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Revolta dos 18 do Forte de Copacabana

05 de julho de 1922

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Em 5 de julho de 1922, ocorria o levante dos tenentes do Rio de Janeiro, episódio conhecido como Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, a primeira manifestação armada tenentista. A reação do governo foi severa e os rebeldes foram massacrados. A derrota, contudo, não pôs fim ao tenentismo, ao contrário, ela desencadeou outras revoltas.

O tenentismo foi um movimento dos militares de baixa patente (em sua maioria tenentes) ocorrido na década de 1920 que estavam insatisfeitos com o governo da República das Oligarquias e buscavam reformas políticas e sociais. Os “tenentes” compartilhavam de um forte espírito de patriotismo e de corporativismo. Queriam o fim das oligarquias e dos coronéis, defendiam o voto secreto e o ensino público e gratuito, pregavam a moralização da política brasileira que, segundo eles, cabia ao Exército, pois duvidavam da capacidade do povo vencer as oligarquias.

O tenentismo foi um dos principais fatores responsáveis pelo colapso da Primeira República. Está inserido no processo de crise da sociedade agroexportadora e do Estado oligárquico que culminou na Revolução de 1930.

O estopim do levante tenentista

O movimento tenentista ganhou força na campanha presidencial de 1921. Nesse ano, pela primeira vez, organizou-se um forte movimento oposicionista contra o candidato do governo, o mineiro Artur Bernardes (indicado por São Paulo e Minas Gerais). A oposição unida no bloco “Reação Republicana”, lançou Nilo Peçanha para concorrer à Presidência.

Foram feitos comícios populares nas grandes cidades do país, uma estratégia da oposição para ganhar os votos do eleitor urbano menos submisso aos coronéis. A campanha oposicionista atraiu o apoio dos tenentes. Estes estavam indignados com o candidato oficial, Artur Bernardes que, supostamente, era autor de cartas ofendendo o Exército e, em especial, o marechal Hermes da Fonseca, presidente do Clube Militar. As cartas haviam sido divulgadas pela imprensa em outubro de 1921 e causou muita agitação no meio militar.

Realizada as eleições, em março de 1922, a vitória coube a Artur Bernardes. Foi uma vitória apertada: Artur Bernardes obteve 466 mil votos contra 317 mil de Nilo Peçanha. Geralmente nas campanhas presidenciais, o candidato do governo recebia, em média, 90% dos votos com as costumeiras fraudes eleitorais. Os tenentes começaram a se organizar para evitar a posse de Artur Bernardes marcada para novembro

Em junho, o governo, ainda sob a presidência de Epitácio, interveio na sucessão estadual de Pernambuco e foi duramente criticado pelo marechal Hermes da Fonseca. Em reação, Epitácio, ordenou a prisão do marechal e o fechamento do Clube Militar, no dia 2 de julho de 1922. Foi o estopim para o levante tenentista do Forte de Copacabana

A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana

A insurreição se iniciou na madrugada de 5 de julho de 1922, na Vila Militar, mas os rebeldes foram facilmente dominados, pois a maioria dos militares manteve-se fiel à ordem constituída.

No mesmo momento, ocorreu o levante na Escola Militar do Realengo e no forte de Copacabana. Os tenentes do forte de Copacabana dispararam seus canhões contra redutos do Exército e o palácio do governo. Pretendiam derrubar o presidente Epitácio Pessoa e fazer a recontagem dos votos da eleição presidencial.

As forças legais revidaram e cercaram o forte por terra e por mar. O forte sofreu sério bombardeio inclusive por um hidroavião naval.

No início da tarde do dia seguinte, 6 de julho, um pequeno grupo de tenentes rebeldes saiu do forte decidido a enfrentar as tropas do governo nas ruas. O grupo marchou pela avenida Atlântica de encontro às forças legalistas. A eles aderiu o civil Otávio Correia, até então mero espectador dos acontecimentos. Eles ficaram conhecidos como “os 18 do Forte”, mas podem ter sido mais pois, durante o percurso, alguns debandaram. No final teriam sido 10 a enfrentar as tropas do governo.

Revolta dos 18 do Forte de Copacabana: da esquerda para direita, tenentes Eduardo Gomes, Siqueira Campos, Nílton Prado e o civil Otávio Correia.

Foi um massacre: somente dois sobreviveram, os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes com graves ferimentos. A reação do governo do governo foi severa: decretou o estado de sítio (que durou quatro anos) e a censura à imprensa. Muitos militares foram condenados à prisão.

Em 15 de novembro de 1922, Artur Bernardes assumiu a presidência da República.

Mas os tenentes não desistiram e prepararam um novo levante que estourou no dia 5 de julho de 1924, em São Paulo.

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