Em 3 de outubro de 1990, a Alemanha voltava a ser um só país depois de quarenta anos dividida em República Federal da Alemanha (RFA, ou Alemanha Ocidental) sob controle da França, Reino Unido e Estados Unidos, e República Democrática da Alemanha (RDA, ou Alemanha Oriental) sob controle soviético.
Com a unificação, o país passou a ser conhecido oficialmente como Unidade Alemã (em alemão: Deutsche Einheit) e Berlim foi novamente designada como a capital da Alemanha reunificada.
Antecedentes
A crise do regime comunista da União Soviética durante o fim da década de 1980 refletiu nos países do bloco soviético incluindo a Alemanha Oriental.
Em 28 de novembro de 1989, duas semanas após a queda do Muro de Berlim, o chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl anunciou os 10 pontos de um programa de cooperação entre as duas Alemanhas. O projeto visava a eventual reunificação, que viria a se concretizar no ano seguinte.
As negociações entre as duas Alemanhas aceleraram entre maio e setembro de 1990. Em 1 de julho desse ano, o marco alemão substituiu o marco alemão-oriental como moeda oficial da Alemanha Oriental. A Alemanha Ocidental passou a gerir a política financeira da Alemanha Oriental e a fornecer-llhe subsídios para diminuir o enorme fosso político, social e econômico existente entre os dois sistemas.
Em 23 de agosto de 1990, o Parlamento da Alemanha Oriental aprovou a adesão do país à República Federal da Alemanha. Restava decidir em que data isso ocorreria. Foi então proposto que a unificação ocorresse após o fim das negociações que levariam ao chamado Tratado Dois-Mais-Quatro.
Essas negociações foram encerradas em 12 de setembro de 1990, em Moscou, quando o tratado foi firmado pelas duas Alemanhas e pelas quatro potências que ocuparam o país após o fim da Segunda Guerra Mundial: Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética.
O Tratado Dois-Mais-Quatro
O tratado, assinado em 12 de setembro de 1990, definia os aspectos externos da reunificação alemã, dando respostas para questões de interesse do mundo ocidental: quais fronteiras passariam a valer na Europa? Como ficava a fronteira entre Alemanha e Polônia? As duas partes da Alemanha poderiam integrar a Otan ou deveriam ser neutras? Haveria também um tratado de paz, que selaria oficialmente o fim da Segunda Guerra Mundial? Como seria feita a retirada das tropas soviéticas da Alemanha Oriental?
Em quatro rodadas de negociações, finalmente chegou-se a um consenso entre os interesses alemães e dos Aliados, vencedores da Segunda Guerra França (Reino Unido, França, Estados Unidos e União Soviética).
A Alemanha unificada permaneceu na OTAN mas abdicou da posse de armas de destruição de massa e concordou com uma redução das Forças Armadas para 370 mil soldados.
Ficou acertado, também, que o Exército Vermelho deixaria o território da Alemanha Oriental até 1994, e que a reforma agrária levada a cabo na Alemanha Oriental entre 1945 e 1946 não poderia ser desfeita.
Em contrapartida, os Aliados abdicaram de seus direitos de ocupação sobre o país reunificado – compromisso selado e aceito também – e principalmente – pela União Soviética.
O tratado também serviu como acordo de paz entre os lados oponentes da Segunda Guerra Mundial. Os signatários concordavam que não havia mais exigências de reparação de perdas contra a Alemanha, nem qualquer tipo de limitação à soberania alemã.
Em seguida, em 1º de outubro de 1990, durante uma reunião dos ministros do Exterior da Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa (CSCE), em Nova York, os representantes das quatro potências abriram mão dos seus direitos de ocupação e aprovaram sem restrições a soberania da Alemanha.
A unificação formal
Com as negociações acertadas com todos países interessados, o dia da reunificação foi marcado para 3 de outubro de 1990.
Desde então, a Alemanha comemora nesta data, o Dia da Unidade Alemã, o feriado mais importante do país.
Saiba mais