O historiador francês Lucien Febvre (1878-1956), juntamente com Marc Bloch (1886-1944) com quem fundou, em 1929, a “Revue des Annales” (Revista dos Anais), é o principal nome da historiografia francesa contemporânea e responsável pela ampla renovação dos estudos históricos. Febvre publicou, nos vinte primeiros anos da revista, mais de mil textos, resenhas, notas críticas, polêmicas, estudos e programas. Dirigiu a Revista dos Anais até 1946, quando passou a direção a direção para seu discípulo, Fernand Braudel (1902-85).
Crítico da história “historizante”, a história política, militar e diplomática que era, então, ensinada nas faculdades, Febvre mostrou a importância da geografia, sociologia, antropologia e psicologia para a pesquisa histórica. Foi promotor de uma história das mentalidades ao relacionar os comportamentos, as sensibilidades e as ideias na experiência social dos indivíduos e dos grupos. É o que se percebe em suas obras “Martinho Lutero, um destino” (1928) e “A religião de Rabelais” (1942).
Seus livros nunca deixaram de ser reeditados depois que morreu. Obras como “O problema da incredulidade” (1942), “Combates pela História” (1953) ainda exercem influência sobre os historiadores.