Em 10 de novembro de 1904, teve início, no Rio de Janeiro, o levante popular conhecido como Revolta da Vacina. No dia anterior, o jornal carioca “A Notícia” publicara a regulamentação da lei de vacinação obrigatória, projeto proposto pelo sanitarista Oswaldo Cruz. Os termos eram autoritários. As brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, poderiam entrar nas casas e aplicar a vacina à força.
A população mais pobre ficou indignada e sentiu-se ameaçada. No dia 10, o povo exaltado saiu às ruas aos gritos de “Morra a polícia. Abaixo a vacina”. Os tumultos se estendem por uma semana quando populares enfrentaram a polícia, o Exército, os bombeiros e até a Marinha. O centro do Rio de Janeiro se transformou em campo de batalha. Lojas foram depredadas, bondes incendiados, postes de iluminação quebrados.
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A reação popular levou o governo a suspender a obrigatoriedade da vacina e a decretar estado de sítio no dia 16. A rebelião foi sufocada, deixando 30 mortos, 110 feridos, 945 pessoas presas, das quais 461 foram deportadas para o Acre e a Ilha das Cobras.
Com a situação sob controle, o processo de vacinação foi reiniciado. Em pouco tempo, a varíola foi erradicada da então capital do Brasil.