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Inauguração do Teatro Amazonas, em Manaus

31 de dezembro de 1896

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No dia 31 de dezembro de 1896 era inaugurado o imponente Teatro Amazonas, em Manaus. Construído entre 1884 e 1893, em estilo eclético, o teatro era um dos mais belos exemplares da arquitetura brasileira e um símbolo da riqueza proporcionada pelo ciclo da borracha.

A produção de látex para processamento de borracha, destinada às indústrias europeias e norte-americanas, gerou uma grande riqueza para os estados da região. Em seu apogeu, entre 1880 e 1912, a Amazônia foi a maior produtora de látex do mundo, gerando vultosos recursos que permitiram grandiosos empreendimentos arquitetônicos em cidades como Manaus e Belém.

O Teatro Amazonas coroava a ampla reforma urbana realizada em Manaus pelo governador, Eduardo Ribeiro (1862-1900), o primeiro negro a governar o estado. A cidade foi modernizada e embelezada, abrindo-se praças, avenidas, dotando-a de um porto flutuante com ferro importado da Inglaterra e edifícios luxuosos como o Palácio da Justiça e o Palácio do Governo. Manaus era chamada de “Paris dos Trópicos” e o Teatro Amazonas era o maior símbolo da pujança da elite seringalista.

A sala de espetáculos tem capacidade para 701 pessoas, distribuídas entre a plateia e os três andares de camarotes.

As características do Teatro Amazonas

Para a realização da obra foram trazidos da Europa profissionais como arquitetos, construtores, pintores e escultores, e também, materiais refinados: mármores de Carrara, 198 lustres de Murano, peças de ferro trabalhado da Inglaterra, espelhos da Itália e telhas da França.

O decorador Crispim do Amaral ficou encarregado da decoração interna, exceto o Salão Nobre, que foi entregue ao artista italiano Domenico de Angelis. Nesse salão, que tem características barrocas, o piso com desenho geométrico, feito com madeira brasileira e europeia, é formado por 12 mil peças encaixadas. O trabalho de decoração do teatro estendeu-se por alguns anos após a inauguração oficial.

Detalhe do piso de madeira no interior do Teatro Amazonas.

A sala de espetáculo tem capacidade para 701 pessoas, distribuídas entre a plateia e os três andares de camarotes. A boca de cena possui 10,50 metros de largura, 6,40 metros de altura e quase 12 metros de profundidade.

A ótima acústica do Teatro Amazonas dispensa o uso de amplificadores para espetáculos com instrumentos acústicos, corais, cantos líricos e outros.

Na área externa, a famosa cúpula chama a atenção pela imponência. É composta por 36 mil escamas de cerâmica esmaltada, nas cores da bandeira brasileira, e telhas vitrificadas, vindas da Alsácia. Foi adquirida na Casa Koch Frères, em Paris, e sua pintura ornamental foi feita por Lourenço Machado

Ao longo de sua história, o Teatro Amazonas apresentou espetáculos de ópera, musicais, peças de teatro, grupos de dança, orquestras, concertos líricos e populares entre outros. Pelo seu palco passaram grandes artistas nacionais e estrangeiros, dentre eles Heitor Villa-Lobos, que se apresentou em 1911.

A parte interna da cúpula do Teatro Amazonas, faz alusão à base da Torre Eiffel de Paris.

A cúpula do Teatro Amazonas é recoberta por um mosaico colorido onde predomina o verde e amarelo das cores da bandeira do Brasil.

Fonte

  • BRAGA, Bruno Miranda. A cidade, os índios e a belle époque: Manaus no final do século XIX. Revista de História da UEG, v. 5, n.1, jan 2016.
  • MESQUITA, Otoni M. La Belle Vitrine: Manaus entre dois tempos (1890-1900). Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas, EDUA, 2009.

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