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Pré-História do Brasil (parte 4): os sambaquis do litoral

9 de dezembro de 2014

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A expressão Pré-História brasileira tem sido criticada devido ao fato do termo pré-história refletir uma visão eurocêntrica de mundo, na qual os povos sem escrita seriam povos sem história. No contexto da história do Brasil, essa expressão pode passar a falsa ideia de que os indígenas não teriam uma história própria. Ao contrário, porém, os indígenas brasileiros tiveram uma história própria, de milhares de anos em que suas culturas, técnicas e artes sofreram mudanças e influências. Por essa razão, prefere-se chamar esse período de pré-cabralino (anterior à chegada de Pedro Álvares Cabral).

A história pré-cabralina abrange dois períodos geológicos: Pleistoceno (60 mil a 12 mil anos) e Holoceno (12 mil até a chegada dos europeus). Os sambaquis pertencem ao Holoceno.

O que é sambaqui

Sambaqui é um sítio arqueológico muito comum no Brasil. É um depósito de restos de mariscos, ostras, caranguejos, ossos de peixes e de mamíferos marinhos acumulados por populações pré-históricas no litoral. São encontrados na costa do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.

A palavra é de origem tupi, tambá ki, significando concha amontoada ou monte de conchas e que a população local conhece como concheira, casqueiro, berbigueira ou ostreira.

O formato dos sambaquis pode ser cônico ou semiesférico, sua altura varia de menos de um metro até 30 metros de altura, estendendo-se de 40 metros até 400 metros de comprimento.

Importância dos sambaquis

Os sambaquis são fontes de informações sobre antigos grupos de coletores e pescadores que viveram na costa brasileira entre 8 mil e 2 mil anos antes do presente. Eram povos anteriores aos tupi-guaranis que ocuparam a região mais tarde.

Muitos sambaquis foram destruídos desde o período colonial transformados em cal para a construção de engenhos de açúcar, do Palácio do Governador, do Colégio da Bahia e outros edifícios.

Em meados do século XX eles atraíram a atenção de Paul Rivet, famoso pesquisador francês e fundador do Museu do Homem, de Paris que, em 1952 ministrava um curso na Universidade de São Paulo.

O maior pesquisador dos sambaquis, contudo, foi o jesuíta João Alfredo Rohr (1908-1984), um arqueólogo autodidata que catalogou mais de 400 sítios arqueológicos em Santa Catarina. Foi o criador do Museu do Homem do Sambaqui (1963-1964) que hoje leva o nome de seu fundador e cuja coleção possui cerca de 8 mil objetos descobertos em sambaquis.

Os sítios mais importantes estão localizados no litoral sul de Santa Catarina. As cidades de Laguna e Jaguaruna abrigam 42 sambaquis dos mais diversos tamanhos, destacando-se entre eles o Garopaba do Sul, o maior depósito de conchas do mundo em extensão com 30 metros de altura e 200 de diâmetro, e mais de 3,7 mil anos.

Sepultamentos nos sambaquis

Cada comunidade construía os seus sambaquis para atender finalidades específicas, como demarcação de território, mirante, cemitério etc.

Os mortos eram enfeitados com colares de conchas e enterrados com objetos como pontas de osso, lâminas de machado de pedra. É comum encontrar entre os esqueletos, dentes e vértebras de tubarões, macacos, porcos-do-mato e outros animais.

As covas eram preparadas e, muitas vezes, forradas com argila, areia, corantes, palha e madeira.

Há covas individuais e coletivas, corpos estendidos e em posição fetal e, muitos cobertos com pigmento vermelho.

Objetos encontrados nos sambaquis

Foram encontrados nos sambaquis vários objetos utilizados pelos moradores como raspadores de conchas, batedores de osso e facas de pedra. Em meio ao material fossilizado há também, marcas de fogueira e potes de cerâmica de tamanho e formato variados.

Nos sambaquis do litoral de Santa Catarina, foram descobertas estatuetas de pedra polida: são os zoólitos, figuras de animais representadas de maneira estilizada representando em geral baleias, peixes e pássaros.

Os zoólitos são peças refinadas, de grande beleza. Alguns deles tem uma cavidade rasa no centro da peça que pode ter servido para colocar corantes ou alguma substância usada em rituais.

Veja o vídeo Pré-História do Brasil, parte 4

Fonte

  • CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
  • FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
  • GASPAR, Madu. Sambaqui: arqueologia do litoral brasileiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
  • PROUS, André. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
  • TENÓRIO, Maria Cristina. Pré-História da Terra Brasilis. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999.

Outros vídeos da série Pré-História do Brasil

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Kaike Jackson
Kaike Jackson
8 anos atrás

Professora, muito boa esta aula, ótimo material, mas gostaria de levantar a possibilidade de um provável equívoco ou não, a partir do minuto 2:38 entra uma imagem falando do povo sambaqui e visualmente falando eles tem traços indígenas na imagem, estaria errado esta foto retratando eles como povos indígenas?

Joelza Ester
Joelza Ester
6 anos atrás
Reply to  Kaike Jackson

As representações visuais são sempre criativas e, portanto, passíveis de erros e distorções. Mesmo as representações em 3D a partir de vestígios ósseos são suposições já que cor de pele, tipo e cor de cabelo, cor de olhos etc não estão indicados na ossatura fossilizada. A reconstituição do rosto de Luzia, por exemplo, feita a partir do crânio encontrado em Lagoa Santa, teve o mesmo dilema.

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Fabricio Baldan
Fabricio Baldan
6 anos atrás

Costa do Rio de Janeiro, professora? Quer dizer que os Sambaquis do Espírito Santo são desconsiderados ou possuem outra nomenclatura?

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