estanho. Essa periodização diz respeito às sociedades e civilizações que floresceram em torno do mar Egeu (Europa, Oriente Médio e Egito), no Vale do Indo e na China.

O mundo no ano 2000 a.C. Dentro da LINHA VERMELHA, as regiões do mundo que entraram na Idade do Bronze. AZUL = Estados centralizados. LARANJA = sociedades agricultoras complexas e hierarquizadas. VERDE = povos sedentários horticultores. ROXO = pastores nômades. AMARELO = povos caçadores-coletores.

A Ásia Ocidental e o Oriente Médio foram as primeiras regiões a entrarem na Idade do Bronze, começando com a ascensão da civilização mesopotâmica da Suméria, por volta do 4º milênio. No Vale do Indo, no subcontinente indiano, a Idade do Bronze começou por volta de 3300 a.C. com o início da civilização de Harappa que desenvolveu novas técnicas em metalurgia e produziram cobre, bronze, chumbo e estanho.

Dançarina de Mohenjo-Daro, civilização Harappa, vale do Indo, bronze, 2400 a.C., altura: 11 cm.

A datação da Idade do Bronze é diferente para cada cultura.

Na China, os artefatos de bronze mais antigos foram encontrados no sítio cultural Majiayao (entre 3100 e 2700 a.C.), mas, a metalurgia do bronze propriamente dita iniciou-se na dinastia Shang, nos séculos XVI a XI a.C.

Na Tailândia, foram descobertos artefatos de bronze datados de 2100 a.C. Mas, os estudiosos propõem que a Idade do Bronze na Tailândia ocorreu por volta de 1900-1800 a.C.

Na Europa Central, a Idade do Bronze iniciou-se com a cultura Unetice (2300-1600 a.C.), na atual República Tcheca, cujo artefato mais conhecido é o Disco de Nebra. Na Grã-Bretanha e na Península Ibérica, considera-se a Idade do Bronze o período entre 2100 e 750 a.C.

A Carruagem do Sol de Trundholm, descoberta na Dinamarca, é uma escultura da Idade do Bronze Nórdica. Datada de 1400 a.C., a peça tem 60 cm de comprimento e mostra um cavalo de bronze fundido puxando um grande disco de 25 cm de diâmetro coberto, em um dos lados, com uma folha de ouro com espirais em relevo. As seis rodas se movimentam em seus eixos. É uma das descobertas mais importantes da Idade do Bronze Europeia.

A distribuição desigual das minas de cobre e, especialmente, do raro estanho, necessários para a produção de bronze, levou à formação de uma extensa rede comercial que difundiu não apenas bens, mas também ideias e culturas. A descoberta do Navio de Uluburun, um navio comercial do final da Idade do Bronze, do século XIV a.C., naufragado na costa sudoeste da atual Turquia, demonstra de forma impressionante a diversidade de mercadorias que eram comercializadas a longas distâncias.

Popa do Navio de Uluburun (réplica), um navio comercial do final da Idade do Bronze, do século XIV a.C., naufragado na costa sudoeste da atual Turquia.

Idade do Bronze na América e na África

Os historiadores não utilizam o termo Idade do Bronze para as civilizações pré-colombianas. Há, porém, evidências da produção de bronze arsênico (liga de cobre com uma porcentagem maior de arsênico) em Tiahuanaco, nos Andes centrais. A cultura Moche (séculos I-VII a.C.), no Peru, processava uma liga de cobre e ouro chamada tumbago. O uso mais antigo conhecido de bronze foi encontrado na cultura Chimu (por volta de 1270 a 1470 d.C.), no Peru, depois incorporada no Império Inca.

Na África Ocidental subsaariana, não existiu Idade do Bronze. Ali ocorreu uma transição direta do Neolítico para a Idade do Ferro como indicam as evidências de fundição de ferro na Nigéria (c.900-800 a.C.), Ruanda e Burundi (c. 700-500 a.C.) e Tanzânia ( c. 300 a.C.)

Mudanças sociais provocadas pela Idade do Bronze

A necessidade de organizar ou dominar uma rede de minérios levou a graves convulsões na estrutura social das sociedades antigas. É muito provável que o acesso e o controle dos recursos (metais, especialistas em metalurgia, rotas comerciais e fabricação de navios) tenham levado à diferenciação social com posições de lideranças hereditárias (reis).

Com o bronze foi possível, também, acumular riquezas facilmente transportáveis. Barras de bronze eram usadas como moeda. O surgimento de cidades fortemente fortificadas e a invenção da lança são frequentemente interpretados como uma indicação de um aumento de conflitos bélicos ou predatórios.

Rotas comerciais mediterrâneas no final da Idade do Bronze, c. 1400-1200 a.C.

A Idade do Bronze é mais conhecida pelo desenvolvimento das primeiras grandes civilizações do Mediterrâneo. Nesse período ocorreram avanços em todos os aspectos da vida humana:

  • invenção da escrita e da roda,
  • formação de governos centralizados (geralmente sob a forma de monarquias centralizadas),
  • criação de códigos legais,
  • formação de cidades-Estado, reinos e impérios,
  • construção de grandes obras arquitetônicas,
  • estratificação social,
  • início da escravidão (por dívida e guerra),
  • formação de exércitos e guerra organizada,
  • desenvolvimento da medicina, astronomia, matemática e astrologia,
  • estruturação da religião com ritos e corpo sacerdotal definido.

Foi na Idade Bronze que as Pirâmides de Gizé foram construídas (Antigo Reino do Egito, c. 2613-2181 a.C.) e o Egito conquistou seu mais extenso domínio (Novo Império, c. 1570 – c. 1069 a.C.).

Na Mesopotâmica, o período Uruk (c. 4100-2900 a.C.) viu a invenção da roda e da escrita, entre outros avanços, Sargão da Acádia (2270-2215 a.C.) fundou o primeiro império multicultural do mundo, o Império Acadiano, e Hamurabi mandou gravar suas leis na pedra, o Código de Hamurabi (1.750 a.C.).

Na Anatólia (Turquia atual) floresceu o Império Hitita (1400-1200 a.C.) em torno de sua capital Hattusa, fundada em 2500 a.C.

No noroeste da Mesopotâmia, formou-se o Reino de Mitani (1600-1150 a.C.) que, por volta de 1.350 a.C. era uma das grandes potências da Antiguidade Oriental ao lado dos Hititas, do Egito, da Assíria e da Babilônia. A estreita relação entre os monarcas mais poderosos da época está documentada nas Cartas de Amarna do século XIV a.C., correspondência entre os reis do Egito e do Oriente Médio.

Foi na Idade do Bronze que se desenvolveu a civilização minóica em torno da cidade-fortaleza de Cnossos, em Creta e que atingiu seu apogeu entre 1650 e 1450 a.C.

No mesmo período, floresceu a civilização micênica (1650-1100 a.C.), em torno da cidade de Micenas (na atual Grécia), célebre pela guerra que moveu contra Troia (1250 a.C.).

Colapso da Idade do Bronze

Todo esse avanço e florescimento de civilizações teve um forte declínio no espaço de um século, entre 1250 e 1150 a.C. quando grandes cidades foram destruídas, civilizações inteiras caíram, relações diplomáticas e comerciais foram rompidas, sistemas de escrita desapareceram, houve devastação generalizada e morte numa escala nunca antes experimentada.

O que teria levado ao colapso da Idade do Bronze é tema de discussão entre estudiosos, bem como a data em que provavelmente começou e quando terminou. O que se seguiu foi a Idade do Ferro (c. 1200-550 a.C.).

Fonte

  • A Idade do Metal. Enciclopedia Britannica.
  • MUHLY, J. D. Rotas comerciais de estanho da Idade do Bronze: novas evidências e novas técnicas auxiliam no estudo das fontes de metal do mundo antigo. American Scientist, v.61, n.4, julho-agosto 1973.
  • GIUMLIA-MAIR, A. R.; LO SCHIAVO, F. Le problème de l’étain à l’origine de la metallurgie. Age du Bronze em europe et em Méditerranée. Oxford, England: Archaeopress. 2003.
  • CLINE, Eric H. The Oxford handbook of the Bronze Age Aegean. Oxford University Press, 2012.

 

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