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16 filmes sobre o Brasil monárquico

8 de julho de 2015

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O período monárquico mereceu menos atenção dos cineastas do que a época colonial. Há bem menos filmes e documentários sobre a monarquia brasileira mas, entre eles, encontram-se trabalhos bem interessantes realizados até mesmo por cineastas amadores. A lista apresentada abrange oito décadas de história iniciando-se com a vinda da família real portuguesa, em 1808 até a abolição em 1888.

1. Carlota Joaquina, princesa do Brasil

Carlota Joaquina , 1995.

“Carlota Joaquina, princesa do Brasil”, Carla Camurati, 1995.

O maior sucesso de público do cinema brasileiro nos anos 1990: mais de 1,5 milhão de espectadores. Centralizado na história de Carlota Joaquina, esposa de d. João VI, conta a vinda da família real portuguesa para o Brasil e sua adaptação na colônia. O filme não tem pretensão intelectual ou em mostrar uma visão histórica rigorosa. Mas a forma jocosa e escrachada de mostrar os personagens torna o filme muito divertido para os jovens.

2. 1808, a Corte no Brasil

A corte no Brasil 2008.

“1808, a Corte no Brasil”, Globo News, 2008.

Série de 12 documentários realizada pelas jornalistas Sandra Moreyra e Mônica Sanches, da Globo News. Abrange o período joanino desde a vinda da Corte até o seu retorno. Os episódios, com cerca de 20 minutos cada, são: 1-A fuga dos reis, 2-Nobreza e política, 3-Um reino sem rei, 4-A travessia, 5-A chegada à Bahia, 6-O desembarque no Rio de Janeiro, 7-A economia no tempo de D. João, 8-A política no tempo de D. João, 9-A corrupção no tempo de D. João, 10-Arte e ciência, o reino do Saber, 11-O templo dos livros e da música, 12-O retorno da corte.

3. Independência ou morte

Independencia ou morte 1972.

“Independência ou Morte”, Carlos Coimbra, 1972.

Filme épico e ufanista, feito em plena época da ditadura militar em comemoração aos duzentos anos de independência. Traça o perfil de D. Pedro I (Tarcísio Meira) desde infância, passando por seu envolvimento com a marquesa de Santos (Glória Menezes), pela proclamação da independência, até a abdicação do imperador. A cena às margens do Ipiranga reproduz, em um jogo de montagem, a célebre tela de Pedro Américo.

4. Caminhos da independência, o Grito nas ruas

Caminhos da Independencia 2012.

“Caminhos da independência”, Bianca Vasconcellos, 2012.

Documentário produzido pela TV Brasil traz entrevistas com os professores José Murilo de Carvalho, Lúcia Bastos e Marcello Basille que, durante quinze anos, pesquisaram documentos em bibliotecas do Brasil, Portugal e Estados Unidos.

5. Batalha do Jenipapo

Batalha do Jenipapo

“Batalha do Jenipapo”, Diego Lopes e Tamar Fortes.

Documentário produzido pela Fundação e TV Antares, afiliada TV Brasil no estado do Piauí. Conta a história desse episódio da guerra de independência por meio de versos de cordel de Pedro Costa e de depoimentos de historiadores e especialistas, assim como de descendentes dos combatentes. Usa desenhos e animação gráfica de José Quaresma e Davi Scooby que também assinam a trilha musical.

6. Uma história de amor e fúria

Amor e Furia_Balaiada , 2013.

“Uma historia de amor e fúria”, Luiz Bolognesi, 2013.

Animação brasileira, do gênero ficção científica, percorre seis séculos da história do Brasil. Foi lançado em 2013 nos cinema brasileiros e em 2015, nos cinemas portugueses. Conta a história do índio Abeguar (Selton Mello) e sua amiga Janaína (Camila Pitanga) da tribo dos Tupinambás que vivem 600 anos no Brasil. Os protagonistas passam por momentos marcantes da história do país, desde os conflitos indígenas na época da chegada dos portugueses, passando pela Balaiada  no Maranhão, pela ditadura militar e a guerra pela água num futuro não tão distante em 2096.

O filme fornece uma panorama de três momentos da história do Brasil: a colonização, as lutas na Balaiada (em que Abeguar é o próprio Balaio, líder da revolta) e a resistência contra ditadura militar.

7. Cabanos

Cabanos Sebastião Pereira

“Cabanos”, Sebastião Pereira, s/d.

Iniciativa corajosa do professor de História Sebastião Pereira, da Escola Estadual Temístocles de Araújo, em Belém do Pará, que, sem qualquer patrocínio e contando apenas com a comunidade escolar realizou um filme sobre a Cabanagem. Os 110 atores são voluntários escolhidos entre alunos e ex-alunos. As gravações foram feitas em Curuçá, Icoaraci, Mosqueiro, no bairro Cidade Velha e na Ilha das Onças.

  • Cabanos, direção de Sebastião Pereira. Brasil, s/d.

8. O cônego. Senderos da Cabanagem

O Conego, 2007.

“O cônego”, Paulo Miranda, 2007.

Longa-metragem sobre uma ficção inspirada em fatos históricos. A partir da experiência vivida pelo Cônego Batista Campos (1782-1834), a trama chega a Lavor Papagaio, Manoel Vinagre e diversos homens e mulheres chamados pela alcunha coletiva de “cabanos”. A história ambienta-se no período preparatório à eclosão da Cabanagem que teve seu desfecho em 7 de janeiro de 1835 com a tomada de Belém.

  • O cônego, direção de Paulo Miranda. Brasil, 2007.

9. Anahy de las Misiones

Anay de las Missiones 1997.

“Anahy de las Misiones”, Sérgio Silva, 1997.

Ambientado no Rio Grande do Sul durante a Guerra dos Farrapos (1835-1845), conta a história de Anahy que atravessa os campos de batalha com seus quatro filhos. Em meio às tropas imperiais e os rebeldes, a família saqueia soldados mortos e vende seus despojos aos soldados sobreviventes. Grande fidelidade à época retratada.

10. Mauá, o imperador e o rei

Mauá, O Imperador e o Rei

A infância, o enriquecimento e a falência de Mauá (1813-1889) interpretado por Paulo Betti. Suas iniciativas modernizadoras foram vistas com apreensão pelos conservadores e pelo próprio imperador, que não lhe deu o devido apoio. Sua postura liberal, em defesa da abolição da escravidão e sua atitude contrária à Guerra do Paraguai acabaram isolando-o ainda mais, contribuindo para a falência ou venda de suas empresas a preços irrisórios.

11. Inocência

“Inocência”, Walter Lima Jr., 1983

Baseado na obra homônima de Visconde de Taunay e ambientado no Brasil monárquico, conta a história da garota Inocência (Fernanda Torres) que, acometida de malária, é tratada pelo médico Cirino (Edson Celulari). Os dois se apaixonam, mas a jovem está prometida para um rico fazendeiro da região e seu pai coloca-se contra a relação. Rodado na floresta da Tijuca e em Barra de São João, distrito de Casimiro de Abreu, no Rio de Janeiro.

  • Inocência, direção de Walter Lima Jr. Brasil, 1983.

12. A moreninha

A Moreninha 1970.

“A moreninha”, Glauco Mirko Laurelli, 1970.

Adaptação do livro homônima de Joaquim Manuel de Macedo, é um romance musical que reconstitui a Corte, 1840.  A história se passa na paradisíaca Ilha de Paquetá onde acontece um sarau na casa de  Carolina, a Moreninha (Sonia Braga). Ali ela conhece Augusto (David Cardoso) que jurara jamais se apaixonar.

  • A Moreninha, direção de Glauco Mirko Laurelli, Brasil, 1970.

13. O cortiço

O Cortiço 1978

“O cortiço”, Francisco RamalhoJr. , 1978

Baseado no livro homônimo de Aluísio de Azevedo, de 1890, que narra a vida do português João Romão (Armando Bogus), dono de um cortiço em Botafogo, Rio de Janeiro, e de seus inquilinos, entre eles, o português Jerônimo (Mário Gomes) e a mulata Rita Baiana (Betty Faria), além do português Miranda (Maurício do Valle), dono do sobrado ao lado do cortiço. Um retrato do cotidiano dessa população pobre nos últimos anos da monarquia.

  • O cortiço, direção de Francisco Ramalho Jr. Brasil, 1978.

14. Guerra do Brasil

Guerra do Brasil, 1987.

“Guerra do Brasil”, Sylvio Back, 1987.

Documentário sobre a Guerra do Paraguai com base no trabalho de pesquisadores brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios. Reconstituição de alguns episódios, entrevistas e grande material iconográfico sobre a guerra dão margem a muita discussão sobre o maior conflito da América do Sul.

15. Netto perde sua alma

Netto perde sua alma, 2001.

“Netto perde sua alma”, Tabajara Ruas e Beto Souza, 2001.

Filme baseado no livro homônimo de Tabajara Ruas, recria a complexa personalidade do general Netto, protagonista central de dois episódios chaves da história brasileira – a Revolução Farroupilha (1835-1845) e a Guerra do Paraguai (1861-1866) – comandando a sua cavalaria de gaúchos e lanceiros negros. As locações foram feitas no Rio Grande do Sul e no Uruguai. Premiado no Festival de Recife, de Gramado, de Brasília e indicado ao Grande Prêmio Cinema Brasil.

16. Abolição

O documentário aborda a condição do negro no Brasil, 100 anos após a proclamação da Lei Áurea, enfocando temas como o padrão de vida dos negros, sua luta e sua realidade. Traz entrevistas com personagens importantes para a preservação da cultura negra, como Abdias do Nascimento, Lélia Gonzalés, Beatriz do Nascimento, Grande Otelo, Joel Ruffino, Dom Elder Câmera em contraposição com D. João de Orleans e Bragança e Gilberto Freire. O documentário traz também fotos históricas em preto-e-branco – as imagens descrevem as muitas situações enfrentadas pelos escravos negros, traçando um paralelo de seus descendentes nos dias atuais.

O cineasta Zózimo Bulbul é considerado o inventor do cinema negro brasileiro. Veja artigo de Noel dos Santos Carvalho, professor de cinema no curso de Comunicação Social, da UFS, publicado na Revista Crioula, da USP, n. 12, nov 2012.

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Joelza Ester
Joelza Ester
9 anos atrás

Meu amigo Marcelo Carvalho lembrou de mais um filme sobre o período monárquico: “Paixão Jacobina”. Copio seu comentário: “Olá professora Joelza Ester Domingues. Gostaria de sugerir mais um filme para a lista. Trata-se do filme “A paixão de Jacobina”, dirigido por Fábio Barreto. Aborda o primeiro importante movimento messiânico ocorrido no Brasil, embora pouco explorado pelos historiadores. Foi a revolta de colonos alemães ocorrida em São Leopoldo, no Rio GRande do sul, que ficou conhecida como “Revolta dos Mucker”. É um fato curioso de nossa história pois diferente dos outros famosos movimentos (Canudos, Juazeiro e contestado) acontece durante o período… Leia mais »

Joelza Ester
Joelza Ester
9 anos atrás

Luiz Pi enviou outra contribuição para incluir na lista: “Quanto vale ou é por quilo?” (direção de Sérgio Bianchi, 2005). O filme traça um paralelo entre a época da escravidão e a sociedade brasileira atual. Veja comentário a respeito em:

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