Em 17 de novembro de 1903 foi assinado o Tratado de Petrópolis entre o Brasil e a Bolívia pelo qual o território do Acre, então pertencente à Bolívia, foi incorporado ao território brasileiro, uma área de aproximadamente 189 mil km2. Como compensação, a Bolívia recebeu 2 milhões de libras esterlinas. O tratado foi redigido pelo Barão do Rio Branco (José da Silva Paranhos Jr.), ministro do Exterior do Brasil do então presidente Rodrigues Alves.
A Bolívia recebeu também a garantia perpétua de liberdade de navegação fluvial do rio Madeira até o Atlântico. O Brasil se comprometeu a construiu uma ferrovia para que os bolivianos pudessem fazer o escoamento de sua produção pelo rio Amazonas. Após quase sete anos de construção, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ficou pronta em 1912 a um custo mais elevado do que a compra do Acre. Os cerca de 60 mil homens que trabalharam na obra, conviveram com doenças como a malária, a febre amarela e a disenteria, o que motivou mais de 10 mil mortes e 30 mil internações. Percival Farquhar, empreendedor estadunidense responsável pela construção da ferrovia, contratou o sanitarista brasileiro Oswaldo Cruz, que visitou o canteiro de obras e saneou a região.
O Tratado de Petrópolis pôs fim à Guerra do Acre (1899-1903) onde brasileiros invasores disputaram com os bolivianos a extração do látex. Estabelecia, também, as fronteiras entre Brasil e Bolívia compensando a anexação do Acre por meio da cessão de pequenos territórios do atual Mato Grosso. O Brasil se obrigava, também, a demarcar a nova fronteira com o Peru.
Abertura
- Inauguração de trecho da ferrovia Madeira-Mamoré, 1912. A ferrovia tinha, ao todo, 366 km na Amazônia, ligando Porto Velho (RO) a Guajará-Mirim (RO), na fronteira com a Bolívia. Ela operou de 1912 a 1972. A ferrovia foi a segunda grande obra de engenharia civil estadunidense fora dos EUA, depois do Canal do Panamá.