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Francisco Félix de Souza: brasileiro, mestiço e traficante de escravos na África

8 de maio de 2021

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A personalidade controversa de um baiano mestiço que se envolveu na Conjuração Baiana de 1798, negociou africanos escravizados, acolheu os malês expulsos do Brasil em 1835 e protegeu ex-escravos e seus descendentes retornados à África. Uma história incrível que revela aspectos do tráfico negreiro pouco mencionados nos livros de História.

Francisco Félix de Souza, o Chachá, chegou a ser considerado, no seu tempo, o homem mais rico e influente da África Ocidental.  Agente exclusivo do rei de Daomé, ele tinha uma habilidade incomum para intermediar o comércio escravo entre chefes africanos e traficantes europeus. Casou-se com algumas dezenas de mulheres que geraram quase uma centena de filhos, somente entre os legítimos. Seu sobrenome, Souza, deu origem a um clã africano que goza ainda hoje de prestígio em Benin e Togo.

  1. Primeiros tempos, no Brasil
  2. Retorno definitivo à África
  3. O lucrativo comércio de escravos
  4. Fortaleza de São João Batista de Ajudá e as reviravoltas políticas
  5. Francisco Félix, o golpista de Daomé
  6. Francisco Félix torna-se o “Chachá”
  7. Ampliação dos negócios: transporte de escravos
  8. Singbomey, uma casa-grande em Daomé
  9. O benfeitor de ex-escravos retornados à África
  10. De traficante de escravos a capitalista
  11. O legado de Chachá

1. Primeiros tempos, no Brasil

Francisco Félix de Souza

Francisco Félix de Souza. Óleo de autor desconhecido, que figura na galeria dos chachás em Ajudá.

As fontes sobre Francisco Félix de Souza são escassas, fragmentárias e desiguais especialmente referentes aos primeiros anos quando viveu no Brasil. A documentação pessoal é praticamente inexistente, inclusive de seus negócios, já que ele preferia os acertos verbais aos escritos. Para rastrear sua vida é preciso combinar dados recolhidos dos arquivos da Marinha britânica com as tradições orais de Ajudá. Os resultados são, contudo, conflitantes, especialmente quanto às datas e ordenação cronológica.

Ele é tido geralmente como nascido em Salvador, Bahia, em 1754, conforme consta em seu túmulo, mas o ano pode ter sido posterior, talvez 1768. Outras fontes afirmam ser natural do Rio do Janeiro e há, também quem afirme ser de Cuba, o que parece improvável.

Era filho de português traficante de escravos e de mãe índia do Amazonas que podia ser também uma cabocla ou cafuza. Costa e Silva o descreve como mulato claro ou “mestiço indefinido”.

Segundo Robin Law, historiador inglês especialista em História Africana, Francisco Félix de Souza se envolveu na Conjuração Baiana, de 1798. Ainda jovem, com vinte e poucos anos, ele foi para o reino de Daomé (atualmente território da República do Benin) para traficar escravos. Ali teria ficado entre os anos 1792 e 1795 onde ergueu um entreposto de escravos chamado Ajido. Regressou depois ao Brasil.

2. Retorno definitivo à África

Uma segunda e definitiva viagem ocorreu por volta de 1800. Segundo Robin Law, a decisão de mudar-se para a África é cercada de “circunstâncias vergonhosas” envolvendo desterro ou fuga. Um relatório britânico de 1821 dizia que ele era “um renegado… banido do Brasil”; um outro texto, afirma que teria sido proscrito do Brasil por “algum crime político”.

Seja como for, Francisco Félix era um homem pobre quando chegou à África. Foi morar em Popô Pequeno (ou Anexô), no atual Togo, onde se casou com Jijibu, filha do chefe de Popô Pequeno, de quem lhe nasceu o primeiro filho, Isidoro. Segundo alguns relatos, foi o sogro que introduziu Francisco Félix no negócio de tráfico de escravos e lhe concedeu terras para erguer um entreposto que chamou de Adjido ou Ajido.

3. O lucrativo comércio de escravos

Costa dos Escravos

A região do golfo de Benin (áreas costeiras dos atuais Togo, Benin e Nigéria) era chamada pelos europeus como Costa dos Escravos, desde o século XVII.

Foi da chamada Costa dos Escravos (áreas costeiras dos atuais Togo, Benin e Nigéria) que saiu o maior fluxo de africanos escravizados para a América do Norte, Caribe e Brasil em navios ingleses, franceses, holandeses, portugueses e brasileiros (baianos, na grande maioria).

Para os reis de Daomé, o maior reino africano da região, o comércio de escravos era mais do que uma atividade econômica: era essencial para a sobrevivência do Estado pois resultava em armas de fogo, pólvora e munição com que armavam seus exércitos, além de artigos de luxo com que ostentavam seu poder e asseguravam a fidelidade de chefes locais. Outra fonte de rendas eram as numerosas taxas cobradas dos europeus para todo tipo de serviço incluindo o fornecimento de água, lenha e alimentos.

Não era fácil para os europeus sobreviverem na região, uma das mais insalubres da África. A maioria morria em pouco tempo por febre amarela, disenterias, malária, doença do sono e outras. Estima-se que, de cada dez homens desembarcados na África Ocidental, seis morriam durante primeiro ano, e outros dois, no segundo ano. Francisco Félix, contudo, era mais resistente ou teve mais sorte mantendo boa saúde até a velhice.

Rei de Daomé e as amazonas negras

O reino de Daomé (no Benim atual) foi fundado por volta de 1600 e durou até 1904. A guarda pessoal do rei daomeano era composta por mulheres guerreiras, que os europeus chamavam de “amazonas negras”. Ilustração do Le Petit Journal, 29 de abril de 1892.

4. Fortaleza de S. João Batista de Ajudá e as reviravoltas políticas

Em Daomé, os portugueses ergueram a Fortaleza de São João Batista de Ajudá, também conhecida como Feitoria de Ajudá, localizada na cidade de Uidá. Foi o maior entreposto de escravizados da África Ocidental onde aportavam dezenas de navios negreiros. A fortaleza, erguida no final do século XVII, foi ampliada e reforçada em 1721 graças a capitais levantados pelos comerciantes da capitania da Bahia.

Francisco Félix foi diretor da fortaleza de Ajudá de 1805 a 1844 (ou 1849, segundo outras fontes). Não é muito claro como conquistou e conservou esse posto por tanto tempo. Sabe-se que, dada as dificuldades de sobrevivência, era comum as autoridades portuguesas nomearem degredados para postos de comando na África.

Após a abertura dos portos (1808), os negócios de Francisco Félix cresceram. Seus maiores compradores eram portugueses metropolitanos estabelecidos na Bahia e, em volume menor, naturais do Brasil. A independência do Brasil e as guerras que se seguiram criaram algumas dificuldades pois muitos comerciantes portugueses foram expulsos ou fugiram da Bahia. Outros se naturalizaram brasileiros e continuaram a negociar escravos.

Francisco Félix se viu diante do dilema de qual nacionalidade optar. Ser português e ter a seu cargo o forte de Ajudá dava-lhe prestígio e o protegia dos britânicos e franceses. Sob bandeira portuguesa seus barcos só podiam ser apresados com escravos a bordo; porém, se a bandeira fosse brasileira, bastava ter aparência de um navio negreiro para ser apreendido.

A fortaleza de Ajudá, por sua vez, tornou-se objeto de disputa entre Lisboa e o Rio de Janeiro que, ao final, acabou sendo decidida em favor de Portugal no acordo de reconhecimento da independência, em 1825. Todas essas circunstâncias levaram Francisco Félix à decisão de permanecer português. Costa e Silva, contudo, dá uma outra explicação:

“Penso que Francisco Félix se manteve português e brasileiro, ora dizendo-se uma coisa, ora outra, e içando sobre os seus domínios qualquer das duas bandeiras, conforme o interlocutor e as conveniências do momento. (…) Um dia escudava-se na condição de branco e diretor do forte português e, amanhã, na de chefe daomeano.” (SILVA, 2004, p.109.)

 Forte de São João Batista de Ajudá

O Forte de São João Batista de Ajudá foi propriedade de Portugal até 1961, quando foi anexado pela República do Daomé (atual Benin), recém-independente. Ao serem expulsos do país africano, os portugueses queimaram o forte e destruíram seu conteúdo. Atualmente, ali funciona o Museu de História de Benim.

5. Francisco Félix, o golpista de Daomé

Quando Francisco Félix se estabeleceu em Ajudá, o reino de Daomé era governado por Adandozan, segundo a tradição um rei incompetente e cruel. Para se livrar de seus adversários, Adandozan vendia-os como escravos às Américas. Este teria sido o destino da rainha Nã Agontimé enviada como escrava para São Luís, no Maranhão onde ela foi batizada como Maria Jesuína. Os escravos, porém, reconheceram sua linhagem nobre e se empenharam em comprar sua liberdade. Liberta, ela fundou a Casa das Minas, célebre templo do culto vudu ou tambor de minas, ainda hoje em funcionamento em São Luís.

Francisco Félix também sofreu a crueldade de Adandozan. Quando foi se queixar ao rei da falta de pagamento que lhe devia, este mandou prender o traficante por desrespeito e lhe impôs o castigo de ser mergulhado em um barril com índigo para que escurecesse a pele e perdesse a “petulância de branco”. Na prisão, Francisco Félix fez amizade com o príncipe Gapê, meio-irmão do rei por parte de pai e filho da rainha Nã Agontimé. Gapê ajudou em sua fuga e ambos fizeram um pacto vodu de sangue conspirando para derrubar Adandozan.

Francisco Félix forneceu armas e munição a Gapê que possibilitaram o golpe de Estado que depôs Adandozan. Gapê assumiu o trono de Daomé com o nome Guezo reinando até sua morte (1818 a 1858). É considerado um dos maiores dos doze reis históricos de Daomé.

6. Francisco Félix torna-se o “Chachá”

Sob o reinado de Guezo (1818-1858), os negócios de Francisco Félix prosperaram e ele acumulou fortuna. O rei criou para ele o título de Chachá, apelido pelo qual era chamado, talvez uma corruptela de “já, já”, imperativo de que abusava. Tornou Chachá seu único agente comercial o que obrigava todos mercadores europeus a tratarem com ele, em vez de diretamente com o soberano. Isso deu origem à tradição local de chamá-lo, impropriamente, “vice-rei de Ajudá e chefe dos brancos”.

Como agente do rei, Francisco Félix gozava do privilégio da primeira opção: os demais mercadores só podiam fazer suas transações depois que Francisco Félix tivesse vendido todos os escravos do rei e os dele próprio. Com isso passou a controlar as exportações e importações e, portanto, todo comércio externo. Tornou-se o principal fornecedor de escravos para o Brasil.

Trono real e rei Guezo

À esquerda, um zinkpo, também chamado trono real de Daomé (1m x 70cm x 40 cm), dado de presente por embaixadores do rei Adandozan ao príncipe D. João em 1810 ou 1811. Estava exposto numa vitrine central na Sala Kumbukumbu, no Museu Nacional, RJ. Foi destruído no incêndio de 2018. À direita, Guezo, rei de Daomé (1818-1858) que tornou Francisco Félix de Souza seu único agente e lhe deu o título de “Chachá”. Ilustração do séc. XIX.

7. Ampliação dos negócios: transporte de escravos

Francisco Félix ampliou seus negócios tornando-se dono de embarcações. Lucrava, assim, no comércio e no transporte dos escravos.  Adquiriu navios na própria África Ocidental, muitos dos quais “tumbeiros” apreendidos e confiscados pelos britânicos. Foi o caso dos navios Legítimo Africano, Dom Francisco, Florida, Fortuna, Empreendedor e Mete Mão.

Outrosnavios foram construídos na costa africana com a montagem de peças importadas pré-fabricadas ou com o aproveitamento de materiais locais. Um navio foi encomendado em estaleiro dos Estados Unidos, o Príncipe de Guiné.

Controlava, também, as rotas fluviais percorridas pelas canoas que transportavam os escravos do interior do continente ao litoral ou entre portos africanos. Suas atividades estendiam-se muito além de sua base em Ajudá envolvendo portos do litoral africano além de operações transatlânticas.

8. Singbomey, uma casa-grande em Daomé

Francisco Félix construiu, em Ajudá, a pouca distância da fortaleza, a sua Singbomey ou casa-grande assobradada. Consta que foi o rei que lhe forneceu mão de obra e material para erguer o casarão de base retangular, pintado de branco, com muitas janelas e cercado de palmeiras. Tinha dependências próprias para cada uma das várias mulheres de Chachá (conta-se que teve mais de 50 mulheres e mais de 100 filhos). Um muro alto cercava o depósito de escravos, distribuído em barracões. Era a um só tempo fortificação, residência, entreposto comercial, banco, hospedaria, oficina e cemitério. Só não possuía escola e igreja porque estas ficavam na fortaleza de São João Batista.

Singbomey tinha arquitetura portuguesa com piso de madeira, sacadas, janelas com persianas e escada de madeira torneada. Era decorada à europeia. Chachá, suas mulheres e filhos vestiam moda europeia: os homens com calça, paletó, colete, botas e chapéu de panamá; as mulheres, de vestidos longos com cintura marcada e sapatos fechados.

Quando saía pelas ruas, tinha direito a um escravo que o protegia do sol com um pára-sol, guarda armada, tamborete e uma escolta de músicos.

Chachá recebia com requinte os oficiais dos navios que ancoravam em Ajudá. Alojava-os em Singbomey e lhes oferecia banquetes servidos em baixelas de ouro, talheres de prata, copos de cristal e porcelanas orientais. A farta refeição era acompanhada dos melhores vinhos e excelentes charutos de Havana. Entretinha os hóspedes em uma sala de jogos com belas mulheres, bilhares, roleta e música. Em 1847, escreveu o vice-cônsul britânico no Daomé, John Duncan, que Chachá era “o homem mais generoso e mais humano das costas da África” (SILVA, 2004).

9. O benfeitor de ex-escravos retornados à África

Em 1835, quando a Revolta dos Malês foi sufocada, o governador da Bahia solicitou a Francisco Félix que recebesse os rebeldes aprisionados expulsos do Brasil. Chachá atendeu ao pedido acolhendo cerca de duzentos libertos africanos. Fundou, em Ajudá, um bairro, o Marô, destinado aos ex-escravos vindos do Brasil, principalmente os iorubás e hauçás.

Recebeu também ex-escravos e seus descendentes vindos da Bahia, Pernambuco, Paraíba, Alagoas e outras partes do Brasil que retornaram à África desde o final do século XVIII. Eram muçulmanos, católicos, adoradores de orixás e da tradição vodu. Calcula-se que cerca de 4 mil retornados do Brasil se fixaram em território que hoje compreende Gana, Togo, Benim e Nigéria. Foram chamados de agudás (a origem da palavra é controversa) termo que passou a designar, no Benin e em Togo, aos portadores de sobrenome de origem portuguesa ou brasileira.

Em Ajudá, eles ergueram suas moradas próximas a Singbomey identificando Dom Francisco Félix de Souza como o protetor e líder dos que se consideravam brasileiros. O local é hoje conhecido como Quartier Brésil.

Acolhendo e protegendo os agudás, Chachá atuava como um chefe africano pois, ao aumentar o número de dependentes e agregados, reforçava sua riqueza e poder.

Os agudás formaram uma comunidade distinta do restante da população do Benin e Togo. Cultivam, ainda hoje, muitas tradições brasileiras como a festa de Nosso Senhor do Bonfim, a  feijoadá, a tapioca, a concada (cocada) e o cousidou (cozido).

Lista de famílias agudás

Lista de famílias “agudás”, descendentes de ex-escravizados retornados do Brasil para Ajudá, Benim.

10. De traficante de escravos a capitalista

Em 1844, o governo português decidiu retomar o forte de São João Batista de Ajudá retirando de Francisco Félix o título de governador.  Chachá estava, então com 90 de idade, e passava a maior parte do tempo deitado, sofrendo de reumatismo. Os negócios eram tocados por seus filhos e agregados que, contudo, não tinham a mesma habilidade comercial de Chachá.

As dívidas se acumulavam, sobretudo com comerciantes do Brasil e de Cuba. O rei Guezo também lhe devia uma fortuna e ainda retirou de Chachá a condição de seu agente concedendo-lhe, em troca, o direito de cobrar um certo valor por qualquer escravo embarcado em Ajudá. O fluxo de escravos, porém, diminuiu consideravelmente com a vigilância cerrada da Marinha britânica em Ajudá que capturou 22 navios de Chachá.

Como outros traficantes brasileiros, Francisco Félix engajou-se no comércio de azeite de dendê ou óleo de palma que se expandiu com rapidez em Ajudá a partir de 1845. O dendê era vendido aos britânicos e franceses para uso industrial, como lubrificante, e matéria prima para a fabricação de velas e, sobretudo, sabão. Na Europa, crescia, então, o uso de sabão com a maior frequência de banhos e de lavagem de roupa.

“Os mesmos grandes portos negreiros e as mesmas empresas dedicaas ao comércio de gente continuaram a comandar as transações com a África. Os navios negreiros foram readaptados para receber os barris de óleo e os seus capitães eram os mesmos que antes negociavam com escravos” (Costa e Silva, 2004). Com o novo comércio, Chachá deixa de ser traficante de escravos para se transformar em capitalista empreendedor e criativo.

11. O legado de Chachá

Francisco Félix faleceu em 8 de maio de 1849, aos 94 anos de idade. Deixou 51 viúvas e mais de 80 filhos homens, outro tanto de mulheres,  centenas de netos e 12 mil escravos. Tinha acumulado uma fortuna calculada em US$ 120 milhões, que fez dele um dos homens mais ricos do globo.

O rei Guezo lhe concedeu um funeral de grande chefe daomeano que durou meses incluindo a oferenda de sacrifícios humanos (normalmente uma prerrogativa real). Conforme os costumes locais, o rei confiscou o patrimônio de Chachá e, após recolher o que lhe cabia como taxa de herança, devolveu ²/3 aos filhos. Designou Isidoro, o filho mais velho, o sucessor que levaria o título de Chachá II.

Desde então, outros herdeiros levaram o título. O mais recente, Honoré Feliciano Julião de Souza, Chachá VIII, foi chefe da comunidade Souza de Benin e Togo de 1995 a 2014.  O sobrenome Souza é hoje um clã africano que goza de prestígio nesses países e se espalha de Gana ao Gabão.  A memória de seu ancestral fundador ainda é venerada.

A vida de Francisco Félix inspirou o filme “Cobra verde” (Slave Coast, direção de Werner Herzog, 1987) e um romance, “O vice-rei de Udá”, de Bruce Chatwin (Companhia das Letras, 1987). Sua biografia foi tratada com apuro historiográfico em “Francisco Félix de Souza, mercador de escravos”, por Alberto da Costa e Silva (Nova Fronteira / Ed. Unerj, 2004).

Família Souza em Uidá

Família Souza em Uidá (Ajudá), Benim, tendo, em primeiro plano, Honoré Feliciano Julião de Souza, Chachá VIII. Logo atrás, mulher segura retrato de Francisco Félix de Souza, Chachá I, seguindo, ao fundo, o de seus sucessores. Foto de 2012.

Fonte

  • LAW, Robin. A carreira de Francisco Félix de Souza na África Ocidental (1800-1849). Rio de Janeiro: Topoi, v.2, n.2, jan/jun 2001.
  • PRADO, J. F. de Almeida. “A Bahia e as suas relações com o Daomé”. In: O Brasil e o colonialismo europeu. São Paulo: Cia. Editora Nacional (Brasiliana), 1956.
  • COSTA E SILVA, Alberto da. “O senhor dos desgraçados”. In: Nossa História, ano 1, n. 7. Biblioteca Nacional (ed.). São Paulo: Vera Cruz, 2004.
  • _________ Francisco Félix de Souza, mercador de escravos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira / Ed.Unerj, 2004.
  • SANTOS, Joel Rufino dos. A escravidão no Brasil. Melhoramentos, 2013.
  • VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o golfo de Benim e a Bahia de Todos os Santos, dos séculos XVII a XIX. Salvador / Rio de Janeiro: Corrupio / Fundação Biblioteca Nacional, 2002.
  • HAAG, Carlos. Os escravos do escravo. Pesquisa Fapesp, edição 102. Ago. 2004.
  • GURAN, Milton. Agudás, de africanos no Brasil a “brasileiros” na África. História, Ciência, Saúde Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 7,n.2, jul/out 2000.
  • LIMA E SOUZA, Mônica. Entre margens: o retorno à África de libertos no Brasil. Tese doutorado, Rio de Janeiro: UFF, 2008.

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Eduino de Mattos
Eduino de Mattos
7 anos atrás

Professora Joelza, OBRIGADO por mais essa AULA DE HISTÓRIA (interessante envolvendo o tráfico de escravos internacional e o BRASIL) é nossa história recontada SEM MEANDROS.

Sanny Cotta
Sanny Cotta
7 anos atrás

Maravilhoso texto. SObre a casa em Singbomey… será que ela ainda existe???

Jaguaracy Conceição
Jaguaracy Conceição
6 anos atrás

Obrigado pelo conhecimento transmitido.

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