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Cabral depois do “descobrimento” do Brasil: a desastrosa expedição à Índia

24 de abril de 2018

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Depois de dez dias na “ilha de Vera Cruz”, a armada de Pedro Álvares Cabral levantou velas rumo ao sul e dali seguiu em direção ao seu objetivo principal: atingir Calicute, nas Índias, onde dois anos antes Vasco da Gama aportara. A viagem durou quinze meses, foi cheia de surpresas, dificuldades, perdas e, pior, fez Cabral cair no ostracismo e nunca mais voltar a navegar.

Cabral era o chefe militar da expedição que saiu de Lisboa, em 9 de março de 1500, composta por 10 naus e 3 caravelas, 1500 homens, sendo 700 soldados; os demais eram pessoas comuns que não tinham nenhum treinamento ou experiência em combate anterior. Os navegadores mais experientes foram destacados para acompanhar Cabral, entre eles:

  • Bartolomeu Dias: famoso por ter contornado o Cabo das Tormentas em 1488, o que abriu caminho para atingir a Índia;
  • Diogo Dias: irmão de Bartolomeu e primeiro europeu a chegar a Madagáscar
  • Nicolau Coelho: experiente nessa rota marítima pois participara da viagem de Vasco da Gama.

No início da viagem, na altura de Cabo Verde, a nau comandada por Vasco de Ataíde, com 150 homens, desapareceu sem deixar vestígios.

Nau de Cabral

Nau de Pedro Álvares Cabral conforme retratada no Livro das Armadas, atualmente na Academia das Ciências de Lisboa.

A partida da “ilha de Vera Cruz”

Depois de dez dias na “ilha de Vera Cruz”, Cabral ordenou a partida da frota. Providenciou que a nau comandada por Gaspar de Lemos retornasse a Portugal para dar as boas novas ao rei. O navio, tripulado por 80 homens, levava toras de pau-brasil, amostras de plantas recolhidas na nova terra e artefatos indígenas como arcos, flechas, cocares, bodoques, além de duas araras que causaram espanto na Corte.

Junto foram enviadas cartas de Cabral e dos outros capitães, dos escrivães incluindo Pero Vaz de Caminha (que não era o escrivão oficial da expedição), religiosos, fidalgos e as mensagens enviadas pelos soldados e marujos a seus familiares.

De toda essa documentação só restaram a Relação do Piloto Anônimo e as cartas de Mestre João Faras e de Pero Vaz de Caminha. Todo o restante desapareceu no grande incêndio que se alastrou por Lisboa em 1580 ou no terremoto seguido de incêndio de 1755.

Na “ilha de Vera Cruz” ficaram, ainda, dois degredados – Afonso Ribeiro e João de Thomar – além de dois ou cinco grumetes que desertaram da nau capitânia. Os degredados permaneceram vinte meses na terra tendo sido resgatados na expedição de Gonçalo Coelho, em 1501-1502. No regresso a Portugal, os dois tiveram que dar um depoimento minucioso sobre o que viram durante os quase dois anos que permaneceram no que hoje é o sul da Bahia.

A caminho de Calicute, Índia

A Relação do Piloto Anônimo é o único testemunho direto sobre a continuação da viagem de Cabral. Graças a esse documento ficamos sabendo o que aconteceu com Cabral na Índia.

A frota de Cabral, agora com 11 navios, retomou sua missão rumo à Índia em 3 de maio de 1500. Navegando ao longo da costa brasileira, em direção ao sul, convenceu-se pela extensão da terra que se tratava de um continente, ao invés de uma ilha.

No dia 23 ou 24 de maio, quando se aproximava do Cabo da Boa Esperança, caiu uma violenta tempestade que ergueu ondas tão altas capazes de engolirem os navios. Quatro naus naufragaram perdendo-se 380 homens, entre eles Bartolomeu Dias que doze anos antes havia contornado, com sucesso, o mesmo cabo, então chamado Cabo das Tormentas.

O navio de Diogo Dias desgarrou-se e, navegando sozinho, foi parar em Mogadíscio, na Etiópia. Foi o primeiro europeu a navegar o Mar Vermelho. Só seria encontrado um ano depois, na viagem de regresso de Cabral.

Parada em Quíloa e Melinde, na África

Quíloa, 1572

Quíloa, atlas “Civitates Orbis Terrarum”, de Georg Braun e Frans Hogenberg, 1572

Os seis navios restantes, muito danificados, chegaram, em 26 de maio, em Quíloa, ilha na costa na atual Tanzânia. Ali existia um florescente comércio dominado por africanos islamizados onde se trocava ouro e ferro do Zimbábue, escravos e marfim da África Ocidental, por tecidos, porcelanas, joias e especiarias da Ásia.

Cabral tentou, sem sucesso, negociar um tratado comercial com o governante de Quíloa. (Em 1502, Vasco da Gama comandando a “Esquadra da Vingança” invadiria a ilha tornando-a tributária de Portugal.)

De Quíloa, a frota de Cabral partiu para Melinde, cidade fundada por mercadores suaíles, na costa do atual Quênia. Ali reuniu-se com o rei local, com quem estabeleceu relações de amizade e trocou presentes. A cidade já era conhecida pelos portugueses: Vasco da Gama ali aportara em 1488 e conseguira um piloto para levá-lo a Calicute. O mesmo aconteceu com Cabral.

Finalmente em Calicute, Índia

Calicute, 1572

Calicute no atlas “Civitates orbis terrarum”, de Georg Braun e Franz Hogenber, 1572

Com a expedição reduzida a seis navios, Cabral chegou em Calicute em 13 setembro de 1500, seis meses depois de deixar Lisboa.

Calicute, era a mais importante cidade da costa ocidental da Índia, onde mercadores árabes e chineses comercializavam havia séculos. Era governada pelo Samorim, corruptela portuguesa de Samutiri, o “grande senhor do mar”, título do governante hindu de Calicute.

Foi em Calicute que Vasco da Gama chegou dois anos antes, em 20 de maio de 1498, e não teve sucesso em suas negociações. As mercadorias que levou – bacias de cobre, potes de açúcar e azeite – foram desdenhadas pelo Samorim e pelos mercadores locais frente aos bens de alto valor ali comercializados. Os portugueses tiveram que vendê-las por baixo preço para poderem comprar pequenas quantidades de especiarias e joias para levar para Portugal. Vasco da Gama, contudo, conseguiu obter uma carta ambígua de concessão de direitos para comercializar.

Cabral foi mais generoso: presenteou o Samorim com moedas de ouro e prata e teve êxito nas negociações: foi autorizado a instalar uma feitoria e um armazém na cidade. Por três meses, os portugueses permaneceram neste rico centro comercial do Índico. Até que a situação mudou.

Vasco da Gama perante o Samorim

Vasco da Gama perante o Samorim de Calicute, de Veloso Salgado, 1898. Sociedade de Geografia de Lisboa.

O bombardeio de Calicute

A chegada dos portugueses não foi bem-vinda pelos mercadores muçulmanos que controlavam as principais rotas comerciais do Índico. E as tensões logo se transformaram em conflito armado. Em dezembro a feitoria sofreu um ataque de surpresa de árabes muçulmanos e indianos hindus. Os relatos divergem no número dos atacantes: de 300 a milhares.

Morreram cerca de 50 portugueses, entre eles Pero Vaz de Caminha e seis franciscanos.

Cabral esperou 24 horas para obter uma explicação do governante de Calicute, mas nenhum pedido de desculpas foi apresentado. Indignado, ordenou o ataque e o saque de 10 navios mercantes árabes ancorados no porto matando cerca de 600 tripulantes. Ordenou, também, o bombardeio de Calicute por dois dias.

Em seguida, a expedição de Cabral zarpou para Cochim, cidade hindu ao sul de Calicute. A cidade era território vassalo de Calicute e viu nos portugueses a oportunidade de se libertar do samorim. O rajá de Cochim autorizou a instalou de uma feitoria portuguesa. Foi ali que Cabral acumulou as tão cobiçadas especiarias para retornar a Portugal.

A viagem de volta a Portugal

Em janeiro de 1501, Cabral começou a viagem de retorno a Portugal com os navios carregados de especiarias preciosas. Na costa da África, próximo a Melinde, um dos navios encalhou em um banco de areia e começou a afundar. Como não havia espaço nos demais navios, a carga foi abandonada e Cabral ordenou que a nau fosse incendiada.

A esquadra ficou, então, reduzida a cinco navios. Em 22 de maio de 1501, a armada dobrou o Cabo da Boa Esperança, desta vez sem problemas. Em Bezeguiche, na altura da foz do rio Senegal, onde hoje é Dakar, encontrou o navio de Diogo Dias – que se desgarrara da frota havia mais de um ano, durante a tempestade no Cabo da Boa Esperança. Restavam apenas sete homens a bordo, esquálidos e doentes. Um deles morreu de emoção ao rever a frota de Cabral.

Em junho de 1501, a armada de Cabral, adentrou o rio Tejo. Cabral foi recebido pelo rei D. Manoel I no palácio de Santarém e muito festejado pelas especiarias que trouxera.

Rota seguida pela armada de Cabral.

Rota seguida pela armada de Pedro Álvares Cabral.: a caminho da Índia em 1500 (vermelho), e retorno a Portugal em 1501 (azul).

Esquecimento e abandono

Por seus feitos, Cabral recebeu do rei uma pensão anual de 30 mil reais, muito menos do que os 400 mil reais dados em 1498 a Vasco da Gama.

Logo em seguida, D. Manoel I começou a armar a “Esquadra da Vingança” que seria enviada para atacar Calicute. Cabral foi convidado para participar da esquadra, cujo comando foi dado a Vasco da Gama. Recusou, talvez por ter se indignado com o cargo inferior de subcomandante que lhe foi oferecido.

Seja por esse motivo ou por suas atitudes desastradas na Índia e o sacrifício de uma nau carregada de riqueza, Cabral foi esquecido pelo rei.

Pedro Álvares Cabral morreu na obscuridade, por volta de 1520, sem nunca ter retornado à corte e sem ter jamais comandado outra frota. Foi enterrado no interior da Capela de São João Evangelista na Igreja do Antigo Convento da Graça, de Santarém.

Seu túmulo ficou esquecido por trezentos anos até ser descoberto, em 1839, pelo historiador brasileiro Francisco Varnhagen. O estado de completo abandono em que o túmulo se encontrava quase provocou uma crise diplomática entre Brasil e Portugal. A pedido do imperador D. Pedro II, o corpo de Cabral foi exumado em 1882. Numa segunda exumação, em 1896, foi autorizada a remoção de uma urna contendo terra e fragmentos de ossos que foi trazida à Antiga Sé do Rio de Janeiro, em 1903. Os restos mortais continuam em Santarém, Portugal.

Restos mortais de Cabral na Antiga Sé

Parte dos restos mortais de Cabral se encontra em exposição na Antiga Sé, no Rio de Janeiro

Tumulo de Cabral em Santarém

Tumulo de Pedro Álvares Cabral na Igreja do Antigo Convento da Graça de Santarém, Portugal

Fonte

  • VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. História Geral do Brasil (v.1). São Paulo: Melhoramentos, s/d.
  • CORTESÃO, Jaime. A expedição de Pedro Álvares Cabral e o descobrimento do Brasil. Paris-Lisboa: Livraria Ailaud e Bertrand, 1926.
  • CASTELO BRANCO, Carlos Heitor. Gloriosa e trágica viagem de Cabral. São Paulo: Ed. Do Escritor, 1974.
  • BOXER, Charles R. O império marítimo português 1415–1825. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
  • RAMOS, Fábio Pestana. Por mares nunca dantes navegados: a aventura dos Descobrimentos. São Paulo: Contexto, 2008.
  • SKIDMORE, Thomas E. Uma História do Brasil. 4a. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
  • VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil colonial (1500–1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

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Rita Avellar
Rita Avellar
6 anos atrás

Muito bom mas se ele saiu de Lisboa em 9 de março e chegou nas Índias em setembro, levou mais de 4 meses. O texto tem um engano nesse ponto. Acho que queria dizer 4 meses após deixar o Brasil!

Eloir M Valença
Eloir M Valença
6 anos atrás

Agradeço sua boa disposição de elaborar o artigo e disponibilizá-lo.
Gostei.
Parabéns grande mestra!

Eduino de Mattos
Eduino de Mattos
6 anos atrás

NAVEGAÇÃO NO TEMPO: EVOLUÇÃO/engraçado se assemelha a evolução dos automóveis,..mudou muito pouca coisa, já ás aeronaves deu-se um salto, em muito poucos anos,..NO FUNDO OCEANO EXISTEM MILHARES DE EMBARCAÇÕES, muitas foram ao fundo por não conseguir FLUTUAR ? (ex. um Grande Navio de Guerra do Império na Noruega “O VASA”, foi ao fundo no lançamento ?,..fico pensando: o que Seria Passar Meses em uma destas Embarcações, AS NAUS PORTUGUESAS ? (Joelza, Desculpe Sair um Pouco do Assunto),.Abraço.

David
David
6 anos atrás

Fica bem claro nesse texto que vários comandantes experientes participaram da viagem de Cabral, portanto, acaba com aquela história de que Cabral se perdeu devido a intempéries no mar e veio parar no Brasil.
Foi proposital sim, os equipamentos e mapas da época já elucidavam muitas dúvidas durante as navegações.
Parabéns pelo texto.

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