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Europeus chegam à Ilha de Páscoa

05 de abril de 1722

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Em 5 de abril de 1722, o explorador holandês Jacob Roggeveen, vindo do Chile, se aproxima de uma ilha isolada no meio do Pacífico. Como era domingo de Páscoa, ele simplesmente a batiza de Ilha de Páscoa.

Dois anos depois, o capitão inglês James Cook realizou o reconhecimento da ilha. Cook estava acompanhado por um taitiano, cujo polinésio era similar ao dos insulares, possibilitando o entendimento entre eles.

A ilha é o cume de um maciço vulcânico submarino. Está distante a mais de 3.700 km da costa chilena, e a 1.660 km da ilha mais próxima, a Polinésia. Em seu solo árido de 171 km², sobrevivem algumas centenas de polinésios.

História da ilha de Páscoa

É incerta a data da ocupação da Ilha de Páscoa, tanto quanto é incerta a data da colonização das ilhas polinésias. Estima-se que polinésios tenham chegado à ilha entre 300 e 400 d.C. A ilha possuía, então uma exuberante fauna e flora, e foi chamada por esses povos de Rapa Nui (“Ilha Grande”), Te Pito O Te Henúa (“Umbigo Do Mundo”) e Mata Ki Te Rangi (“Olhos Fixos No Céu”) .

Os rapanui, nome do povo e da língua falada por eles, desenvolveram uma sociedade próspera que chegou a ter 10.000 a 15.000 habitantes. Inventaram uma escrita ideográfica, o rondorongo, ainda não decifrafa. Transferiram para a ilha muitas espécies de plantas e animais – de taro a bananas e de porcos a cães e galinhas.

Rongorongo

Rongorongo é o nome moderno para as inscrições. Na língua Rapa Nui, significa “recitar, declamar, cantar”

A sociedade estava dividida em clãs familiares que ergueram estátuas gigantes (os moais) alinhadas de frente para os campos agrícolas e o mar. Há um total de 800 estátuas representando homens e mulheres, de tamanhos variados, de 1 metro a 22 metros de altura.

Quando os europeus chegaram, toda essa atividade já tinha cessado e a população estava em franco declínio. Discute-se as razões desse declínio. Há duas teorias: a devastação da cobertura florestal pelos rapanui que acabaram vítimas da crescente escassez, ou uma drástica mudança climática que trouxe um período de seca brutal o que teria acontecido por volta de 1650.

Com a chegada dos europeus, a situação se agravou para a população nativa sobrevivente que foi escravizada. Em 1877, existiam apenas 111 rapanuis na ilha.

Em 1888, o governo chileno anexou a ilha da Páscoa e a cedeu a uma empresa para a criação de ovelhas. O pastoreio devastou o que restava dos recursos agrícolas e relegou os últimos habitantes a um canto miserável da ilha.

Somente em 1966, os nativos foram reconhecidos como cidadãos chilenos. No início do século XXI, a ilha contava com 4.000 habitantes, metade dos quais se diz descendente dos escultores moai. Lentamente, a ilha começa a renascer.

Os moais: esculturas gigantes

Chama-se moai (“escultura”, em rapanui) a estátua monolítica em forma humana típica da ilha polinésia de Rapa Nui (Ilha de Páscoa). Acredita-se que as estátuas foram esculpidas pelos habitantes polinésios da ilha, entre os séculos IX e XVI, como representações de ancestrais falecidos, para que projetassem seu mana (poder sobrenatural) em seus descendentes

Os mais de 900 moai conhecidos esculpidos pelos antigos rapanui estão distribuídos por toda a ilha. A maior parte deles foi esculpida em tufo (rocha ignea vulcânica) proveniente do cone vulcânico Rano Raraku, onde permanecem mais de 400 moai em diferentes estágios de construção. Tudo indica que a pedreira foi subitamente abandonada e ficaram estátuas semi-esculpidas na rocha.

O período histórico de todo o desenvolvimento das diversas técnicas construtivas estendeu-se entre 700 d.C. e 1600 d.C. Originalmente, os moai tinham, na cabeça, um cilindro de pedra avermelhada, chamado pukao. Recebiam placas de coral nas órbitas oculares e pupilas de obsidiana ou rocha vulcânica. Com esses olhos, eles se tornaram aringa ora (“rosto vivo”) de um ancestral .

Praticamente todos os moai acabados eram colocados em uma plataforma cerimonial ou altar, chamada ahu, na língua rapanui. O Ahu Tongariki é a maior das plataformas existentes, com duzentos metros de comprimento e quinze moai sobre ela. Foi restaurado pelo Instituto da Ilha de Páscoa da Universidade do Chile entre 1992 e 1997.

O Ahu Akivi tem uma orientação astronômica precisa, o eixo da plataforma foi alinhado na direção leste-oeste, garantindo que as faces dos sete moai olhem para o pôr do Sol durante o equinócio da primavera (21 de setembro) e ficam de costas para o nascer do Sol no equinócio de outono (21 de março). É o único ahu cujos moai, todos de igual formato e tamanho, ficam de frente para o mar. O Ahu Akivi, porém, está localizado no interior, e não ao longo da costa. Foi restaurado em 1960.

Ahu Akivi, lugar sagrado em Rapa Nui (Ilha de Páscoa) servia como um observatório astronômic

Não existem dois moai iguais. Alguns têm barbas, outros são mais largos e há moais com anatomia feminina, o que sugere que sejam mulheres.

O mais antigo é o moai Tukuturi, datado do século VI d.C. É uma figura feminina sentada ou ajoelhada com a cabeça ligeiramente levantada para o céu, as mãos em posição de reverência.

Medida: a altura média dos moai é de cerca de 4,5 metros, mas os antigos rapanui conseguiram trabalhar e mover duas estátuas de 10 metros de altura. Na pedreira principal de Rano Raraku, há um moai inacabado de 21,65 metros, conhecido como Te Tokanga (O Gigante), que pesaria cerca de 270 toneladas, algo ainda impensável para a tecnologia moderna.

Peso: o peso padrão é de cerca de 5 toneladas e algumas estátuas (30 ou 40) pesam mais de 10 toneladas. As maiores correspondem à época de apogeu da cultura Rapanui, entre os anos 1500 e 1600 d.C.

Descoberto em 1956, o moai Tukuturi (“agachado”, em rapanui) tem uma aparência muito mais natural e realista que os demais da ilha. O que mais o diferencia é ter o corpo completo. É mostrado ajoelhado com as pernas dobradas para trás e as nádegas apoiadas nos calcanhares. As mãos aparecem colocadas nas coxas, uma postura muito utilizada na Polinésia para demonstrar reverência.

Fonte

  • DIAMOND, Jared. – Colapso. Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Capítulo 2, “Crepúsculo em Páscoa”. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2006.
  • HEYWEDAHL, Thor. Aku-aku: o segredo da Ilha da Páscoa. São Paulo: Melhoramentos. 1960.
  • O colapso da Ilha da Páscoa não foi como pensávamos, diz nova teoria. Revista Galileu, 13 ago 2018.

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