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Roma Antiga: a arte como propaganda do poder imperial – vídeo

4 de janeiro de 2016

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Entre os séculos I e II d.C., o Império Romano atingiu sua máxima extensão abrangendo mais de 5 milhões de km². Suas fronteiras naturais eram os rios Reno e Danúbio, na Europa, o rio Eufrates, na Ásia e o deserto do Saara, na África.

Roma, a capital imperial, exibia os monumentos erguidos para exaltar os feitos militares dos imperadores. Eram símbolos das conquistas romanas e serviam de propaganda do poder do império romano frente aos povos dominados.

Entre os monumentos glorificando o poder imperial romano destacam-se: o Ara Pacis, os arcos do triunfo, as colunas honoríficas e as estátuas de imperadores. Veja o vídeo ao final desse artigo.

Ara Pacis, o Altar da Paz de Augusto.

Construído no final do século I a.C., o Ara Pacis Augustae, expressão em latim que significa “altar da paz de Augusto”, celebrava o período de paz e prosperidade alcançado graças às vitórias militares de Augusto, primeiro imperador de Roma.

O monumento, todo de mármore esculpido, é uma construção quadrangular aberta tendo 11,65 m de comprimento, 10,62 de largura e 6 m de altura. Em seu interior, possui um pequeno altar cujo acesso é feito por três escadarias.

Ara Pacis: reconstituição artística.

Reconstituição artística do “Ara Pacis”, construído entre 13 a.C. e 9 a.C. Todo de mármore, media 11,65 metros de comprimento por 10,62 metros de largura e 6 metros de altura.

As paredes internas e externas são inteiramente decoradas com relevos onde se destacam figuras humanas em tamanho natural. Não são tipos idealizados, como faziam os gregos, mas retratos de personalidades e alguns deles podem ser reconhecidos como a família de Augusto, incluindo as crianças, representados em uma uma procissão no ato de oferecer sacrifícios aos deuses.

Ara Pacis, friso processional com a família imperial

Friso processional do Ara Pacis mostrando membros da família imperial: Tibério (1), enteado do imperador Augusto e seu futuro sucessor, Antônia, a jovem (2), sobrinha de Augusto junto com o marido Druso (3), irmão de Tibério e enteado de Augusto, segura pela mão o filho Germânico (4), segue Antonia Maior (5), sobrinha de Augusto e prima de Tibério, casada com o cônsul Lucius Domitius Aenobarbo (6) e seus filhos Cneus Demitius Aenobarbo (7) que, no futuro, viria a ser pai do imperador Nero, e Domitia (8).

Há também representações simbólicas com elementos da mitologia romana como o painel que mostra uma deusa (seria a Paz, a Mãe Terra ou a Itália?) tendo em seus braços os gêmeos Rômulo e Remo, fundadores de Roma, e cercada de elementos naturais (plantas e animais) simbolizando a prosperidade e a fertilidade.

O Ara Pacis estava originalmente localizado na periferia norte de Roma, nos limites sagrados da cidade onde os cônsules, de retorno da guerra, perdiam os poderes militares e assumiam os poderes civis. Com o tempo, o altar acabou enterrado sob sedimentos e sua memória se perdeu.

Painel Tellus do Ara Pacis

O chamado painel “Tellus”, mostra uma cena simbólica com elementos da mitologia romana. No centro, a figura feminina (1) representa a Itália, Tellus (Terra), Vênus ou a Paz. Ela protege os gêmeos Rômulo e Remo em seus braços; há frutas em seu colo e, aos seus pés, um boi e uma ovelha simbolizando prosperidade. À esquerda, uma ninfa (2) que representa os ventos benéficos da terra junto a um ganso ou cisne tendo aos seus pés plantas e uma jarra que verte água. À direita, uma ninfa (3) que representa os ventos benéficos do mar junto de um monstro marinho. As ninfas usam uma guirlanda e sobre suas cabeças seguram um manto ondulante.

O Ara Pacis Augustae ficou enterrado sob edificações posteriores durante séculos  e somente no século XVI foi descoberto. Vários fragmentos acabaram sendo dispersos entre museus da Europa. Durante a ditadura de Mussolini, o Ara Pacis foi reconstituído e montado em outro local, próximo ao Mausoléu de Augusto e dentro de um pavilhão destinado a protegê-lo, sendo inaugurado em 1938. Nas décadas de 1950 e 1980 passou por obras de restauro e reforma de pavilhão. Em 1995, foi construído um novo pavilhão, inaugurado em 2006, que protege o monumento da degradação provocada pela poluição atmosférica e variações de temperatura e umidade.

Arco do Triunfo

Um arco triunfal é uma estrutura monumental em forma de arco, construída para comemorar a vitória romana em uma guerra. Sob esse imenso portal, desfilava o imperador com suas tropas e prisioneiros após a guerra vitoriosa.

Alguns arcos triunfais eram feitos de mármore e tinham, portanto, a intenção de serem permanentes eternizando os feitos militares. Outros foram arcos temporários, erguidos somente para celebrações e desfiles e depois desmontados.

Os primeiros arcos surgiram ainda na época da República em honra a generais vitoriosos. Mas, a partir de Augusto, decretou-se que apenas imperadores receberiam triunfos. O arco triunfal transformou-se, desta forma, em um monumento pessoal e peça propagandística que servia para promover a pessoa do governante e o Estado imperial romano.

No século IV, havia 36 arcos do triunfo em Roma, dos quais apenas três sobreviveram: o Arco de Tito (ano 81 d.C.), o Arco de Sétimo Severo (203-205) e o Arco de Constantino (312), o maior de todos.

Arco de Constantino, 21 m de altura, 26 m de largura e 7,4 m de profundidade.

Arco de Constantino, 21 m de altura, 26 m de largura e 7,4 m de profundidade.

Geralmente, apenas os arcos erguidos em Roma são genuinamente “triunfais” pois somente na capital eram comemorados os triunfos. Mais arcos foram erguidos em outros lugares do império frequentemente para comemorar visitas imperiais.

A tradição do arco do triunfo nascida na Roma Antiga espalhou-se a outros países em épocas diversas, e chegou a ser “moda” no século XIX. Existem arcos do triunfo na Bélgica, Alemanha, Inglaterra, França, China, Coréia do Norte, Iraque, Turquia, México, Estados Unidos, Venezuela e outros países.

Coluna de honra

A coluna triunfal ou de honra também celebrava a vitória militar em uma batalha ou uma guerra. Em Roma, encontram-se as seguintes colunas triunfais:

  • Coluna Mênia: construída por Caio Mênio, em 338 a.C. para celebrar sua vitória sobre os latinos na batalha de Âncio;
  • Coluna de Trajano: inaugurada em 113 d.C., para comemorar a conquista da Dácia, tem 30 m de altura e 3,83 m de diâmetro inteiramente recoberta com relevos;
  • Coluna de Antonino Pio: construída em 161 d.C., em granito vermelho e sem nenhum relevo decorativo, tem 14,75 m de altura e 1,9 m de diâmetro;
  • Coluna Antonina ou de Marco Aurélio: construída entre 176 e 192, é inteiramente recoberta com relevos decorativos, tem quase 30 m de altura e 3,70 m de diâmetro;
  • Coluna das Focas: erguida no fórum romano em 608 d.C. em honra de Focas, imperador bizantino que visitara Roma naquele ano, tem 13,5 m de altura.
Coluna de Trajano, detalhe.

Coluna de Trajano, detalhe.

A Coluna de Trajano é considerada uma obra-prima na arte dos relevos romanos. Formada por 18 grandes blocos de mármore branco de Carrara, inteiramente recobertos com relevos esculpidos que contêm mais de 2.000 figuras humanas entre as quais a do imperador que aparece numerosas vezes.

Os relevos contam a história da guerra contra os dácios e também mostram cenas do cotidiano dos soldados, colhendo trigo ou construindo um aqueduto. A coluna constitui assim, uma valiosa fonte de informações sobre o Exército romano.

No interior da coluna, uma escada em espiral de 185 degraus e iluminada por 43 fendas em intervalos regulares levava até o topo onde ficava a estátua de Trajano. Na base da coluna, foram guardadas as cinzas do imperador. No século XVI, a estátua de Trajano foi retirada para dar lugar à estátua de São Pedro.

Veja aqui detalhes dos relevos da Coluna de Trajano, no link da Wikipedia (em italiano).

Augusto da Prima Porta

Outro monumento de exaltação do poder imperial era a estátua do imperador erguida no centro do fórum.

Poucas chegaram inteiras aos nossos dias. Entre elas, a estátua de Caio Júlio César Otávio Augusto, primeiro imperador de Roma.

Descoberta em Prima Porta ela ficou conhecida como Augusto de Prima Porta. É uma peça magnífica, esculpida em mármore branco, com 2,17 m de altura e pesando quase 350 kg.

Augusto da Prima Porta. Roma Antiga

Augusto da Prima Porta. Orignalmente, a estátua era policromada.

Augusto da Prima Porta, Roma Antiga.

Augusto da Prima Porta, detalhe da couraça com decoração alegórica de deuses e heróis. No alto, está Aurora conduzindo a quadriga do Sol acompanhada por ninfas. Abaixo, Apolo (à esquerda) e Diana (à direita) – os deuses protetores do imperador.

Augusto foi representado usando a toga, o traje típico da elite romana, displicentemente apoiada no braço esquerdo que segurava o bastão consular. Toga e bastão lembram os poderes do imperador: ele é o Primeiro Cidadão, Primeiro Senador, Pontífice Máximo, Tribuno da Plebe e Pai da Pátria.

No peito, Augusto veste a couraça militar, lembrando que ele é, também, o chefe dos exércitos. A couraça traz uma rica decoração alegórica de deuses e heróis, e figuras simbolizando povos e regiões conquistadas.

A escultura é completada pela figura do Cupido sentado em um golfinho que faz alusão aos ancestrais divinos de Augusto. Sua família se dizia descendente da deusa Vênus Genetrix e dos gêmeos fundadores de Roma.

Augusto, portanto, é o herói semidivino, destinado desde as origens de Roma a fundar o glorioso império. Sob influência grega, Augusto foi esculpido com um rosto jovial e sereno, um corpo forte e musculoso, pés descalços – a imagem idealizada de um herói.

O braço erguido – gesto de quem pronuncia um discurso ou emite uma ordem – reforça a imponência da figura. O conjunto mostra um político sereno, firme e seguro de seus pensamentos e palavras. Tudo foi pensado para dar uma dimensão temporal de eternidade.

É uma imagem idealizada de Augusto, encomendada por sua esposa Lívia após a morte do imperador. Ainda contém alguns resquícios de tintas douradas, púrpura, azul e outras cores com as quais a escultura foi policromada.

Arcos triunfais, colunas honoríficas, o Ara Pacis e estátuas de imperadores foram monumentos de exaltação a Roma e de suas conquistas militares. Carregados de mensagens políticas, esses monumentos contribuíram para o prestígio do Império Romano, para o culto ao imperador e para o fortalecimento do poder imperial.

Veja o vídeo “Roma Antiga: a arte como propaganda do poder imperial”

 

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Mara Eugenia
Mara Eugenia
8 anos atrás

Parabéns pelo teu site, Joelza Ester, as matérias que você coloca são muito boas e interessantes.

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[…] Roma antiga: A arte como propaganda do poder imperial – Vídeo […]

Claudio Roma
Claudio Roma
6 anos atrás

Muito bom mesmo

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