Em 13 de setembro do ano 490 a.C., os atenienses venceram os persas na batalha de Maratona, na Primeira Guerra Médica. Segundo um relato tardio de Plutarco (séc. I d.C.), o general grego Milcíades enviou um mensageiro para anunciar a vitória aos cidadãos de Atenas. Era importante que a mensagem chegasse rápido pois as mulheres atenienses haviam sido advertidas por seus maridos que, se eles não retornassem à cidade em 24 horas, elas deveriam matar seus filhos e, em seguida, suicidarem-se, para não caírem nas mãos dos persas. Os persas haviam jurado que, se vitoriosos, violariam as mulheres atenienses e sacrificariam seus filhos.
Os gregos ganharam a batalha, mas a luta levou mais tempo do que haviam pensado. Temendo que as mulheres executassem o plano, eles enviaram seu melhor corredor, o soldado e atleta Fidípedes, para correr até Atenas, situada a cerca de 40 km dali, e dar a notícia. Fidípedes correu essa distância tão rapidamente quanto pode e, ao chegar, conseguiu dizer apenas uma palavra: Nenikamen (às vezes Nenikikame), que significa “Vencemos”, e caiu morto pelo esforço.
O relato é uma parte da história narrada de Heródoto (Histórias, VI, 105-106). Segundo ele, um mensageiro chamado Filípides foi enviado a Esparta e outras cidades gregas, antes da batalha, para procurar a ajuda da cidade. Ele correu 240 km em dois dias, voltando à batalha com os reforços necessários para vencer os persas. Depois disso, teria sido enviado para Atenas para anunciar a vitória, tendo então morrido pelo esforço acumulado de duas corridas.
A segunda parte do relato deu origem à prova Maratona nos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Fidípides foi homenageado com a criação dessa prova, cuja distância foi estipulada em cerca de 40 km, a distância aproximada de Maratona a Atenas.
Por ocasião dos Jogos de Londres, em 1908, a distância foi aumentada para 42,195 km, para que os corredores pudessem deixar o pátio do Castelo Real de Windsor.
Ainda hoje, na planície de Maratona, alguém homenageia o túmulo sob o qual repousam 192 soldados atenienses. Em outro túmulo, repousariam 6.400 persas. Sem dúvida, são os cemitérios militares mais antigos da história.
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