Na noite do dia 13 de março de 1964, o presidente João Goulart, subiu no palanque montado na praça Cristiano Otonni, no Rio de Janeiro, nas imediações da estação ferroviária Central do Brasil e do Ministério da Guerra. Falou para cerca de 150 mil pessoas reunidas naquele que ficou conhecido como o Comício da Central ou Comício das Reformas. Foi a última vez que João Goulart se dirigiu diretamente ao povo.
Pode-se dizer que o Comício da Central do Brasil foi um divisor águas sendo, a mesmo tempo, a culminância de um processo político e o desencadeador do golpe civil-militar que pôs fim à democracia. O significado e a importância desse evento só podem ser compreendidos no contexto do país à época bem como na trajetória política de João Goulart.
João Goulart entrou para a política pelas mãos de Getúlio Vargas sendo, então, considerado herdeiro político desse presidente. Foi eleito vice-presidente na presidência de Juscelino Kubitschek (1956-1961) e novamente no governo seguinte, de Jânio Quadros (1961).
Com a renúncia de Jânio Quadros assumiu a presidência, primeiro como chefe de Estado em um regime parlamentarista e, depois, com plenos poderes com o restabelecimento do presidencialismo (1963). A partir de então, lutou para ver aprovado seu projeto de Reformas de Base. O comício da Central do Brasil fez parte do esforço em buscar apoio diretamente junto às massas urbanas.
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