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Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal

01 de maio de 1500

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Em 1º de maio de 1500, Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada de Pedro Álvares Cabral, anunciou ao rei Dom Manuel, de Portugal, o descobrimento de novas terras em 22 de abril e as suas impressões sobre a terra e sua gente. A carta, datada de Porto Seguro, sexta-feira de 1° de maio de 1500, foi levada a Portugal por Gaspar de Lemos, comandante do navio de mantimentos, enquanto o restante da expedição seguiu viagem para a Índia.

“Pero Vaz de Caminha lê a carta que será enviada ao rei D. Manoel”, óleo de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo (1854–1916), in História do Brasil (v.1), Rio de Janeiro: Bloch, 1980.

Depois de lida pelo rei, a Carta passou à secretaria de Estado como documento secreto. Anos mais tarde, o documento foi enviado para o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, no castelo de Lisboa. Ali permaneceu esquecida por mais de dois séculos. Foi descoberta, em 1773, por José Seabra da Silva, diretor do arquivo que mandou fazer uma cópia do documento. Supõe-se que a cópia tenha chegado ao Brasil com a transferência da família real portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808.

A cópia da carta foi encontrada no Arquivo da Marinha Real do Rio de Janeiro pelo padre Manuel Aires do Casal, que a imprimiu em 1817 na sua Corografia Brasílica, tornando-a pública pela primeira vez. O documento ganhou particular importância para o Brasil com a Independência, em 1822.

A Carta de Pero Vaz de Caminha é o primeiro documento escrito da história do Brasil. Foi escrita na forma de diário. Tem 27 páginas de papel, com formato de 29,6 cm x 29,9 cm. Escrita em português do século XV, a carta pode apresentar dificuldades para ser compreendida hoje. Muitas palavras mudaram de significado e outras caíram em desuso. É o caso do  termo “achamento” que hoje equivale a “descobrimento”.

Veja, por exemplo, a transcrição de um trecho original:

“Posto que o capitam moor, desta vossa frota e asy os outros capitães screpuam a vossa alteza a noua do achamento desta vossa terra noua que se ora nesta navegação achou, nom leixarey também de dar disso minha conta avossa alteza asy cmo eu milhar poder aimda que pera o bem contar e falar o saiba pior que todos fazer.”

A Carta teve diversas edições e traduzida em várias línguas. Em português, a tradução melhor aceita pelos especialistas é a de Jaime Cortesão que traz estudo crítico de vários aspectos, inclusive vocabulares.

Em 2005, este documento foi inscrito no Programa Memória do Mundo da UNESCO.

Pero Vaz de Caminha teve destino trágico: morreu no massacre que os muçulmanos perpetraram em Calicute, entre dezembro de 1500 e início de 1501.

Fonte

  • Carta de Pero Vaz de Caminha (documento integral). Ministério da Cultura. Fundação Biblioteca Nacional.
  • A carta de Pero Vaz de Caminha. Edição crítica de Jaime Cortesão. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1943.
  • ASTURIANO, Poliana e MATIAS, Rodval. A carta de Pero Vaz de Caminha (edição ilustrada para crianças). São Paulo: FTD, 1999.

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