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A escultura pré-colombiana confundida com uma imagem santa

6 de julho de 2022

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Em 1965, no município de Las Limas, na região de Veracruz no México, duas crianças – Rosa e Severiano – que coletavam frutas silvestres no bosque procuravam uma pedra para quebrar a casca dos coquinhos. Avistaram no chão uma pedra esverdeada que parecia ideal e tentaram pegá-la. Mas a pedra parecia enterrada e o jeito foi escavar com as próprias mãos.

Logo perceberam que a pedra era muito maior do que pensaram inicialmente. E tinha um rosto esculpido nela. Chamaram os pais para ajudar a desenterrar a peça. Encontraram uma escultura de 55 cm de altura representando uma figura humana sentada levando, nos braços, uma criança pequena.  Era o dia 16 de julho, dia da Virgem de Carmem, e a família acreditou que se tratava de uma aparição da Virgem Maria com o Menino Jesus.

Levaram a escultura para casa, a vestiram e cobriram de flores. A imagem foi colocada no altar da casa e rodeada de velas. A descoberta atraiu gente de todo povoado e região que ali vieram rezar e pedir graças à Virgem.

A novidade espalhou-se rapidamente. O pequeno povoado de Las Limas (hoje tem menos de 400 habitantes), ficou cheio de gente. Fotos da “Virgem com o Menino” estamparam as primeiras páginas dos jornais e já tinha quem anunciasse ter alcançado um milagre orando para a imagem.

Algumas semanas depois, chegaram os arqueólogos do Instituto de Antropologia da Universidade de Veracruz. Não precisaram de muito esforço para reconhecer nas características da peça que se tratava de uma escultura pré-colombiana, mais precisamente, uma peça olmeca.

  • BNCC: 6º ano – Habilidades: EF06HI08, EF06HI14.
  • 7º ano – Habilidades: EF07HI09
  • 8º ano – Habilidades: EF08HI27

Rosa e Severiano Paschal Manuel, à frente, familiares e vizinhos com a escultura olmeca encontrada em 16 de julho de 1965.

O menino Severiano aponta o local onde foi desenterrada a escultura olmeca.

Quem foram os olmecas

Os olmecas são considerados a cultura-mãe das sociedades mesoamericanas pela influência que exerceram sobre diversos povos. Foi a primeira civilização da Mesoamérica, tendo florescido entre 1400 e 1200 a.C. e desaparecido por volta de 400 a.C.

Sua área principal foi o Golfo do México, nos territórios dos atuais estados de Tabasco e Veracruz. Os maiores centros olmecas foram La Venta, San Lorenzo e Três Zapotes.

Os olmecas foram os primeiros escultores e construtores da Mesoamérica. São famosas suas enormes cabeças de pedras esculpidas em basalto medindo de 1,5 m a 3,40 m de altura e pesando 10 até 50 toneladas. Não há duas cabeças iguais entre as 17 descobertas.

Todas usam um capacete, talvez uma coroa, e têm nariz largo e lábios grandes. Especulou-se que os traços eram africanos e que os olmecas seriam etíopes – hipótese hoje descartada por pesquisas recentes incluindo testes de DNA com a população local.

Cabeça colossal olmeca, esculpida no basalto. Desconhece-se a sua função e significado. Talvez representasse um governante olmeca.

Os olmecas também ergueram pirâmides, entre as quais a Grande Pirâmide (1000 a.C.) em formato cônico, feita de argila, com um diâmetro de 128 m e 33 m de altura.

Foram experientes escultores de jade, criando máscaras, machados e estatuetas. O jade da Mesoamérica é do tipo jadeíta, diferente do jade nefrita da China. Difere deste por ser mais duro e ter maior variedade de cores entre turquesa e verde escuro. Entre as esculturas de jade é característica a de “bebês-jaguares”: uma figura de menino pequeno com uma grande boca desdentada e voltada para baixo, com olhos amendoados.

A perícia de esculpir o jade e o basalto foi legado passado pelos olmecas aos maias que deles também receberam o calendário, o conceito do zero, práticas religiosas como o “jogo de bola”, o costume de alongar o crânio dos recém-nascidos e, possivelmente, uma escrita rudimentar.

Esculturas olmecas: no centro, um bebê-jaguar, nas laterais, máscaras e machado de jade.

Señor de Las Limas, no Museu de Antropologia de Xalapa, México.

A escultura olmeca encontrada em Las Limas

Batizada de Senõr de Las Limas, a escultura representa um sacerdote tendo, no colo, um bebê-jaguar que parece inerte.

A escultura foi datada entre 1000 a.C. e 600 a.C., mede 55 cm de altura, 42 cm de comprimento, 23 cm largura, pesando 58 kg. Foi esculpida em um único bloco de pedra serpentina verde, sendo a maior escultura olmeca conhecida feita com esse material.

O Señor de Las Limas não é única escultura com o tema do sacerdote com um bebê jaguar, mas é a mais elaborada incluindo elementos simbólicos gravados que a fizeram ser chamada de “pedra da Roseta olmeca”.

Gravações nos ombros e joelhos mostram perfis de personagens miticos, talvez quatro divindadades do panteão olmeca. Não há consenso entres os especialistas sobre seus significados, mas, de maneira geral, são apontados os seguintes deuses:

  • Ombro direito: Xipe Tótec, deus da fertilidade, da vegetação (vida, luz)
  • Ombro esquerdo: Xiuhtecuhtli, deus do fogo (vida, luz)
  • Joelho esquerdo: Quetzalcoatl ou um antecedente desse deus (cruz olmeca)
  • Joelho direito: Mictlantecuhtli, deus da morte (olhos fechados)

No rosto, o sacerdote traz marcas sagradas e as sombrancelhas flamejantes típicas do deus do fogo.

A figura do bebê-jaguar também tem marcas no corpo.

Gravações nos ombro e joelhos da escultura sugerem ser representações de deuses olmecas.

O rosto e laterais do sacerdote também estão cobertos de gravações.

O bebê-jaguar também tem gravações no corgo.

Nova saga da escultura

Em 12 de outubro de 1970, o Señor de las Limas foi roubado e levado para os Estados Unidos onde os ladrões pretendiam vendê-lo. Como não encontraram comprador, deixaram-no abandonado em um motel em San Antonio, no Texas, em 1975.

O governo dos Estados Unidos o devolveu algum tempo depois. Atualmente, a escultura está no Museu de Antropologia de Xalapa. O fato teve importante impacto na nova legislação sobre patrimônio histórico e cultural do México.

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