Em 8 de novembro de 1799, na cidade de Salvador, Bahia, foram executados na forca quatro líderes da Conjuração Baiana, movimento emancipacionista e republicano que fora descoberto em agosto do ano anterior. A execução ocorreu na Praça da Piedade, cercada por tropas militares e diante do povo que se reuniu para assistir. Havia banda de cornetas e tambores. Por volta das onze horas, os presos foram levados à forca com as mãos algemadas nas costas.
Foram enforcados, na seguinte ordem: o soldado Lucas Dantas, o aprendiz de alfaiate Manuel Faustino dos Santos, o soldado Luís Gonzaga das Virgens e o mestre alfaiate João de Deus Nascimento. Um quinto condenado, o ourives Luís Pires, conseguiu fugir e nunca foi encontrado.
Os corpos foram esquartejados e as cabeças e mãos ficaram expostas durante cinco dias em diferentes pontos da cidade para servirem de exemplo à população. Devido ao calor intenso, um cheiro de podridão espalhou-se pela cidade que ainda foi tomada pelos urubus. Os despojos foram, depois, recolhidos pela Santa Casa de Misericórdia e sepultados em lugar desconhecido.
Os demais envolvidos foram condenados a 500 chibatas no pelourinho, (na época, no Terreiro de Jesus) e depois conduzidos para assistir a execução dos líderes. Ao final, foram enviados em degredo para a África em locais fora dos domínios de Portugal.
Em 2011, por decreto presidencial, os condenados da Conjuração Baiana foram declarados heróis nacionais.
Fonte
- Heróis negros do Brasil. Bahia, 1798, a Revolta dos Búzios. Fundação Pedro Calmon, Secretaria de Cultura, Bahia, 2011.
- NEVES, Guilherme Pereira das. Conjuração dos Alfaiates. In: VAINFAS, Ronaldo. Dicionário Histórico co Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 141-2.
- JANCSÓ, István. Na Bahia, contra o Império. São Paulo: Hucitec, 1996.
Saiba mais
- Descoberta a Conjuração dos Alfaiates, Bahia
- Execução de Tiradentes na forca, Rio de Janeiro
- “Tiradentes esquartejado”, de Pedro Américo: uma leitura crítica
- “Arena conta Tiradentes”, o teatro político
Abertura
- Ilustração de João Teófilo, capa da Revista de História da Biblioteca Nacional, ed. 118, julho 2015.